Escape for salvation

25 2 0
                                    


Troy

- Como você  deixa uma coisinha tão estúpida fazer isso com você? - meu pai grita dentro do quarto do hospital. Já faz três dias que estou internado, o médico diz que apenas fiquei inconsciente por causa da pancada mas que nada de grave aconteceu com minha cabeça, apenas quebrei algumas costelas e ganhei algumas cicatrizes.

-Aquela cadela desgraçada, eu te avisei para acabar com ela, olha em que ponto chegamos, você está em uma cama - Escuto seus gritos e vejo ele arremessar o vazo de flores que recebi dos fãs contra a parede.

-Pai eu n...- tento falar enquanto sento na cama, meu corpo ainda está dolorido mas nada grave.

-Trate de esforçar e se recuperar você terá uma semana para se livrar daquela vadia ou eu mesmo farei isso e acredite meu filho eu não sou você que deixo serviço pela metade.

Acho que meu pai escutou as batidas do meu coração, a dor sumiu e o pânico me cercou, ele iria se livrar dela? ele iria mata-la?

-Uma semana Troy, e meu filho para de ser tão ingênuo e observa com mais atenção ao seu redor.

Richard Blackburn sai batendo a porta com toda força me fazendo estremecer.

E agora?

Kayller

Três dias.

Três dias que ele está no hospital, três dias que eu quase o matei.
Meus olhos estão mais vermelhos que o normal, meu cabelo está preso em um coque todo bagunçado.

Pego mais um copo de vodka e volto a mexer no motor do meu carro.
Não consegui encarar Kat, não conseguir encarar ninguém, apenas fugi para cá o mais rápido possível.
O galpão do meu irmão.

Minhas mãos estavam sujas de graxa e minha roupa tinha pequeno furos aqui e alí, sinto aquele aperto no peito e novamente começo a chorar em silêncio.

-Vamos Kay você precisa fazer isso - resmungo enquanto as lágrimas escorrem por meu rosto trilha meu queixo e pinga - Vamos Kay, você pode, quando eu fui tão fraca?

Continuo falando sozinha pelo resto da tarde.
Meu celular estava na mesinha de ferramentas, eu o havia deixado desligado.

Já havia passado horas, o fim do terceiro dia.
Respirei fundo quando sai do box embaçado do banheiro e olho no espelho vendo minha imagem toda embaçada.

-Você pode fazer isso - repito e vou me trocar.

(...)

Meus pés estavam colados no chão da entrada daquele hospital, era quase três horas da manhã.

Naquela tarde tomei coragem e liguei meu celular, depois de escutar inúmeros recados de Kat e dá outras retornei para a vadia que atendeu com um grito.

Katherine é o tipo de garota cheio de contatinhos bastou um  acordo e ela conseguiu convencer seu amigo a me deixar entrar pra uma visita rápida.

-Kayller Issartel? - um médico vem andando em minha direção, sorrio ao ver se aproximando é bonito muito bonito.
Seus olhos verdes combinam com a pele clara e os cabelos loiros, o jaleco branco faz com que ele se destaca, aposto que tem uma mulher no pé a cada meia hora, o homem a minha frente pode ser chamado de o verdadeiro colírio.

-Sim - respondo, tentando não demonstrar a fragilidade de minha voz.

-Sou Alexander Benzo, Katherine me ligou você terá dez minutos creio que ela já te informou.

Ele sorri me mostrando os dentes alinhados.

-Vamos.

Concordo com a cabeça e sigo o médico pelo corredor silencioso daquele hospital, sinto uma sensação tomar conta do meu corpo, uma sensação na qual não consigo explicar.
Minhas mãos tremem e ficam suadas e meus olhos enchem de lágrimas que não derramarei.

BLACKBOURNE (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora