Tinha quinze anos quando a nossa história começou, era feliz, inocente, sem pensar no mal que podia vir no futuro e era a aquela menina do campo que só via o lado bom da vida, o meu nome era Vitória...
Tinha os olhos da cor do céu noturno brilhante, uma estranha anomalia naquela época, mas que era muito bela, os cabelos longos acastanhados sempre presos em duas tranças desajeitadas com dois laçarotes, que se ficassem soltos, eram enormes, abaixo da minha cintura, os laçarotes que usava nas tranças eram todos os dias de uma cor diferente e o ganchinho de folha que a avó me tinha dado nos meus dez anos anos que nunca mais larguei depois da morte dela que me fez tanto chorar, não gostava de calças, nem calções ou saias, só vestidos e usava casacos quando o frio aparecia, esta era eu no dia em que gritei aos sete mundos que era feliz.
Eu, que estudava em casa pois na nossa cidadela não havia escola para raparigas a partir dos 12 anos, ajudava no que podia, embrulhava os potes de mel que a minha mãe trazia, costurava pois a minha avózita me ensinou desde muito pequena que costurar era um bom aprendizado e sabia cultivar com a ajuda do meu pai, por vezes ia há cidade vender os produtos da nossa quinta e o meu irmão acompanhava-me por vezes, e numa dessas vezes conheci o amor da minha vida.
Os seus cabelos acastanhados com madeixas acastanhadas e os seus olhos da mesma cor do meu, algo que era tão impossível, mas que realmente era muito improvável,mas ele os tinha.
Mas no seu tudo, o seu sorriso era o que me encantava, parecia tão feliz e entusiasmado com algo e eu, perdidamente apaixonada queria saber o que seria, mesmo que isso pudesse ser perigoso, eu não ia desistir.
Cada vez que a minha mãe dizia que era dia de ir há cidade, eu corria para dentro da carrinha que o meu pai oferecera ao meu irmão mais velho e lá íamos os dois, mas eu só queria ver aqueles olhos tão iguais aos meus que eu tanto amava sem saber o porque de o ter escolhido para roubar o meu coração, o meu irmão ficava a olhar para mim e por vezes ria-se da situação, mas eu nem lhe ligava, só queria ver o meu amado.
E naquele dia de Outubro que tudo aconteceu, estava a vender potes pequenos de mel na avenida principal enquanto o meu irmão tinha ficado na barraquinha que tínhamos no largo principal onde realizavam a feira, uma grande feira que acontecia todo o final de mês para os agricultores e burgueses venderem os seus produtos.
Estava tão distraída com as nuvens que via que só me apercebi do que acontecera quando estava estendida no chão e um par de olhos de cor do céu noturno me olhavam, vi uma enorme multidão e nem sabia o que fazer, fui levantada pelo rapaz que tinha o meu coração e então ouvi a sua voz, que parecia uma doce canção de amor.
- Estas bem? - O rosto dele na altura parecia imensamente preocupado para alguém que não me conhecia, mas eu estava tão perdida nos seus olhos que nem prestei muita atenção ao que acontecera.
- Sim, obrigado.
Ele levou-me pela feira até eu lhe dizer qual o sitio onde o meu irmão estava a fazer a venda dos produtos e claro, ele mesmo explicou ao meu irmão o que se passara, e claro que ele sendo o mais velho dos irmãos armou-se em mãe galinha comigo, por vezes gostava mas naquele momento só queria que ele fosse fazer o seu trabalho e me deixa-se em paz.
O rapaz ficou comigo algumas horas depois do sucedido, chamava-se Nathan, tinha dezasseis anos e era filho de um soldado de guerra, a mãe era filha de um sargento, tinha mais quatro irmãs e um irmão, todos mais velhos, gostava de aventuras e desafios, para mim, o rapaz com que eu e qualquer rapariga podia sonhar.
Contei-lhe algumas coisas sobre mim e onde morava, ele muito surpreso disse que morava na casa que se via no alto da montanha, todos sabiam que os senhores daquela casa eram os donos dos campos ao redor da montanha e essa casa dava para em toda a planície, era enorme tinha grandes plantações e cavalos lindos, eu que diga que ainda me lembro dos imponentes cavalos que vira uma vez quando lá fora com o meu pai.
Depois tive de me ir embora, ao jantar contei a toda a família o que acontecera e os meus pais pareciam duas galinhas quando lhes contei do que acontecera na avenida, o meu irmão mais novo ria-se da situação, há noite enquanto olhava as estrelas no telhado que dava para ir pela janela do meu quarto pensava nele e antes de fechar os olhos sorria tanto que parecia uma estrela.
Na manhã seguinte tive uma surpresa, estava a remendar umas calças do meu irmão mais velho quando os meus irmãos entraram na sala a sorrir tanto e me puxarem para a rua e viu, elegante em cima do seu cavalo negro como o carvão e convidou-me para ir andar com ele, o meu irmão tinha metido a cela na Neve, a minha égua e lá fui eu, e durante um ano foi assim.
Quando fiz dezasseis anos mais uma alegria preenchia o meu coração, Nathan tinha se declarado para mim e pediu aos meus pais se podíamos namorar e eles aceitaram, um sonho que tinha se concretizara e não queria que acabasse.
Conheci os pais de Nathan e eram muito simpáticos, os irmãos dele eram todos amigáveis comigo e eu sentia-me uma princesa de um conto de fadas.
Até aquele dia em que eu com dezanove anos, um amor de três anos e um pedido de casamento mudou radicalmente tudo na minha vida e na de Nathan.
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Oi pessoal, isto é a história da minha personagem e o que aconteceu no seu passado, hoje irei postar mais um dois capitulos desta história e começar uma nova!
Espero que gostei e um BEIJÃO enorme da vossa Rose!
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Cem Ventos
Short StoryCavaleira dos Cem Ventos... Tratem-me por Rose... Uma morte, uma vingança, um amor... Tudo iria mudar?