capítulo 31

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Dizem que seu psicológico lhe trai em momentos de adrenalina, elabora cenários horríveis e te consome ao medo. Eu tive o azar de comprar essa teoria.

Meu corpo dói, fome e sede brigam para vencer o pódio de necessidade, e o escuro, bom, eu tenho medo de escuro.
Oro para sair viva, outrora oro para morrer com paz e sem dor.

O que é pior? Morrer lentamente ou saber que irá morrer?
Não tenho uma resposta. Talvez tenha enlouquecido aqui, a vida é mesmo uma cadela. Gostaria de dizer adeus ao Dom, confessar que ele foi a melhor coisa em minha vida, abraçar Gabe e dizer que ele será um médico igual ao pai, queria sorrir para os gêmeos White e desejar que não deixem os Carter's loucos, trocaria meu último suspiro para dizer adeus aos meus pais.

Mas estou aqui, presa e com a morte a espreita.

Quando tinha doze anos, pedi ao meu pai que fizesse um balanço nos fundos da nossa casa, papai passou horas de um domingo montando meu balanço de madeira. Foi o melhor dia da minha vida na época.
Sempre que estava aborrecida ou raiva, corria para meu balanço de madeira e balançava por horas, mamãe sempre disse que ele era minha válvula de escape.
Quando me mudei para Nova Iorque eu perdi minha válvula de escape. Até conhecer ele, soube no dia que nos esbarramos no saguão do prédio que ele seria problema.

Eu estava errada.

Dominic Carter se tornou o meu balanço, e mais uma vez, eu vou partir.

No silêncio do quarto ouço passos se aproximarem da porta, logo Dylan surge com um sorriso tão perigosamente feliz que temo.

-Se comporte! Temos visitas!-ordena.

Não respondi, não tenho forças para isso.

Ele me desamarra e me arrasta bruscamente por um corredor até chegar a uma antiga garagem. Então estamos em uma casa.

A iluminação fere meus olhos e Dylan me joga contra um canto. Tento ficar consciente e me apoio na parede.

-Aqui está nossa cadela de ouro!-Armstrong diz rindo.

-Interessante.

Essa voz.

Levanto meu olhar e meu coração acelera. Edgar, o loiro de olhos verdes me encara e sorri de canto, não sei dizer se por alívio ou surpresa.

-Não é linda? Essa vadia dorme com um Carter... O playboy vai pagar uma grana preta por ela!

Edgar que segura uma arma na mão direita ri alto. Assustadoramente alto.

-Sabe por que nunca faço negócios com viciados como você Dylan?-Norris aponta sua arma para ele-Porque são idiotas!

Dylan tenta buscar sua arma, mas Edgar atira primeiro na perna do homem.

-Podemos dividir o dinheiro...-Armstrong berra entre a dor.

Ed olha para mim e passa por cima de Dylan como se ele fosse um pedaço de lixo-O que ele é.

-Você está horrível morena...-diz se agachando ao meu lado-Aquele oxigenado está a ponto de chamar a CIA para te resgatar...

Dominic.

-Oi...Ed...-cumprimento aliviada.

-CONHECE ESSA VADIA?-Dylan grita horrorizado.

Norris se volta para o homem e sorri.

-Você sequestrou alguém importante para mim... Eu não gostaria de ser você agora...-diz e atira mais uma vez contra Dylan, mas dessa vez no ombro-Acalme-se... Não vou deixar você morrer tão rápido!

Doce ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora