Capítulo 4

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Tudo estava silencioso, mas não na cabeça de Rafael.
Sua mente procurava possibilidades para o que estava acontecendo, para que criatura seria responsável pelo massacre do Arsenal de Dário. Como também estava perdida ao relento. O grupo andava calmamente, com todos distante dele, que liderava a caçada metros à frente. Sempre buscando seguir os rastros deixados pelo responsável, como também para averiguar a situação. Seus olhos e ouvidos atentos buscavam ruídos, grunhidos, rugidos ou o simples som de bater de asas. Mas apenas conseguia ouvir a conversa paralela do grupinho atrás de si.

O céu límpido sobre sua cabeça, com nuvens brancas deslizando sobre o azul lhe acalmava. O dia estava perfeito, e a ausência de nuvens carregadas ajudava. Sem trovoadas para atrapalhar sua percepção, ou céu escuro para atrapalhar sua visão. O ar que encheu seus pulmões era puro, limpo e revigorante. Não dá para culpá-lo por perder a atenção, se deixando levar pela bela natureza que o rodeia. Não é todo dia que alguém tem a possibilidade de vislumbra-la, ou mesmo de parar para senti-la. 

Mas ele não devia estar fazendo isso.
Quando voltou a si, percebendo que tinha se demorado alguns segundos, ou minutos, nessa admiração ao céu, notou que havia deixado de olhar para baixo. Para os rastros que deveria seguir. Metros se passaram, e quando seus olhos voltaram para baixo, os rastros não mais estavam lá.

  — Droga. — praguejou. 

Virou-se para trás.
E ao virar, seus olhos encontraram algo diferente em um prédio paralelo a rua em que estavam. Através de uma janela, uma silhueta cintilante passava no escuro. Cintilava como uma pedra ônix. Ele conhecia esse cintilar. Ele viu criaturas dracônicas demais para reconhecer o cintilar da luz em escamas. Era um dragão! Era alguma espécie de dragão!

Droga! Merda! Merda! MERDAAAAAAAA!!!!

Sua mente inundou-se de pensamentos.
Em fronte a ele, estava seu grupo, caminhando tão casualmente em uma conversa produtiva. Mas logo ao prédio, ao seu lado, vinha um perigo. Ele não sabia o que fazer! Ele deseja alertar seus companheiros, mas como fazer isso sem alertar o perigo? Ele poderia correr até eles e avisar sorrateiramente, mas não daria tempo. Até ele chegar, a criatura já teria escapado do prédio e os encontrado. Poderia também fazer sinais, mas até perceberem e entenderem o que quer dizer, seria tarde demais. Fazer barulho talvez funcionasse, mas novamente teriam que entender rápido o suficiente, e tempo não é algo que ele tinha a sua disposição.

Ele não teve escolha.
Ele precisava gritar. E fora o que fez, iniciou sua corrida rumo ao grupo, e soltou a todos pulmões.

  — CORRAM — gritou ele, correndo. 

O grupo teve sua atenção roubada pelo grito de alerta, e sua atenção fora diretamente para o loiro que vinha correndo. Ele gesticulava, apontando para o prédio à direita do grupo.

— SAIAM DAÍ! — alertou. — TEM ALGO NAQUELE PRÉDIO!

E seu alerta fora bem recebido. O grupo imediatamente virou-se para o prédio. Tiveram a reação de procurar o perigo antes de começar a correr. Mas o que lhes faltava era tempo. Tempo esse que eles não tiveram sequer para processar o prédio, pois logo que este surgiu diante de seus olhos, um som estrondoso de uma pancada sobre metal lhes enchia o ouvido.

Clara e Daniel apenas sentiram uma brisa soprar sua pele e balançar os cabelos longos dela. E o grito cortado de Dave para lhes mostrar o que realmente tinha acontecido.

Uma porta fora arremessada, vindo do prédio, que acertara em cheio o corpo de Dave e por sorte não atingiu os dois próximos a ele. A força da porta fora tamanha que arrastou o corpo já sem vida dele, até que ficasse preso contra um carro. A porta atravessando seu corpo e quase partindo-o ao meio.

[CONTO] Balaur e a Gema do Dragão [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora