2º Capítulo

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Estávamos agora no carro, rumo à que seria, a partir de hoje, a minha nova casa.

- Ainda não nos apresentámos, querido! – ela disse surpresa, para o homem. – Sou a Kate Welsh, compreendo que seja um pouco estranho tratares-me por mãe, querida, por isso estás à vontade para me tratar por Kate, mas não por Mrs. Welsh, por favor! – ela riu. – faz-me parecer tão velha! – ri, também. – tenho apenas 33 anos! – desta vez, foi o homem que se riu.

- Não acredites nisso. – olhou-me de relance, rindo e desviando de seguida o seu olhar para a estrada, de novo.

- John! – deu-lhe um encontrão divertido no ombro. – pronto, tenho 38 anos. – ela deitou-lhe a língua de fora, e de seguida, sorriu para mim.

- Confesso, que não parece nada. – sorri-lhe. Na verdade, parecia muito jovem mesmo. Nunca diria que tinha tal idade. Mas se o seu filho tem a minha idade, foi mãe cedo.

- Oh, obrigada, minha querida! – ela sorriu, confiante.

- Bom, eu sou o John, e estás à vontade para me chamar assim. – riu-se. Kate revirou os olhos, rindo um pouco também.

- Bem, prazer, sou a Megan.

- Nós sabemos, meu amor! – sorriram. As suas amorosas palavras atingiram-me.

- Oh certo… - sorri, timidamente. – têm algum filho? – perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

- Temos sim, um jovem da tua idade, na verdade, Megan.

- Meg, por favor. – pedi, rindo-me.

- Com certeza! – Kate fez continência exageradamente, e não hesitei em soltar uma gargalhada.

- Chama-se Joe e estamos neste momento a ir buscá-lo à escola. Pedimos-te que fiques um pouco com ele, enquanto tratamos dos papéis para o teu começo escolar. – John, falou para o espelho retrovisor e eu sorri, assentindo.

- Assim, convivem e conhecem-se! Acredito que se vão dar bem. – Kate sorriu, entusiasmada.

- Mas não demasiado bem, espero. – John disse sério. Arregalei os olhos, um pouco chocada.

- Ele está a brincar, não ligues, Meg. – Kate disse, revirando os olhos, de novo. – Bom, chegámos.

Observei a escola e era enorme. Tinha uns 5 pavilhões, todos caiados de branco, com telhados bem vermelhos. Apesar das cores tradicionais eram bastante modernos. Saí do carro e segui John e Kate, que estavam de mãos dadas. Eram realmente um casal amoroso e isso notava-se a milhas. Kate acena para um grupo de jovens da minha idade, euforicamente, e desse grupo, corre em câmara lenta, até nós, um rapaz. Era quase tão alto como John, mas mais musculado e de pele mais morena. Sem dúvida, muito atraente. É agora teu irmão!, o meu subconsciente falou. Bom, quase irmão. Ri-me com tais pensamentos. O rapaz aproxima-se de Kate, abraçando-a. Carinhoso, de facto. Kate estendeu-me a mão, puxando-me para mais perto. O rapaz sorriu-me e ameaçou dar-me um abraço. Permiti, abrindo um pouco os braços. Belos músculos.

- Olá, sou o Joe, sê bem-vinda à família! – sorriu.

- Meg. – sorri, feliz. – obrigada! – Estava a ser um dos melhores dias que alguma vez tivera. Reparei que Kate nos olhava com lágrimas nos olhos.

- Mãe? – Joe sorriu.

- Desculpem, mas foi um momento muito bonito e eu… - John puxou-nos para um abraço em família. – Bom, - limpou os olhos – nós vamos tratar da papelada. Ficas um pouco com a Meg, Joe? – ela pediu ao filho.

- Claro! – ele disse, sorridente. Ela deu um beijo na testa a cada um e depois dirigiram-se a um dos pavilhões. – Então, Meg – disse começando a andar em direção ao grupo de onde antes se afastara. Segui-o. – que idade tens?

- 17.

- Eu também! – “é, eu sei”, pensei. - O que achaste dos meus cotas? – a maneira como disse “meus cotas” foi amorosa.

- O John e a Kate? – quis confirmar.

- Sim. – ele riu.

- São engraçados e muito simpáticos. Sem dúvida um casal amoroso. – sorri.

- Isso é verdade. Eles gostam de ti, nota-se. A Kate estava muito entusiasmada por ter outro jovem com quem se chatear.

- Hmm, já vi que dás trabalho.

- Algum. – rimo-nos. – Bom, eu preciso de ir mijar – arregalei os olhos com a expressão utilizada – desculpa, ir fazer necessidades. – ri-me.

- À vontade, não te impeço de tal. – ele sorriu.

- Podes ficar um pouco com os meus amigos? São inofensivos. – olhei para o grupo e fiz uma cara desconfiada. – que me caia um raio em cima se o que digo não é verdade! – dito isto, anda um passo para o lado, e não consigo evitar rir.

- Também não mordo – ele olhou para mim – ou talvez morda. – ele sorriu.

- És interessante, Meg.

- Espero que seja um elogio, Joe.

- Oh, acredita, é um grande elogio. – sorri-lhe, um pouco corada. – Pessoal – disse para o grupo – esta é a Meg, o novo membro da minha família! – ele colocou o braço no meu ombro.

- Parece que estás a falar de um animal, Joe. – uma rapariga loira, falou.

- Acreditem ou não, eu não ladro. – riram-se.

- Tens piada. – um rapaz de cabelo encaracolado e de olhos verdes, falou. Minha nossa, como ele era atraente. – Puxa e senta-te! – apontou para uma cadeira livre a uns 2 metros dalí.

- Oh, obrigada. – e assim fiz.

- Bem, eu já volto, estou aflitinho! – Joe, colocou as mãos entre as pernas e dirigiu-se às casas de banho.

Continuaram as suas conversas e eu fiquei quieta a observá-los. Era um grupo muito distinto, mas pareciam dar-se todos muito bem, o que me agradou. Parei o meu olhar no rapaz dos caracóis. Observei como passava a mão pelo cabelo e como os seus lábios rosados mostravam um belo sorriso quando ria. Conheço-o. Eu sei que sim. Abanou a sua mão em frente dos meus olhos.

- Vais ficar a olhar? – ele disse, sorrindo, um pouco desconfiado.

- Desculpa – afastei o meu olhar dos seus profundos olhos verdes.

- Vamos? – Joe aparece atrás de mim – eles já estão despachados. – sorriu. Levantei-me e despedi-me de todos com um sorriso. Um “adeus” coletivo termina a conversa. Olhei, de novo, para o rapaz. Observava-me, confuso. Envergonhada, virei costas e segui Joe.

- Trataram-te bem? – perguntou, um pouco preocupado.

- Sim, penso que estou intacta. – olhei para os meus braços e pernas, rindo.

- Isso é que é preciso! Se alguma coisa te acontecesse, a Kate arrancava-me a cabeça. – rimo-nos os dois, imaginando a sua pequena estatura a dar cabo do Joe. Tinha a sua piada, excepto a parte, claro, em que o Joe ficava sem cabeça.

Encontrámo-nos com John e Kate, que me contaram todos os pormenores possíveis. Conseguiram que ficasse na mesma turma que o Joe, o que foi um alívio para mim. O facto de termos o mesmo horário ia impedir que eu passasse muito tempo sozinha. Coitadinha.

Durante a viagem de carro, íamos a cantar ao som do rádio quando dei por mim a pensar no rapaz dos caracóis. Gostava de saber o seu nome, talvez conseguisse lembrar-me de onde o conheço. Mas mais uma vez, o meu subconsciente tramava-me e a memória falhava.

- Harry. – Joe disse com um sorriso matreiro. Olhei-o confusa. – o dos caracóis. – riu-se.

- Oh. – corei. Ignorei o seu gozo e continuei a cantar.

Harry?

NOTA DE AUTORA: Mais uma vez peço que não deixem de ler a fic. Eu não estou a contar com um grande número de leitores mas acreditem que a fic não é uma seca. Gosto muito de a escrever e adorava que as pessoas gostassem de a ler. Estou aberta a críticas construtivas e conselhos, estejam à vontade para dar a vossa opinião. Obrigada s2

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