3. Gentileza [EDITADO]

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Niara esperava impaciente pela saída de ambos da sala, e Luísa permaneceu em seu lado andando de um lado para o outro, mesmo Niara falando que ela poderia voltar a sua função.

-Se você não parar por um segundo, vai acabar fazendo um buraco nesse chão – Niara falou para a amiga, que parou por alguns segundos e a encarou e a mesma continuou - Obrigada por tentar me defender, você poderia colocar seu trabalho em risco e também não quero estragar o clima entre você e Edgar.

- Minha relação com ele não interfere a forma que penso no trabalho, estou sempre a perceber que ele costuma exigir demais de você. É isso me deixar irritada. – Falou Luísa sentando ao lado de Niara e segurando em sua mão.

A amiga tinha razão, Edgar estava sempre a exigir um pouco, mas de Niara, sempre queria que ela fosse pontual e perfeccionista em seu trabalho, e era sempre ela que acabava fazendo um turno extra, se fossem não fosse por Luísa, ela até pensaria que ele seria preconceituoso, por ela ser negra e por isso está sempre a exigir o máximo dela. No entanto, ela mesmo ignorava tudo pois sabia o quanto aquele emprego era necessário para ela, até a sua formatura.

A porta se abriu e ambas ficaram de pé. E após todo nervosismo ter passado ela foi capaz de olhar para o homem que estava a sua frente. E dessa vez além de seus olhos verdes, Niara pode notar outras coisas como seu ombro largo, seus cabelos em tom de loiro escuro e sua boca carnuda.

- Niara, você pode ir e amanhã como prometido pode tirar sua folga. – Edgar falou em um tom firme.

- Ufa! – exclamou Niara aliviada em saber que não havia tido uma advertência maior – Obrigada.

- Então é isso, tenham todos uma boa noite – Ele falou se despedido.

- Essa também é minha deixar para dizer, tchau. – Se despediu Niara saindo em direção ao vestiário.

Após se trocar e pegar seus pertencer Niara caminhou em direção ao ponto de ônibus mais próximo, desejando chegar logo em casa para descansar. Mas um vulto do outro lado da rua lhe chamou atenção. E lá estava ele do outro lado da rua, com um semblante impaciente como se estivesse esperando por alguém, Niara se pegou novamente observando ele, ela não sabia, mas havia algo nele que lhe chama atenção. No entanto ele também percebeu a sua presença e acenou para ela, que correspondeu com um sorriso, e em questão de segundos ele atravessou a rua e a cumprimentou novamente.

- Você está indo para casa, posso lhe oferecer uma carona? – ele perguntou fitando os olhos de Niara.

Ela recuou, na verdade está se sentido com receio pois ele estava sendo gentil demais, e por mais que ele não transparece-se, que era uma ameaça, Niara preferiu recusar.

- Estou bem, na verdade... – ela olhou para o relógio em seu pulso e continuou a falar – logo meu ônibus irá passar. Mas obrigada pela gentileza.

- Desculpe está sendo, talvez um pouco, inconveniente. Mas é que já esta tarde e... – Antes que ele pudesse continuar, exclamou uma reação de dor – ai!

- Você está bem? – Ela falou demostrando preocupação.

E ele apenas demostrou o corte superficial em sua mão, devido algum caco de vidro que tinha causado na hora da pequena colisão.

- Minha nossa! Eu sinto muito – Niara falou tocando em sua mão – Isso tudo é culpa minha.

- Na verdade foi nossa, eu também esparrei em você, enquanto a isso – ele falou apontando para o corte - não é nada demais.

- Eu irei recompensa-lo – ela falou fitando novamente aqueles olhos verdes.

Um carro se aproximou e buzinou para ambos.

- Minha carruagem chegou, deixe eu oferecer novamente uma carona? – ele perguntou preocupado em sair e deixa-la ali sozinha naquele horário.

Talvez ele soubesse que não é a primeira vez dela, sozinha tarde da noite a esperar de um ônibus ou taxi, mas de alguma forma aquilo o incomodava. Entanto ela sabia que deveria manter a distância dele, mesmo assim ela decidiu aceitar, pois naquele momento só queria uma forma rápida de chegar em casa.

- Você é persistente em? – ela retrucou.

-Uma das minhas inúmeras qualidades. – Ele falou piscando para ela que logo abriu um sorriso.

O caminho até o endereço que ela havia passado para o motorista, foi silencioso com apenas a voz do GPS falando, ela estava se sentindo desconfortável por estar ultrapassando seus próprios limites em uma noite apenas. Quando o carro diminui a velocidade e ela encarou o prédio em que morava se virou para ele e;

- Obrigada pela carona e novamente me desculpe por todo o transtorno que causei essa noite. – Ela falou segurando firme em sua bolsa.

- Nos vemos novamente? - ele perguntou.

- Claro, afinal sou sua funcionária. – Ela falou o lembrando da sua posição e saiu do carro.

Aquela noite de alguma forma tinha sido estranha, mas ela estava aliviada por finalmente está em casa, mas mesmo após um bom banho e descansado sua cabeça no travesseiro ela pensou na intensidade que os olhos dele transmitia.

Fenótipo Amor [REVISANDO]✔Onde histórias criam vida. Descubra agora