THREE

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Chegando em casa vi no relógio que já eram 14:10. Tomei um banho e vesti um short jeans e uma blusa do hora de aventura, eu posso ter 18 anos mas mesmo assim gosto de como eles nos tiram da realidade. Desci pra cozinha e vi Mary, corri para abraçá-la.
- Mary!-falei animada.- Não vi você no café da manhã e pensei que tinha ido embora.
- Não minha flor, vou sempre estar aqui.-falou se desprendendo do meu abraço de urso, literalmente,rsrsrs.
Apesar de Mary ser uma das nossas secretárias tinha ganhado um lugar no meu coração, pois desde bebê ela cuida de mim, minha mãe está presente às vezes e o meu padrasto também mas não é a mesma coisa, eles estão sempre viajando e quase não têm tempo para mim, por esse motivo Mary ganhou meu coração.
- Mary, uns amigos meus vão vim aqui pra casa, fazer trabalho, e eu preciso de materiais, têm como pedir pra alguma das meninas pra irem na papelaria?
- Sim minha flor. Vou pedir imediatamente.
- Okay, obrigada Mary.
- Disponha.
Como ainda eram 14:50 e estava marcado às 15:30, vou assistir um pouco. Liguei à tevê e coloquei em um desenho: Hora de Aventuraaaa. Passou um tempo e ouvi o barulho da campainha. Andei até a porta e abri.
- Hey Neto.- falei sorrindo.
- Hey Mady.-falou com a sua voz rouca que eu adoro.- Trouxe o cartaz.
- Ah, bom...entra.
Quando ele entrou se espantou com o meu cachorro.
- Caralho mano, o que é isso?- gritou e eu comecei a rir quando o Pugg meu cachorro se jogou no Neto querendo brincar.
- Para Pugg.- falei e ele parou imediatamente.
- Pelo menos ele é obediente.- Neto falou se levantando do chão, ele tinha caído kkk.
- É. E muito danado também.- Sorri pro Neto.- Você tá bem?- perguntei.
- Melhor agora.- ele deu aquele sorriso maroto.
- Que bom que você tá bem.- olhei pra ele com vergonha. Pugg latiu.- Vá lá pra fora. Já!- me direcionei ao pugg, que saiu rápido do hall de entrada da sala.- Senta aí Neto, fica a vontade.
A campainha tocou e fui abrir.
- Hey Vini!- abracei ele.
- Hey princesa.- deu um sorriso lindo.
- Eu tô aqui também tá?- Vih reclamou fingindo estar bravo.
- Hey Vih, tanto tempo que eu não te vejo.- ironizei.
-Hey Mady, faz tanto tempo mesmo!!!- ironizou também.
- Vamos logo!- Vinicius mudou o rosto e ficou nervoso, pegou minha mão e fomos pro corredor perto da piscina.
- O que deu em você? Cê tá louco? Ou só tá tendo uma crise de testosterona?- perguntei com raiva mas me controlando.
- Eu não sei o que deu em mim, e não,eu não estou louco nem tô com uma crise. É que...- ele ia falando quando Neto chegou.
- Temos trabalho a fazer... ou vocês esqueceram?- perguntou furioso, o que deu neles agora? tão tudo doido ou é eu que... sei lá o que!
- É. Não dá pra ficar de lenga-lenga aí.- Vih chegou do lado do Neto.
Pronto, a festa tá completa aqui, três homens tendo um aumento de testosterona no corpo, e eu aqui, baixinha no meio de três caras com uns 1,80 por aí. Seria uma boa hora pros alienígenas virem me buscar. NÉ ?
- CALMA GENTE! O QUE DEU EM VOCÊS? ELE SÓ IA ME FALAR UMA COISA!- gritei furiosa.- O que você ia me falar mesmo?- perguntei mais calma.
- Nada. Não é a hora certa ainda. - respondeu Vini.
- Okay. Vamos fazer o trabalho.- saí deixando os três discutindo. Me virei para observar a cena de três crianças brigando. Aff que saco!- Vamos logo Caralho!- gritei e os três me olharam surpresos.- Se vocês vão ficar aí brigando por sei lá o que, eu vou ter que tirar vocês da minha casa, vou fazer o trabalho SOZINHA! E ganhar os pontos SOZINHA!- gritei nas palavras " sozinhas"- Vocês querem ficar sem pontos? É só falar.
- Não. - os três responderam.
- Beleza, então parem de agir como crianças, pois vocês já têm 18 anos, ajam como homens, por quê é isso que vocês são: Homens, e não crianças. Vamos pra sala.
Eles se entreolharam e me seguiram até a sala, chegando lá me sentei no sofá e eles fizeram o mesmo com cara de raiva. Lá vem testosterona de novo.
- Rum hum hum, podem parar de ficarem com essa cara de raiva pra mim, eu não fiz nada.- me defendi tentando quebrar o clima tenso que tá aqui.
Eles se olharam e começamos a sorrir. Comecei a mexer no celular quando escuto a campainha tocar. Merda, eu não tenho sossego.
- Vocês chamaram alguém?- perguntei.
Só balançaram a cabeça em negação e continuaram mexendo em seus celulares. Quem é que tá batendo na porta então? Fui até a porta e abrir vendo ele de novo, será que ele não se cansa?
- Me desculpa Mady.- Ele estava com os olhos vermelhos e inchados.
- Como você sabia que eu moro aqui?- perguntei.
- Isso não importa!- disse ele.
- Te deixaram entrar?- gritei.
- Para de gritar! - me pediu.
- Não!- respondi voltando pra dentro.
- Eu te amo.- a minha cicatriz ainda não estava cicatrizada então quando eu ouvi essas palavras parei no lugar onde eu estava e comecei a chorar.- Sério Mady, eu te amo pra caramba.- Lourenço me abraçou e começou a mexer no meu cabelo.- Sempre te amei.
Comecei a pensar na possibilidade dele estar falando a verdade e pensar que ele me amava como antes. Mas o ódio que eu sinto dele foi mais forte e lembrei do que ele fez.
- Me solta, vai embora.- me desprendi bruscamente dos braços dele.
- Mady! Por favor!
- Por favor digo eu, vai embora.- estou começando a ficar com raiva de novo e dessa vez eu não vou me controlar.
- Caramba Mady, deixa eu ficar.- pediu um um meio sorriso.
Sério que ele está sorrindo ?
- VAI EMBORA LOURENÇO, VAI EMBORA E ME DEIXA EM PAZ.- gritei.
- Eu não vou.- resmungou ele.
- Vai, você vai sim. Você me machucou e isso é uma coisa que eu não vou permitir alguém fazer de novo comigo, não vou me rebaixar a esse ponto. AGORA VAI EMBORA!
Neto chegou na hora, graças a Deus.
- O que aconteceu flor? - me perguntou - Quem é ele?- perguntou olhando pro Lourenço.
- Ning...- Lourenço me interrompeu.
- Eu sou o Lourenço Valbon. - se vangloriou.
- Sim, mas o que ele faz aqui?- Neto perguntou.
- Nada, ele é um idiota que voltou atrás de alguém que ele não vai ter, não mais.
Neto segurou minha mão e disse:
- Já que não é nada, vamos entrar?
- Quem você pensa que é pra pegar nela assim?- perguntou Lourenço irritado.
Neto olhou pra mim e viu que eu fiquei com raiva quando Lourenço falou daquele jeito com ele, então ele apertou mais a minha mão e sorriu olhando pra mim e disse:
- Eu sou o namorado dela.- olhei pra ele com surpresa.
- Como? - Lourenço se fez de desentendido, só pode né? Porque deu pra endender.
- Isso mesmo que você ouviu, ela é minha namorada.- Neto falou novamente.
Lourenço me olhou com uma cara triste. Vi uma pequena lágrima saindo de seus olhos castanhos claros. Não senti nada além de ódio por ele ter me traído com a minha ex melhor amiga no dia do meu aniversário.
- É melhor você ir embora.- falei seca.
- Ela é uma garota especial, é mimada talvez um pouco mais que o normal mas... é uma pessoa maravilhosa, inteligente e retruca tudo que a gente fala. Eu amo ela e espero que você faça o mesmo, por que a jóias mais raras não são fáceis de encontrar e você está com a mais rara de todas ao seu lado. Ame ela, só peço isso, faça o que eu não fui capaz de fazer.- Lourenço falou olhando para o Neto que o olhava e ouvia suas palavras com atenção.- Estou indo para Belo-Horizonte às 19:00 hs, se precisar de alguma coisa, eu ainda vou estar aqui.- dirigiu seu olhar para mim.
Continuei com a postura séria e segurando firme nas grandes mãos do Neto.
- Adeus Lourenço.- falei.
Ele entrou em um carro sofisticado e sumiu na rua do meu quarteirão. Quando ele foi embora abracei o Neto forte e comecei a chorar.
- Obrigada por estar aqui.- falei fungando sentindo o cheiro amadeirado da sua jaqueta.
- Sempre vou estar aqui, te conheci hoje mas já sei o suficiente pra ficar aqui, com você, pra sempre.- falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Ele deu um sorriso que era de enlouquecer mas a sua voz era mais tentadora ainda.- Vamos entrar?- ele perguntou.
- Sim.- me desprendi dos seu braços fortes e limpei meus rosto com a barra do meu moletom.
Fomos entrando na sala e Vini veio me abraçar. Neto só revirou o olho e pegou o celular.
- Por que você tá chorando?- perguntou me olhando de cima pra baixo.
- Nada de importante.- respondi fugindo do assunto.
- Okay, ouvi você gritar mas pensei que não fosse nada. Tentei ir ao banheiro mas me perdi, depois encontrei com a ajuda da sua secretária, tá isso não importa. Já que você está bem vamos continuar o trabalho.
- Vamos.- sorri pra ele.

Hearts Attack <pausada por um tempo>Onde histórias criam vida. Descubra agora