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Selena Label.

Minhas mãos tremiam. Meu corpo tremia. Eu estava nervosa. A minha mãe havia falado que iria me ligar. Já faziam 13 minutos, e nem uma ligação.

Eu ficava checando o celular a cada 5 segundos e nunca tinha nenhuma notícia.

A minha mente já havia criado umas mil teorias sobre o que poderia estar acontecendo ou acontecido.

O telefone começou a vibrar, e na tela, apareceu mãe linda da minha vida.

O peguei imediatamente e aceitei a ligação.

- mãe, eu quase morri de impaciência - acho que gritei um pouco demais.

- desculpa filha, eu tive que ir resolver.. Resolver uns problemas - sua voz estava diferente

- que problemas, mãe? - perguntei com o coração querendo sair pela Boca.

- então...

- pelo jeito que você começou, não é coisa boa.

- filha... Eu não sei como  te contar isso, eu só sinto muito.

- mãe eu não tô entendendo mas tô compreendendo, eu sou lerda, me ajuda - o nervosismo começou a aumentar.

- digamos assim, que você vai ter que voltar pro Brasil, por alguns dias - ela disse, e o nervosismo na voz dela era perceptível.

Aí tudo fez sentido. Parecia que todos os pontinhos haviam se ligado. E não era da maneira que eu esperava. Meu pai, desde cedo, ensinou que a esperança era a última à morrer. Meu pai. Tinha combinado com a mãe, que se o pai estivesse passando mal, eu iria voltar para o Brasil, pra passar os últimos dias com ele.

Aquilo doía bastante.
Era como se uma faca tivesse sido fincada no meu peito. E ainda assim a dor era incomparável.

- filha, eu sinto muito - ela começou a chorar. - ele te ama muito

- eu sei, só preciso de um tempo pra processar as coisas, estou pegando o primeiro voo pra aí, te amo mãe - disse com a voz trêmula.

- também te amo filha. E se cuida, tem uma criaturinha em você, não se esquece, ok?

- ok, mãe, se cuida - disse finalizando a ligação.

No momento em que bloqueei meu telefone, sentei no chão e fiquei lá por um bom tempo. O dia estava lindo. Os pássaros cantavam. Pensei que tudo daria certo. Mas a vida é cheia de mudanças e geralmente nos pega de surpresa.

As lágrimas caiam incontrolavelmente. Eu sabia que estava perdendo o meu pai. A pessoa que mais me apoiou na vida. Tentei fazer o possível pra pensar em outra coisa. Não deu.
Comecei a passar a mão na minha barriga, ou melhor, no meu filho (a).

- eu sinto muito por você não ter a oportunidade de conviver com ele - disse em voz alta, com um pouco de receio. - ele é uma ótima pessoa. Tomara que você seja que nem ele.

A porta do quarto foi aberta. Era ele.

-  selena, você não vai acreditar - ele disse enquanto fechava a porta - eu comi um doce tão bom hoje que eu... - taylor viu as lágrimas e imediatamente se sentou no chão. - meu amor - me abraçou - o que aconteceu?

- eu vou ter que voltar pro Brasil por alguns dias - disse

- eu sinto muito - ele fez uma pausa- eu vou com você.

-não é necessário Taylor, você tem o seu trabalho e as suas coisas pra fazer, além do mais a Lucy vai comigo

- está rejeitando a ajuda do seu namorado? - ele disse brincando me fazendo rir - eu vou sentir falta de você e do meu nenê

Eu ri.

- o que você achou tão engraçado?- pediu

- você tá tão fofinho, tô estranhado, tem alguma coisa pra me contar? - perguntei fazendo uma voz de incerteza.

- ué, eu sou sempre fofinho.- ele respondeu apertando as próprias bochechas

- ata - respondi

- você precisa de ajuda pra arrumar as malas? - ele perguntou

- você quer que eu vá embora, agora?

- não ouse falar uma coisa dessas - respondeu rindo - eu te amo selena

- também te amo Taylor. Ah e amo esse serzinho aqui - apontei pra minha barriga.

- eu também amo ele. Ou ela. Vai saber.- disse com um sorriso nos lábios

- é, isso só o futuro nos irá dizer.

O futuro.
O futuro é incerto, mas uma coisa é certa;
Eu te amei Taylor.



wrong number | taylor caniffOnde histórias criam vida. Descubra agora