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Short Story.  

Nada mais escapava por parte do jovem, ainda desconhecido por Sehun. Preso ao chão, contra a parede que aquecia conforme o próprio calor do seu corpo, cada vez mais quente. Não se conseguia mover, assustado com o ambiente pesado que pressionava contra o seu peito cheio de batimentos oscilantes. Confusão. Uma grande confusão, mas mais do que isso, terror. Estava diante do Príncipe coreano, mas não se sentia num conto de fadas. Pelo contrário. O Homem que se dispunha na sua frente era tão conhecido pela sua beleza icónica como pelo seu forte temperamento bipolar. Muitos foram os acidentes no palácio, todos eles envolvendo o futuro Rei e os seus ataques de raiva. De certeza que não se queria ver num desses.

- O próprio. – O maior olhou o outro rapaz com pouca paciência. Já não bastava ter estragado a sua saída, estava agora a fazê-lo perder o seu tempo. - Comeram-te a língua? Ou só falas para me insultar? – Algo nas palavras do príncipe causava arrepios na pele do recetor.

Nenhuma resposta se ouviu no lugar praticamente silencioso. Isto só pareceu irritar ainda mais Sehun.

- Qual o teu nome? – Ao voltar a aproximar-se de onde estava, recebeu um grito agudo, embora abafado. A sua face torceu numa expressão de confusão, um tanto nojo. – Pára de fazer isso e responde à pergunta ou eu dou-te uma razão para gritares a sério. – Nada no tom de voz de Sehun soava como uma brincadeira. – Qual o teu nome?

Engolindo em seco, numa procura de palavras certas, só uma se ouviu. – L-LuHan. – A sua voz era insegura, assim como as suas ações. Toda aquela aproximação ao príncipe fazia-o puramente desconfortável. Sentia-se exposto a um predador que queria mais do que tudo evitar.

Do outro lado, o príncipe parecia saborear a suavidade do nome na sua cabeça. Queria dizê-lo ele mesmo.

- LuHan. Hm. – Oh como o rapaz desejava não gostar da forma de como o seu nome era dito. Soava mais preciso quando ele o dizia.

O chinês recusava-se a olhá-lo diretamente, esquivando qualquer olhar que fosse captado na sua pessoa. Era irracional, um medo qualquer de que o príncipe o fosse devorar se ele o olhasse. Coisas da sua cabeça.

- Certo, LuHan. – Ainda que não estivesse interessado no rapaz, não conseguia esconder a mínima curiosidade de ver o seu rosto. E podia fazê-lo. Era o príncipe, se quisesse que o rapaz se mostrasse, ele teria que o fazer. Coisas de que Sehun se convencia a si mesmo para se sentir um pouco melhor acerca do facto de ainda estar ali, quando podia simplesmente ir embora. Que lhe interessava aquela interação vulgar?

- Qual é a tua função aqui? – Os seus olhos escuros procuravam algo para fixar. Um par de olhos que o olhasse de volta. Mas LuHan mantinha-se quieto, mais interessado em dar atenção às bordas descosidas da sua camisola velha. Olhar aquele homem estava fora de questão.

- A biblioteca... eu trabalho lá. – Oh Sehun encontrava-se fascinado. Todas as palavras que saíam do outro eram curtas e calculadas, envolvidas naquela voz aveludada. Irritava-o o quanto ele queria ouvir mais de um mero trabalhador como LuHan. Mas os seus fascínios e adorações puco duravam. Quase por impulso, bateu com o seu punho na parede, a poucos milímetros do rosto escondido do menor. Levantou o seu tom de voz, sem sequer pensar duas vezes. Se LuHan se queria esconder antes, agora queria simplesmente fugir.

- De que tens medo? Hah? Não me consegues olhar sequer? – A agressividade envolveu-se na voz do príncipe loiro, que naquele momento já quebrara qualquer barreira de espaço pessoal. – É de mim? – Tudo no corpo de LuHan gritava perigo, mas todos os seus sentidos de defesa estavam parados, não conseguia mexer-se. Sentia-se observado, quente. A respiração de Sehun arrepiava-o, tocava o seu rosto por causa da forma de como Sehun estava a olhá-lo de cima. – Responde!

Num ato de receio, Han ignorou todos os sinais que recebia da sua mente e largou-se do príncipe. Escapou da sua proximidade num movimento rápido, vendo apenas as suas costas. Estava agora tão exposto à luz como Sehun. Quis encará-lo. Segurava as bordas da sua roupa com força, para se estabilizar ao ver o maior virar-se para si.

- Nada disso. E-eu só me quero ir embora sua alteza. – LuHan finalmente dera voz aos seus medos.

Toda a irritação sublime que os olhos do maior continham se dissipou, ao virar-se para encarar as pérolas misteriosas que tanto procura durante aquele curto espaço de tempo. Não esperava ver o que vira. Nem sabia como aquilo o afetara.

O rapaz. LuHan.

Encaravam-se um ao outro, num silêncio ensurdecedor que durou segundos e horas. Ou tempo nenhum. Sehun perdera a noção dos pormenores. Encontrava-se perdido no olhar brilhante do rapaz na sua frente. Assim como LuHan, que entreabrira os seus lábios, não sendo capaz de falar. Qualquer movimento era ignorado, passava completamente despercebido no ambiente pesado que se instalara no pequeno armazém de arrumações para onde o príncipe os arrastara.

Só quando se ouviu os passos pesados de alguém do outro lado da porta, Sehun quebrou o transe. Ou o que quer que aquilo fosse. Desviou o seu olhar do de LuHan dolorosamente rápido, virado para sair.

- Que isto não se repita. – A voz áspera de Sehun soava mais suave agora, mas essas foram as últimas palavras que o chinês ouvira. LuHan encontrara-se a desejar ouvir mais, para o seu mal. Desejava voltar a sentir o toque do príncipe que nunca chegara a sentir.

Oh Sehun tinha-o deixado sozinho, para lidar com quem quer que fosse que notara o barulho vindo do espaço. Também ele não devia estar na ala oeste do palácio àquela hora.

Estava completamente tramado. Tudo por causa do príncipe impulsivo. 

(...)

Mei x

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⏰ Última atualização: Sep 08, 2017 ⏰

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