Todos os dias que se revelam importantes me trazem novas experiências. Talvez a nova experiência dessa enfermeira morta ao meu lado seja 'nunca se esqueça de dar o sedativo antes', talvez agora ela aprenda que uma corrente é muito boa para apertar pescoços.
Chegaram ao meu quarto em pânico ao vela daquele jeito, ela tinha começado a poucos dias e não era nem um ouco gentil ou eficiente, me arrisco a dizer que foi a pior enfermeira que já passou por mim.
"Ela esqueceu de dar o sedativo.", disse a Caio, um enfermeiro que sempre tratava esses meus casos de surto e ficava no lugar até aparecer uma nlva enfermeira. Ele nunca me respondia, mas sempre me olhava com certo desgosto.
"... Eu não vou estar aqui para sempre...", disse Caio estranhamente conturbado com toda aquela situação. "O que você quer dizer?", perguntei um pouco confuso. "Algum dia não ter mais quem cuide de você e terá que ser levado para a cadeira elétrica, não irão mais aceitar sua doença mental!", disse ele agora furioso e ainda deprimido. Eu decidi ficar calado, talvez fosse a melhor reação. Ele foi embora sem terminar o trabalho por inteiro, talvez fosse apenas um gosto do que ele havia me falado.
Eu tentei me acalmar e não pensar em nada do que ele falou, tentei continuar imaginando quando eu poderia ver os meus pais novamente, quando eles iriam me visitar ou quando eu ia poder deitar na minha cama novamente.
Hoje seria um dia normal, porém com tudo que aconteceu, decidiram trazer o homem que conversa comigo hoje, umas das enfermeiras chefes veio me avisar assim que o Caio saiu do meu quarto.
Eu não sei quem é aquele homem e nem por quê ele gostava tanto de falar comigo, eu nem conhecia ele antes de parar aqui. Bom, não tem por que eu dispensá-lo, talvez seja uma conversa igual as outras.
"Olá novamente, pode me contar como foi ontem?", disse ele diretamente para mim, sem qualquer conversa, eu sei que esse foi um fato importante que deve ser comentado o quanto antes, então não hesitei também. "Algumas pessoas vieram me ver, mas eu não conhecia nenhuma delas... Meus pais deviam ter vindo também, quer dizer, me falaram que eles iriam vir... Eles começaram a tirar fotos minhas, anotar coisas, eu não entendi direito o motivo.", disse quase tudo o que eu pensava para ele, não quis me prolongar, eu também prefiro ser direto.
Conversamos por algum tempo, não foi nada muito importante, ele me perguntou sobre meus pais e como era a convivência. Eu sempre evitava falar deles, mas hoje eu tentei falar um pouco do que acontecia na minha casa, de como eu brincava e de como eles brincavam comigo. Aparentemente nada tão grave ou criminoso. Ele desconsiderou o porão como algo ruim, pois eles estavam tentando me proteger também, pelo menos foi o que ele falou.
Ele foi embora e me deixou pensando o quanto meus pais tiveram medo que eu me machucasse enquanto machucava outra pessoa. O quanto acima de tudo eles não queriam ver o filho preso ou até mesmo sendo exorcizado.
Tive que ficar um tempo sem cuidados no meu quarto e como não havia quem cuidar de mim, não tive um jantar tão descente assim, apenas um pão que o Caio trouxe para mim, ele estava velho e sem manteiga ou qualquer outra coisa do tipo, mas preferi comer do que dormir com fome.
Outros dias assim como ontem podem estar por vir. Por algum motivo mais pessoas estão se interessando por mim. Eu simplesmente não entendo...
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1+1=3
HorrorUm psicopata se encontra em total desvantagem ao ter que dividir seu quarto com uma pessoa estranha