Como eles não confiaram em mim? Nós somos melhores amigos.. Éramos.. Na verdade, nem sei mais...
Será que a dona Antônia - mãe da Nanda - está doente mesmo? Ou será que ela mentiu sobre isto também? Melhor eu ir dar uma olhadinha.
- Olá, eu gostaria de saber se a Antônia... de Castro está internada aqui - falo na secretaria do hospital a segurança dos pacientes - a secretária diz calma, ela segue bem as regras.
- Ah.. é que a mãe da minha amiga está internada em um hospital aqui na cidade, e gostaria de saber se é esse pois adoro a dona Antônia.. - Eu falo como se adorasse ela, e adoro.
A secretária olha para os lados, se aproxima do balcão e me diz sussurrando.
- Olha, vou ver aqui e já te digo, mas não conte a ninguém, está bem?
- Claro, minha boca é um túmulo. - sorrio para ela e espero o resultado.
- Sim, ela está aqui. Está no quarto vinte e ...
- Obrigada.- Saio antes que ela termine de falar o número do quarto.
Bom, pelo menos isso era verdade. Espera, pensem comigo. Se eu for até o quarto de dona Antônia, posso descobrir mais sobre "o caso" -foi como decidi chamar o caso entre Fernanda e Pedro -
- Desculpe, acho que não ouvi o número do quarto... Poderia repetir? - voltei até a secretaria para poder pegar a informação.
- Claro, quarto vinte e três. Você precisa colocar isto para entrar.- ela fala me dando um adesivo e me manda colar em meu peito.
Vou até a ala do quarto 23 e bato na porta.
- Estou entrando...
- Mili, que bom te ver meu amor.- Ela sempre gostou muito de mim, pelo menos aparenta gostar. Não posso negar que também gosto muito da dona Antônia, ela é como uma segunda mãe para mim - Pode entrar anjinho.
- Como a senhora está? Precisa de algo?
- Estou bem, bom, na medida do possível... Estão cuidando muito bem de mim aqui. Como vai na escola?
- Vai bem... Bom, como a senhora disse, na medida do possível. Mas, preciso falar com a senhora, posso confiar que não vai contar a ninguém? Muito menos a Nanda..?
- Claro Mili, pode me falar, não contarei a ninguém.
- Ah, a senhora já deve saber do Pedro e da Nan..
- Eles já te contaram? - ela fala me interrompendo.- Ai que Bom, eu estava aflita com eles escondendo isto de você.
- Na verdade eles não me contaram.. - contei a ela tudo que havia acontecido desde a mensagem no Lugar Secreto - Então acho que eles não confiam o suficiente em mim, sabe?
- Eles confiam, confiam muito. Mas a Nanda tinha me dito que achava que você estava afim do Pedro, ela estava com medo de te magoar por causa de uma paixãozinha de colegial.
- Está bem, tenho compromisso agora, só passei para ver como a senhora está.. Se precisar de algo, tem meu número. Ah, e obrigada pelas informações. - Digo dando uma picadinha e saindo do quarto vinte e três.
- Ok, obrigada por se preocupar comigo.- Ela falou com um ar doce de mãe. - Mas por favor, não conte nada a Nanda, você sabe, sobre "o caso".
- Claro. - digo sorrindo.
Eu pego o elevador, eu vi que tinha uma menina lá dentro, da minha idade, mas nem prestei atenção em quem era.
- Mi? O quê está fazendo aqui? - é a Nanda.
- Vim visitar a sua mãe, ver como ela está. - Falo com um leve tom de raiva.
- Eita, o que houve?
- Nada! Me deixa!
- Nossa Mi, o que está acontecendo com você? Não confia mais em mim?
Eu não confio nela? E quem é ela pra vir falar de confiança?
- Desculpe, só estou tendo um dia ruim. - Não posso me entregar agora, não antes de descobrir mais coisa sobre o caso.
- Está bem, se precisar de algo me avise.
- Tá. Espera.. o que você estava fazendo lá em cima?
- Ah.. fui ver minha mãe. Você sabe, não brinque com isso!
- Não! Eu estava no quarto da sua mãe. Você não estava lá! Aonde você estava?
- Ah... E-Eu...
Bem na hora que eu iria pegar ela em flagrante, o elevador abre e ela sai correndo disendo que precisa ir. Droga! Acho que ela estava me seguindo. Mas.. por que? Bom, isso é o que menos importa no momento.
No caminho pra casa, fui comprar um sorvete, nesses 37°C ninguém aguenta né? Até na sorveteria vejo Nanda e Pedro juntos, vê se eu posso com isso!? Vi quando Nanda chegou, ela parecia assustada, e estava.
- Pedro.. E-Eu. - Ela estava ofegante, como quem tinha corrido muito.
- Calma Fernanda, me conta, o
que aconteceu? Você viu para onde ela foi?- Vi, ou melhor, dei de cara com ela no elevador.
- FERNANDA! Não acredito nisso - ele a encara com cara de decepção.
- Desculpa, eu não tive saída.
- E o que ela disse quando te viu?
- Perguntou o que eu estava fazendo lá..
- E você..?
- Quando o elevador abriu eu saí correndo.
- Boa. Agora preciso ir, mais aja normalmente com ela.
- Ok.
Ela dá um selinho nele e ele vai embora. O que está acontecendo?
○●
- Ei? Mi? MIIIIII! ACORDA! - Nanda me acorda desesperada
- O que? Eu estava dormindo?
- Sim, e não parava de fazer caretas e dizer "Como eles não confiam em mim?". No que você estava sonhando?
- Ah, nem lembro.
- Bom, você deve ter pego no sono, o Pedro avisou que ficaríamos sonolentas, eu fiquei um pouco mais me recuperei, mas você caiu durinha.
- Quanto tempo dormi?
- Umas 2 horas. Do que você se lembra?
- Só lembro de estarmos no laboratório e apaguei, mas não lembro exatamente de como apaguei.
- Bom, hoje é segunda-feira. Tenho que ir ver minha mãe, nos falamos pelo whats!
Eita, um sonho? Bom, muito bom. Agora, vou seguir Nanda novamente.. quero dizer, apenas segui-la já que da última vez não era real.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Só Mais Uma Noite
Teen FictionMilena, uma adolescente de 16 anos, irá descobrir um novo mundo junto com seus melhores amigos: Pedro e Fernanda. Eles viviam em um mundo normal mas, graças a Pedro, sua realidade muda completamente. Eles precisam se acostumar com algumas coisas e s...