Capítulo 33.

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Falta só mais quatro dias para o festival estamos na segunda e já na sexta era o festival, só posso dizer que estava muito ansioso. Marcelo e João tentaram algumas vezes se aproximar mais digamos estou direto e prático de mais. Depois daquela semi aproximação do Bruno ele fala bom dia e pergunta como estou todos aos dias, durante todo o tempo que o roxo permaneceu no meu rosto eu percebi - a que toda vezes que ele me via seus olhos estavam preocupados e aquilo enchia meu coração de alegria, mais também tive que aprender a lidar com o ciúmes que sentia dele com o tal Flávio e também com a dor que era ver eles juntos. Na terça passada quando foi a escola depois de faltar na segunda e meu rosto em fim estava livre de vez daquele roxo o sorriso que Bruno deu ao ver foi tão acolhedor que eu tive vontade de abraça - lo mais me contive, quando ele tocou meu rosto e disse até que em fim sumiu pude sentir o alívio que ele sentiu, e aquilo deu uma pontada por que tive medo dele não falar mais comigo mais não ele sorria e o bom dia tudo bem estavam ali todas amanhãs.
Mila e Carol me mandaram mensagem querendo falar comigo, mas só visualizei e não respondi no outro dia na escola elas me procuraram mais como disse estou direto e prático, Marcos diz bom dia mais até agora não tentou uma aproximação, ele é daqueles não vou por que todo mundo vai, até por que acho que quando ele resolveu sentar do outro lado ele nem sabia o que estava acontecendo, mais isso não muda que ele tenho ignorado a situação e agido como os outro.
Mais parece que hoje não vou ter como fugir dos cinco, mais essa conversa que eles querem só vai acontecer mesmo depois do festival.
- Olha Miguel a gente só queria conversar? Disse Mila.
Eu olhei para os cinco que estava a minha frente, e logo atrás vi Bruno nos olhando preocupado.
- Olha e sério mesmo não quero conversar somos só colegas de classe, Marcelo e João infelizmente tem um trabalho comigo mais já está acabando, não precisa fingir que vocês se importa eu já me acostumei a ausência de vocês. Disse me levantando.
- Não estamos fingindo Miguel a gente realmente se importa. Disse Carol.
Soltei um sorriso junto com um suspiro.
- Foi mal eu não acredito, olha tenho que ir. Disse indo pra porta.
- Que droga Miguel a gente errou mais custa ouvir o que temos a dizer? Indagou João.
- Vocês ouviram o que eu tinha a dizer? Indaguei.
Os cinco ficaram em silêncio e assim sai da sala.

Narrado por Bruno.

Estava ali de longe ouvindo os cinco tentando falar com Miguel eles já haviam tentado sozinhos em dupla mais Miguel sempre se mantinha longe agora eles foram tentar em grupo e mais uma vezes eles ficaram frustrados. Quando Miguel cruzou a porta eu fui atrás.
- Miguel? Eu o chamei.
Ele virou pra trás e estava com um rosto não muito bom.
- Você está bem? Indaguei.
- Vai ficar não se preocupa. Disse ele.
- Eu queria te pedir pra falar com eles, mais eu sei que não posso fazer isso sei que você precisa de um tempo, até poucos dias eles não falavam com você e de repente eles querem conversar, eu sei que é complicado. Disse.
- E ruim saber que eles só querem falar comigo por que você está falando, e ruim perceber que eles nunca levaram em consideração vir antes de você. Disse ele.
Senti toda a mágoa que ele sentia em achar que eles só o procurou por que eu fui falar com ele por que eu me aproximei mínimamente.
- Eu. Me calei por que sabia o que dizer.
- Tudo bem Bruno não se preocupa, bom vou indo eles estão vindo se cuida tá até amanhã. Disse ele.
- Você também se cuida até amanhã. Disse vendo ele seguir corredor a fora.
A partir do momento que eu toquei o braço do Miguel eu não consegui ficar mais indiferente a ele, e saber que ele não repeliu ao meu toque nem quando sentiu dor, que seus olhos não se desviaram do meus enquanto eu o encarei e que ele deixou toda a sua emoção falar, me mostrou algo que eu queria muito saber Miguel não tem nojo ou repulsa de mim o fato dele dizer que não podíamos mais ser amigos tinha algo muito maior do que só aquilo que ele deixou transparecer e pra ser bem honesto eu queria muito saber, Marcelo já havia dito que eu realmente tinha pesado todos os prós e os contras daquela conversa desastrosa como Miguel, e tinha chegado a uma conclusão que mais cedo ou mais tarde eu teria que ter outra conversa com Miguel e colocar realmente todos os pingos nos is e daí sim tocar a vida em diante.
- O que foi ele foi grosso com você?  Perguntou Mila.
- Não. Disse.
- Cara por que ele é tão cabeça dura por que não pode centra com a gente é conversar? Indagou Carol.
- Por que está magoado, mais não é só isso ele realmente não acredita que vocês queira falar com ele por que se importa, mais sim por que eu fui falar com ele. Disse descendo as escadas.
- Mais não foi isso com você foi nós meio que já tinha percebido a merda toda. Disse Marcelo.
- Bom você é João talvez mais é os outros? Perguntei.
- Não quando você entro Marcelo já tinha nós posto pra pensar. Disse Mila.
- Pois é mais ele não sabe disso, é vocês vão ter que lidar essa versão direta e prática de Miguel até ele explodi, ele só não fez isso por minha causa. Disse.
- Por que por sua causa? Indagou Marcos.
-Por que quando vocês estavam conversando ele olhou a sala toda e quando me viu ali ele mudou a postura dele. Disse.
- Vocês perceberam que aquela nojenta não anda mais atrás dele? Perguntou Carol.
- Pelo que Viviane falou eles terminaram, e parece que já faz um tempo. Disse João.
- Eu ainda queria saber o por que no roxo? Marcelo perguntou.
- Eu não sei mais aquele tal de Vinicius que ligou para ele ontem durante o ensaio sabia, a forma que eles falavam parece que o cara sabia tudo sobre o Miguel. Disse João.
- Isso é verdade Miguel falou com ele abertamente, e até saiu pra falar alguma coisa que nós não podíamos ouvir e quando voltou estava com um sorriso estranho. Disse Marcelo.
- Mais quando Viviane perguntou se ele estava apaixonado eu fiquei confuso. Disse João.
- Confuso como assim? Indagou Mila.
- Ele respondeu sempre estive só não percebia, e voltou a tocar a música. Disse João.
Todos ficamos em silêncio olhando um para outro olhamos para outro lado da rua Miguel estava conversando com um cara que não tinha uma boa fama na escola.
- Eu fiquei curiosa. Disse Carol.
- Eu queria saber quando Miguel fez amizade com aquele Valter? Pergunto Marcos.
- Eles parece ser bem próximos olha como eles riem. Disse Carol.
Eu fiquei olhando Miguel do outro lado rindo e brincando com o tal Valter, e me incomodou ver como ele estava confortável. Em um determinado momento ele olhou pra mim e sorriu e deu com a mão foi o tempo de eu retribuir para ver o carro da tia Cláudia estacionar, Miguel deu um toque de mão com o rapaz e sorriu de algo que ele falou e entrou no carro.
- Bruno? Mila me chamou.
- Sim. Respondi.
- Por que você está com a mão fechada dessa forma seus dedos estão até branco. Disse ela.
Olhei para minhas mãos e depois para o menino que estava do outro lado falando com algumas pessoas.
- Quem é aquele garoto? Indaguei.
- Valter ele tem uma fama bem ruim na escola, pelo que eu sei André da nossa sala andava com ele mais parece que teve um briga esse Valter colocou ele pra correr. Disse Marcos.
- Que fama ruim e essa? Perguntei.
- Ele é o grupo dele usa drogas, vivem em casas noturnas e bares bebendo e fazendo arruaça. Disse ele.
- Não entendo por que Miguel está andando com ele então?  Indagou Mila.
- Não sei mais eles parecia bem amigos, Valter não conversa assim com quem não é do grupo dele, na verdade ele odeia quem não é do grupo dele. Disse Marcos. 
- Eu não sei por que eles tão amigos mais isso também não vem ao caso, Miguel pode ter amizade com ele quiser. Disse vendo papai parando o carro.
- Será que seu pai me da uma carona? Indagou Marcelo.
- Da sim vem. Disse. - Tchau galera até mais tarde. Disse e fui pra o carro.
Entrei no carro comprimentei papai e fiquei pensando na cena do Miguel rindo e brincando, fazia tempo que não via ele rir tão aberto e tão leve. Mais o que me incomodava era a forma que o cara tocava Miguel.
- Bruno? Chamou papai.
- Oi? Respondi assustado.
- Ei! O que está acontecendo em que mundo você estava? Indagou papai.
- Nenhum na verdade estou tentando entender uma coisa. Disse.
- E o que seria? Indagou ele.
Olhei pelo retrovisor e vi os olhos Marcelo em mim.
- Nada importante, mais o senhor estava falando comigo? Indaguei.
- Sim estava falando que Cláudia está um pouco preocupado com Miguel. Disse ele.
- Por que? Indaguei.
- Ela disse que ele chegou algumas vezes alcoolizado, sai no meio da noite volta com o dia já amanhecendo, mais ela disse que depois do dia que ele voltou com o rosto roxo ele vem tendo terrores noturnos, acorda em grito suado e chorando, ou as vezes do nada ele tem uma crise de nervoso e quebra as coisas e chora até pegar no sono, ela disse que a Lais tentou falar com ele mais não consegui nada, ela disse que ele não fala com ninguém só com um tal de Vinicius que parece saber o que aconteceu. Disse papai.
- O que Miguel tá fazendo da vida dele? Indagou Marcelo.
- Não sei Marcelo mais alguma coisa de muito ruim aconteceu, por que Cláudia disse que quando ele tem os terrores ele grita para solta - lo pede por favor ela disse que é agoniante ver um terror dele. Disse papai.
O carro de papai ficou em silêncio. Quando perguntei o que aconteceu como Miguel vi muita vergonha nos olhos dele mais senti a energia dele angústia e com medo achei que era pela aproximação mais percebi que não era isso, só que o que eu não para de perguntar é o que aconteceu?
- Até depois Bruno. Disse Marcelo.
- Na verdade é até amanhã o ensaio e só pra Mila, Carol e Marcos então você e João não entra. Disse rindo.
- A qual é? Indagou ele.
- Vocês não falou a música de vocês por falaríamos a nossa? Indaguei.
- Mais é Miguel que não quer que falamos. Disse ele.
- Não tô nem aí, até amanhã. Disse.
Marcelo saiu do carro e entrou, eu voltei a me perder em meu pensamento, eu queria procura - lo eu queria falar com ele entender o por que dele está bebendo entender a causa do seus terrores noturnos, mais eu não sei se ele estava pronto pra me deixar interferir na vida dele dessa forma de novo eu também não sei se estou pronto para ouvir o que seja lá que ele tenha a dizer.

Bruno Amor de Infância (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora