Só Mais Uma Noite

Mais Um Problema

   -Bom dia Nanda! - falo bocejando e olhando para o lado (como eu tenho cama de casal dormimos juntas), mas.. CADÊ A NANDA? Eu pulo da cama e corro para a porta quando ouço um barulho no banheiro do meu quarto. Era barulho de secador, meu secador. Quer saber? Vou lá ver. Abro a porta lentamente com um bastão de basebol na mão, vai que seja um ladrão, se bem que um ladrão não iria usar meu secador às 6:30 da manhã, mas era melhor me previnir. 1..2..3, eu abro a porta quase batendo com o bastão quando..
    - Calma Milena, sou eu, calma.
    - Ai Nanda, assim você me assusta - falo bufando para ela.
    - Bom dia senhora mau humorada.
    - Bom dia.
    - Anda, se arrume, o café é às 6:47, não vai querer peder, né?
    Eu a encaro com uma cara de "como você sabe?",não digo nada, mas ela descobre sozinha.
    - Quer contar quantas vezes eu já vim aqui? Sei sua rotina de cabo a rabo - ela fala orgulhosa de si.
    - Ei, Nanda. Posso te fazer uma pergunta?
    - Claro, qualquer coisa!- ela diz passando rímel na frente do espelho.
    - Por que você brigou com sua mãe?
    Ela faz um silêncio e para de passar rímel por um momento.
    - É que.. ela.. ela está doente a dois meses e não me falou nada, descobri através do meu pai..
    - Doente.. tipo o que?
    - Câncer.. - ela fala em tom choroso.
    - Ai Meu Deus eu sinto muito - eu corro para abraçá-la quando ela cai em lágrimas em meu colo.
    - Ela é tudo pra mim. Não posso perde-la agora. Não posso.
    - Hei, calma. Todo mundo vai passar por isso um dia..
    - Por isso o que?
    - Você sabe, ahh...
    - Vamos comer, preciso esquecer isso.
    - Está bem, vamos descer.

                         AI MEU DEUS
    Como eu pude fazer aquilo? Cara, a mãe dela estava doente e eu "toquei na ferida". Me sinto péssima por fazer ela lembrar disso. Droga!

    Descemos para a sala de jantar, tomar café da manhã e depois ir para a escola.
    - Pensou sobre a prosposta do  Pedro? - Ela tenta puxar assunto.
    - Ah, você sabe qual é minha opinião sobre  isso. Mas eu acho que temos que incentivá-lo a continuar com suas experiências malucas,  sabemos que esse é seu sonho. Mas e você? Oque acha dessa coisa louca?
    -  Bom, sei que seria bom não ter que dormir, mas, precisamos disso. Oque ficaríamos fazendo? Estudando igual duas nerds? Ou vendo filmes até acabarem e ficarmos sem opção? Acho que vou preferir ficar normal..
    - Ele vai ficar bem chateado, mas acho que ele vai entender.
                    (Chegando na escola)
    - Eu não entendo! Sabem o quão  importante isso é para mim.
    - Nós sabemos, mas precisamos dormir até porque..
"Triim"
    Era o celular da Nanda. O pai dela havia ligado, ela colocou no viva-voz.
    - Filha, não tenho notícias muito boas.. É sua mãe.. ela ta no hospital, parece que o câncer está se espalhando e ela precisará ficar lá direto, posso ficar o turno da manhã lá com ela, mas tenho trabalho de noite e como ela é filha única ninguém ficaria lá..
    - Eu fico pai.
    - Nanda, você precisa estudar e dormir.. Não precisa fazer isso!
    - Mas posso estudar lá, quando voltar do trabalho você dorme, e quando eu tiver aula você fica lá. Por favor pai.
    - Está bem. Fazemos isso uma semana, se der certo continuamos. Se não, vemos o que iremos fazer. Tchau Nanda.
    - Tchau pai.
    Ela desligou o celular e logo olhou para Pedro.
    - Quando começamos com as injeções?
    - Se você vai fazer, também vou. - eu falo em tom confiante.
    - Parece que as coisas estão melhorando, não é mesmo?- Pedro fala com um tom irônico, consegui nos convencer mais uma vez, aff.
    - É, parece - Nanda estava muito abalada para fazer as "piadinha de sempre".
    Eu e Pê nos encaramos, tentando "conversar pelos olhares" para que Nanda não percebesse. Mas não deu muito certo...
    - Sabem que eu estou vendo né?
    - Vendo o que? - Pedro tenta disfarçar, mas ele nunca foi bom em mentiras - hahaha. Está bem, admito que estavamos tentando conversar.
    Enquanto eles conversavam eu observava o fascinante jogo de futebol que estava acontecendo no ginásio. Na verdade, eu estava mesmo era olhando para o Marcus (sim, com U pois ele não é do Brasil). Ele joga muito bem e é muito lindo ♡ apesar da sua pele ser branca como papel, igual ao seu "bondezinho". Deve ser algum tipo de marca de amizade ou sei lá. Do nada, ouço um..
    - OLHA A BOLAAA.
    - Aiii, minha cabeça. - a bola tinha atingido Nanda, mais um problema - tá doendo..
    - Calma, vai ficar tudo bem. Vamos para a enfermaria..
" Triiim"
    Dessa vez essa o sinal.
    - Acho que não da tempo meninas.
    - Pode ir pra sua aula Pê, já que eu e a Nanda fazemos o mesmo horário hoje, posso leva- lá para a enfermaria e depois para a aula.
    - Está bem. Sobre meu projeto... Me encontrem logo depois da aula no nosso lugar secreto. Não comam durante o intervalo, preciso de vocês em jejum para dar tudo certo.  Tem que ser tudo perfeito.
    - Está bem, nos vemos no nosso lugar. Agora me deixe ir para a enfermaria, preciso dar uma lição no Kevin por ter me acertado aquela bola.
    - Já está querendo "matá-lo"? Essa é a Nanda  que eu conheço.- eu falo a caminho da enfermaria.
    - Vamos logo, Mi. Não posso trazer mais um problema para meu pai.
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Galera, fiquem atentos aos novos capítulos, espero que gostem ♡