Jenny :
Sabe...você acorda...não sabe onde está...não se reconhece...As pessoas quando saem de casa e te encontram por aí,perguntam "bom dia,tudo bem?" e você responde "bom dia,tudo sim,e você?"
Você...realmente se importa em saber se essa pessoa está bem?Acho que não...por que,se ela não tivesse perguntado,você também não perguntaria...E vice-versa.Ninguém se importa com ninguém,somos obrigados a viver atuando.Viver não,sobreviver.
Nossa...Que baboseira...Porque não somos logo trogloditas uns com os outros,não é?
Não seria mais sincero?
Acho que seria...
Ninguém falaria com ninguém,sem palavras,sem feridas.
Melhor do que ser ferida...várias,várias e várias vezes,até não se aguentar "de pé" depois de tantos insultos...e depois disso...ainda simplesmente te perguntam...Tudo bem?
É difícil.Muito difícil.É odioso.É desprezível.
Desprezível.
Essa palavra pode me definir facilmente,afinal,qual a importância da MINHA existência?Eu sacrifico as pessoas pra viver...eu sou uma covarde.
Eu sou uma desprezível.Eu não mereço viver.
Acordo com o barulho do despertador de Meg,esqueci que dormi aqui,e que pela primeira vez soube o que é "ser feliz" na noite passada...Mesmo que eu não acredite que felicidade exista realmente.Ninguém é feliz a todo tempo.
Hey!- Meg disse - acorde dorminhoca,você vai tomar café,e já vai embora...gostaria que ficasse um pouco mais aqui,porém seus pais te chamaram mais cedo.
-Meu pais?Eles nem se importam...-Fechei os olhos ignorando o "mimimi" de Meg.
-Ah,você estava tão divertida ontem,hoje já voltou...E o meu irmão?
-Dane-se seu irmão- abraço minha coberta.
Meg tenta me puxar a força e por fim consegue me tirar de lá,descemos e fomos comer.
O café da manhã foi um silêncio total.
Sabiam de algo que eu não sabia?
Geralmente eu sou o assunto...Eu sou sempre o assunto.A ovelha negra,a semente ruim.Eu sou algum tipo de bipolar?Ontem mesmo estava me divertindo vendo o rosto corado de Nicolas,rindo das revistas de Meg...
Momentos.
Apenas momentos.Você se importa?
Eu também não.
Eu sei que você não se importa.Insisto pra voltar para a minha casa sozinha,porém Meg interviu tantas vezes que resolvi ir com ela.Não tão alegre quanto vim ontem.Mas fui.Com a minha normalidade anormal.
Me despeço de Meg e entro em casa,ignorando meus pais a me esperar,ignorando o mundo lá fora.Ignorando minha própria existência.
Antes mesmo que eu piscasse,já estava em meu quarto,jogada naquela cama de lençóis escuros e fronhas negras,pondo-me a pensar qual seria a minha punissão...A culpa realmente não foi minha?
Ninguém sabe...Na verdade todos sabem,ninguém quer ajudar,e eu não quero ajuda de ninguém.
Ser odiada ser tornou normal.
Ser depressiva se tornou normal.
Ser desprezível se tornou normal.Escuto uma batida na porta.
Minha mãe.
O que eu poderia esperar,um monstro De Calalini?-Filha,como foi na casa da sua nova -
-Não se atreva a continuar essa frase,ela não é considerada minha amiga,amizade não existe,só um jogo de interesses,e o interesse dela,é descobrir minha verdadeira história.
Antes que ela falasse mais alguma coisa,fechei a porta para não ouvir.
Eu sou realmente desprezível?
Afinal...
Quem se importa?
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Mundo Inverso | Parado Por Tempo Indeterminado
DiversosAVISO! A história do PASSADO da Jenny foi inspirada na história da Amane Suou de Grisaia Series, mas fora isso, a história é TOTALMENTE DE MINHA AUTORIA. Plágio é crime, se copiar eu mato, se se inspirar dê os créditos.Boa leitura! ^-^ Jenny vivia t...