Jogada Irresistível {H.S}

||Capítulo 25||

"Lábios que eu beijo. Agora, se estamos falando de corpo você tem um perfeito, então coloque-o em mim. Se você me amar direitinho nós transaremos para sempre de novo e de novo" (Tove Lo - Talking body)

Charlote pergunta como e quando eu e Harry nos conhecemos. Notando meu nervosismo ele se apressa em responder, mesmo que eu não tenha lhe dito nada. 

— Las Vegas, em um dos hotéis da família de Olívia. Meu amigo é noivo da irmã dela, foi quem nos apresentou — explica e então é a vez da avó dele falar.

Céus, eu me sinto uma mentirosa, é isso o que eu sou. Não deveria me sentir assim, mas algo sobre omitir a verdade para essas pessoas faz meu estômago revirar e tudo o que eu quero é dar o fora daqui.

— Espero que você não seja mais uma daquelas mulheres que se entregam aos prazeres mundanos de Las Vegas, querida — o suco que estou bebendo interrompe seu caminho me fazendo engasgar. Nem quero imaginar o que ela pensaria se soubesse as coisas que já fiz.

— Estou brincando meu bem, não se preocupe — ela sorri calorosamente passando a mão em minhas costas.

— Nos fale um pouco sobre você — Edward pede. Olho de soslaio para Harry que assente me encorajando.

— Bem, nasci e cresci em Las Vegas, mas quando era criança eu e Flora, minha irmã, vínhamos passar férias de verão na casa da nossa avó Nelly, em Manchester.

— Espere, você é neta de Nelly, Nelly McQueen? — McQueen é o sobrenome da família da minha mãe, infelizmente nem eu nem Flora o herdamos porque mamãe o substituiu pelo Cooper de meu pai.

— Sim. A senhora a conheceu? 

— Ó meu bem,  sim! costumávamos frequentar o mesmo clube de senhoras. Não se lembra de mim? Eu gostava de chamá-la de menina da Nelly e sempre fazia chocolate quente quando você e Harry voltavam para casa parecendo dois porquinhos após brincarem na rua! — e então, é como se um interruptor fosse ligado. O menino... meu joelho ralado... ele perguntando se estava doendo... era Harry!

Todos ficam chocados e maravilhados como a revelação,  já eu fico paralisada ainda absorvendo o fato de que não o reconheci. Harry parece pensar a mesma coisa que eu a julgar por sua expressão.

— Você era o garoto banguela que me fez cair naquela poça de lama! — exclamo caindo na risada ao lembrar de como ele era esquisito quando mais novo, quem imaginaria que aquele menino se tornaria um homem lindo?

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No final, a tarde acabou sendo maravilhosa até que Harry e eu saímos à francesa para a chácara, que na verdade é uma cabana. Caminhamos alguns minutos entre conversas e risos até chegarmos em trilha de pedrinhas que leva ao lugar.

— Uau, que lindo! — suspiro surpresa. Harry caminha na frente por uma escada lateral que leva a uma varanda estreita. Observo que na porta de madeira tem uma lamparina igual as que ficavam nos portes antigamente.

— Se gostou da fachada, espere até ver por dentro — ele antecipa enquanto destranca a porta.

Entro atrás dele e confesso que nunca vi nada tão bonito. Todos os cômodos se resumem a uma sala que se junta com a cozinha pela ausência de paredes e uma porta que leva ao que acredito ser o quarto. Todos os móveis são de madeira rústica e o chão é de piso vinílico marrom.

— O que achou? 

— Isso é incrível, de verdade — respondo com adoração na voz, olhando tudo o que minha vista alcança e escuto seu sorriso de sino satisfeito.