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[without you
I fell broke
like I'm Half
of a whole]
sad song, we the kings ft. Elena coats.

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Selena.

A mala estava pronta. Mas eu não.
Sair de LA automaticamente significa a morte do meu pai. E eu estava tão triste. Taylor estava fazendo de tudo pra me animar e quase comprou uma passagem pro brasil.

-Selena, tem certeza que você não quer que eu vá, e se você precisar de mim? - pela milésima vez Taylor me pedia.

- meu amor, sim, eu tenho certeza e se eu precisar existe um negócio muito legal chamado celular que permite a comunicação a distância - dei um abraço nele. - eu tô indo mas eu volto.

Ele suspirou,cedendo.

-tudo bem, mas se eu te ligar, por favor, não deixa de me atender, eu vou ficar nervoso e preocupado com você e com o nosso filho - ele disse tudo muito rápido.

- primeiramente, se acalma. Vai dar tudo certo. Nós vamos ficar bem. - disse tentando deixar ele mais calmo.

-okay.

Peguei a minha mala e dei a mão pro Taylor. Desliguei a luz do quarto e fechei a porta. Descemos as escadas.
Lá embaixo todo mundo nos esperava. Inclusive Lucy que ia comigo.

Taylor chegou na frente dela e pediu:

- Cuida dela, tá?

-pode deixar - eles se abraçaram.

Fui em direção de Alicia.

- qualquer coisa liga, queria que tudo desse certo, mas a vida é assim

-obrigada- a abracei e repeti isso umas 14 vezes porque todos os meninos estavam ali. Até Sammy e Nate.

Minha tia me acompanhou até lá fora, junto de Taylor :

- mande um abraço pra sua mãe. Eu falei com ela ontem, já pedi desculpas por não poder ir. - ela disse.

-tudo bem. Não se preocupe. Vamos ficar bem- eu não tinha tanta certeza disso.

Ela voltou pra casa, ayla nem conheceu o meu pai pessoalmente. Ela veio pra LA muito cedo.
Taylor me deu um abraço e um beijo.
Aproveitei bem aqueles segundos.

-mande notícias e eu vou estar lá - olhei pra ele - vou estar no teu coração.

Quase chorei.
Mas estava guardando as lágrimas pras próximas horas.

-vamos - chamou Lucy com a porta do táxi aberta.

-tchau, te amo. - entrei no carro vendo Taylor ficar cada vez mais pequeno.

Eu só queria acordar no brasil no abraço da minha mãe.

- o que está acontecendo entre você e o Cameron? - perguntei à Lucy.

-desculpa, mas eu não quero falar sobre isso.

Respeitei, mas algo muito estranho estava acontecendo.

Brasil, hospital.

Ao entrar naquele lugar, juro que senti vontade de vomitar. Ou era de chorar. Não sei.

Recebi uma mensagem da minha mãe, dizendo que o meu pai estava no último andar.

Lucy tentava sempre falar algo positivo pra me animar. Não funcionava muito.
Entramos no elevador e clicamos no oitavo andar.

-obrigada por estar aqui comigo, aguentando a tristeza e o nervosismo - agredi Lucy.

-é pra isso que amigas servem - ela respondeu me abraçando.

A porta do elevador abriu e eu senti novamente o meu estômago embrulhar.

Vi a minha mãe sentada em uma cadeira qualquer. Corri na direção dela, deixando tudo pra trás.

-mãe, que saudade.

-filha, ah meu Deus, como você está mais bonita. Claro, agora também é mãe. - disse soltando um sorriso.

- desculpa mãe, a gente vai ter tempo pra conversar depois. Mas onde está o papai, eu posso ver ele?

-pode, eu já me despedi dele.

Despedir. Aquela palavra me arrepiou, era como uma facada. Eu comecei a chorar. Minha mãe me acompanhou nas lágrimas e até o quarto onde o meu pai estava.

-boa sorte - minha mãe disse - aproveite.

Respirei. Várias vezes. Achei que ia desmaiar. Respirei mais uma vez.
Girei a maçaneta.

-pai!! - ele estava em uma cama, muito pálido e fraco. - que saudade.

-minha menininha, quer dizer, minha mulherona, você está tão crescida.

Eu juro que não conseguia parar de chorar.

- eu sinto muito pai, na verdade, eu sinto demais. Eu não sei se eu vou aguentar, eu estou te dizendo tchau. Quando eu sair por aquela porta eu nunca mais vou te ver. É difícil demais - disse tudo muito rápido.

Ele também chorava.
-filha, nunca se esqueça de uma coisa. Eu te amo muito. E paternidade é uma coisa que nem a morte estraga. Tá tudo bem. E você  - ele respirou - você tem ser forte e aguentar, se não é por você, é por mim, pela sua mãe e pelo teu filho.
Por favor, cuida do teu filho, tá?

-pode deixar, eu não vou te decepcionar. Eu te amo mais do que amo qualquer coisa nesse planeta. - disse.

-só não deixa a tua mãe escutar isso, ela vai ficar com ciúmes - ele falou me fazendo rir - eu te amo mais do que tudo, não existe coisa mais importante pra mim do que você. Minha filha. Sempre minha filha.

Um médico entrou.

-eu sinto muito mas o tempo de visita acabou.

E aí eu me dei conta. Era a última vez que eu via a tua cara, escutava a tua voz, conversava contigo.

- eu te amo tanto, tanto tanto - eu o abracei. - você sempre será o meu pai e eu não vou te esquecer nunquinha. Não se esquece que eu te amo.

Com a voz fraca ele respondeu :

-eu te amo. Minha filha. Te amo.

E eu soltei a tua mão, pai. Pra sempre.

Te permiti ir. Por mais que eu não quisesse.

4 horas depois.

Eu dormi. E foi como esquecer de tudo por uns minutos. Alguém me cutucou fazendo com que eu abrisse os olhos.
Era o médico.

- familiares de Rodrigo Label?

-sim, somos nós. - minha mãe afirmou.

-eu tenho notícias.

Meu coração sorriu.

-elas não são boas.

Meu coração murchou.

-eu sinto muito.

E foi aí que o meu mundo desabou.
Você havia se ido, pai.
E o que eu mais queria, era te ver sorrir de novo.
     
Eu te amei pai. Eu te amo pai.

Agora o que resta é um grande vazio no meu coração.

Já sinto a tua falta.

wrong number | taylor caniffOnde histórias criam vida. Descubra agora