Capítulo 1

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Podemos chegar a um ponto da vida que estamos perdidos ?
Eis a questão.

Você pode ser muitas coisas durante a vida, mas aos 33 anos de idade, já vi muita coisa acontecer e eu ficar para trás.

Eu tinha uma namorada, ela me largou por um cara, um presidiário, que nem conhecia pessoalmente.

Consegui uma bolsa de esporte na faculdade, fui jogador na NBE e aos 25 anos minha carreira acabou por causa de uma lesão.

Tinha uma noiva, me deixou após perceber que ainda amava minha ex-namorada. A mesma ex que eu ajudei a ficar com o seu marido, a mesma por quem continuo apaixonado.

Não sei como parei aqui.

O dia estava chuvoso, eu estava aguardando do lado de fora de uma floricultura. Era exatamente cinco horas da manhã, poucas pessoas na rua, e os comércios fechados. Esse também era o único momento que eu poderia sair na rua, a população da minha cidade.

Como prefeito, eu era adorado por todos. Como eu disse, o verbo está no passado, pois agora eu sou o homem mais odiado. Todos acreditam que eu tinha roubado a cidade, mas não era verdade. Eu só não tinha como provar, mas eu ia ser inocentado.

Ouvi passos se aproximando, foquei minha atenção a pessoas que se aproximava. Reparei na blusa de moletom, o capuz escondia o rosto, mas ao olhar as pernas da pessoa, vestida com uma legging, percebo que é uma mulher.

Ela parou na frente da floricultura, tirou a chave do bolso e abriu a porta de vidro da floricultura.

Eu parei para observar cada passo da mulher, como ela olhava por seu ombro, quando ela focou sua atenção em mim.

Eu estava do outro lado da calçada, sendo encarado por uma mulher desconhecida. Eu sou Michael Finch, o prefeito de San Rafael, e mais um politico Corrupto.

O vento soprou forte contra o rosto da moça, tirando seu capuz e revelando seus cabelos escuros. Eu não olhei para ambos os lados da rua, para conferir se não vinha nenhum carro, só atravessei a rua.

Ao fica perto o bastante para perceber seus grandes olhos azuis, vi ela abaixar a cabeça e colocar o capuz.

— A floricultura já está aberta?

— Não, como você mesmo pode percebe, acabei de chegar. — manteve o olhar baixo, dei alguns passos para frente e ela para trás.

— Qual seu nome?

— Não interessa, por favor, volte às 10 da manhã, preciso arrumar as coisas. — não esperou eu dizer mais nada, apenas se virou e entrou, fechando a porta de vidro.

Eu precisava de flores, não podia vir até o centro da cidade a este horário, a não ser que eu quisesse ser "assassinado". Bati na porta de vidro, ela não virou para abrir. Então bati mais uma vez, e pedi para que abrisse.

— Por favor, eu só preciso de buque. — ela ficou algum tempo parada, então foi até uma bancada. Ficou olhando enquanto ela procurava alguma coisa, então se aproximou da porta, fiquei na expectativa, mas logo sumiu, quando ela pendurou a placa de fechado.

Imaginando que não conseguiria nem encomendar nada com a moça, me afastei da floricultura e voltei a correr. Minha casa não era muito longe dali, então o caminho foi rápido.

Cheguei em casa, fui direto para meu escritório, precisava do telefone da floricultura, quem sabe ela me responderia por lá. Sentei-me na frente do computador e procurei pelo local. Logo achei o site da loja, peguei o número e tentei ligar. Depois de quatro chamadas na caixa postal, decidi tomar outra atitude.

Senhor Corrupto - 2º - Série Senhores - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora