Capítulo Cinco

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A autora (semi) boazinha resolveu que mais um capítulo hoje não seria má ideia...

Se gostaram, votem. Podem comentar também. Charlie, Adam e Thomas estão curiosos sobre a opinião de vocês.

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Deitada ao lado do namorado, cerca de um ano depois de ser obrigada a dar baixa do Exército, Charlie tinha novamente o mesmo pesadelo, que sempre começava no mesmo ponto, quando a então sargento Charlie Rivera estava na sala de reuniões estratégicas, opondo-se fortemente ao plano de usar seus homens como isca para distrair terroristas e com isso facilitar a infiltração de um grupo SEAL no esconderijo deles e eliminando o alvo, um dos líderes do recente atentado contra uma embaixada.

A ideia era dividir a patrulha em três jipes e circular pela cidade parando em alguns locais onde os terroristas tinham olheiros. Depois da terceira parada as ruas por onde o comboio deveria seguir estavam fechadas por uma feira, outra por um cortejo fúnebre e a terceira por destroços. Sem outra opção, já que não poderiam voltar pela rua que vieram, decidiram cortar caminho por uma via larga, sem prédios nas laterais. Meio quilômetro a frente foi fechado por um caminhão e logo cercados por uma patrulha inimiga. Toda a equipe foi capturada sem luta, sem disparar um único tiro, colocados no caminhão e levados para lugar ignorado enquanto os jipes eram escondidos.

Apesar de não tentar esconder o fato de ser mulher, Charlie não parecia muito feminina. Seu cabelo tinha um corte prático e curto, não no estilo militar, mas bem diferente do cabelo comprido que usava quando mais nova. Além do mais, seus seios de tamanho médio ficavam praticamente desaparecidos depois de presos em um sutiã esportivo, camisa de malha, uniforme e colete, por isso os captores só perceberam o fato de ter uma mulher no grupo quando começaram a tirar os uniformes dos prisioneiros.

Por ser mulher ela foi imediatamente separada do restante do grupo e levada até o terceiro andar do local onde eram mantidos, usando apenas calcinha e camiseta; as botas e meias foram recolhidos; tomaram o cuidado de cobrir sua cabeça com um capuz. A sala onde foi empurrada era grande, com duas paredes de madeira, o teto era uma treliça que deixava perceber, pelo calor em sua pele, que ainda era dia. Com o capuz só pode saber que subiu dois lances de escadas, eles não tiraram a venda. Isso a enervava, não saber onde estava, o que acontecia. Charlie não sabia quanto tempo ficou naquele quarto até ser levada para outro cômodo, ainda com a venda.

Pelas vozes e sons que captava, Charlie diria que a sala tinha cerca de 30 homens, todos com roupas árabes típicas e armas. Ela queria era colocar as mãos em seu rifle de assalto, que a última vez que o viu descansava aos pés do que parecia ser o líder daquele um bando, um menino de não mais do que 15 anos. Depois de um curto debate, quando foi medida, olhada e avaliada, os homens concluíram que ela era magra demais, pequena demais e sem atrativos demais para valer alguma coisa como escrava, a venda daria mais trabalho do que lucro. Com isso foi levada um andar para baixo, depois de colocarem o capuz novamente sobre a venda, e jogada em um quartinho escuro, sem janelas. Assim que achou que estava só tirou o capuz e a venda, viu apenas um pano estendido no chão a guisa de cama, uma lata em um canto e nada mais. Depois de um curto debate interno Charlie sentou-se no tecido, que tinha um cheiro de poeira e mofo, tentando descansar, porque se pretendia escapar dali precisava estar descansada.

Mantendo-se calma avaliou o local, concluindo que era uma antiga casa ou palacete, com pelo menos três andares, contando o térreo. Algumas paredes semidestruídas, parte do teto faltando em alguns lugares e o chão repleto de detritos. Quando seu corpo começava a relaxar a porta foi aberta de maneira violenta e suas mãos amarradas novamente. Foi então levada para um quarto no mesmo andar em que estava, era maior, mais arejado, tinha uma cama e banheiro. Como não queria denunciar que falava com fluência o idioma deles, apenas apontou com a cabeça para o banheiro, esperando que entendessem. Foi levada até a porta e teve que usar o vaso com as mãos presas e dois homens olhando-a. Ao terminar foi amarrada à cama, com os braços e pernas abertos e novamente vendada, privada de um dos sentidos. Charlie nunca foi muito de rezar ou pedir qualquer coisa a Deus, mas pediu que não fosse estuprada, nunca nem tinha ido até o final com nenhum dos namorados.

Coração Dividido - Série Corações GuerreirosOnde histórias criam vida. Descubra agora