Malu

- Estou bem sim, mãe, e vocês?.- Pergunto com o celular na mão, enquanto tomo o café da manhã.

- Estamos bem sim, e a escola, como vão as notas?.

- Vai ótimas.- Agora sim não preciso mentir, pois realmente estudei nesses últimos dias.

- Algum gatinho novo?.

- Mãe!.- A repreenda e escuto sua gargalhada do outro lado.

- Ah filha, eu quero um noro.

- Isso não vai acontecer agora, sinto muito em lhe decepcionar.- Término de lanchar e caminho até o banheiro para escovar os dentes.

- Você já tem 19 anos filha.

- Justamente, tenho que estudar e conseguir uma faculdade boa.- Lavo a boca e saio do banheiro pegando minha bolsa.

- Quero netinh...

- Mãe! Nem termine essa frase.

- Tabom calma.- Ri.- Preciso desligar filha, chegou cliente.

- Tabom, beijos.- Desligo tranco a porta de casa saindo, a caminho da escola, tendo que infelizmente pegar ônibus novamente.

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Entro na sala e caminho direto para minha carteira. Observo a sala, Emily, Tifany e Jake não vieram hoje, juntamente de mais alguns alunos, deixando a sala meio vazia.

- Ok alunos.- O professor levanta de sua mesa.- Façam duplas.

Droga, justo hoje que Emily não veio?.

Todos começam a formar duplas, e eu continuo parada em minha carteira, eu não converso com quase ninguém da sala, e os que eu converso, já estão em duplas.

O professor olha para mim e Peter.

- Malu e...- Ele analisa bem Peter.

- Peter.- Peter fala.

- Ok Sr.Leonard, sente-se com a Malu.- Merda, era só o que faltava.

Fico esperando ele botar sua carteira ao lado da minha, mas ele não o faz, bufo levando minha cadeira pra frente.

- Vocês começaram a fazer o trabalho hoje, depois combinem de se encontrarem e irem terminando, porque é realmente grande.

Ótimo, já não basta fazer um trabalho em dupla na escola com esse garoto, agora teremos que combinar de fazer em outro lugar.

- E as pessoas que faltaram?.- July, uma das alunas, pergunta.

- Irei falar com os que faltaram depois, agora, irei entregar uma folha para vocês, e cada dupla escolherá um pintor famoso para falar sobre suas pinturas e tudo mais.

Falar sobre pessoas antigas, uma coisa que eu odeio.

- Então...- Começo, me virando para Peter, tentando ser amigável.- Qual pintor iremos escolher?.

- Eu vou ver depois.- Ele fala seco, sem olhar para mim.

- Ok.- Suspiro.- Porque o Jake não veio hoje?.

- Não interessa.- Responde na hora e eu enrrugo a testa.

- Vem cá, o que eu fiz pra você ser rude comigo?.- As palavras saem de minha boca antes de eu medi-las.

Ele olha para mim, com a face séria.

- E o que eu fiz pra você me encher o saco, justo eu?.- Fala olhando em meus olhos, me fazendo ficar extremamente ofendida. Desvio de seu olhar e olho pra frente, meus olhos começam a arderem e rapidamente eu os pisco.

- Acredite, eu não queria está de dupla com você.- Junto forças para falar.- Mas eu nós não tivemos escolha.

- Então não conversa comigo, assim ficará mais fácil.

Senhor, eu nunca vi uma pessoa ser tão grossa desse jeito, parece até que ele é infeliz.

Graças a Deus o sinal toca, rapidamente guardo minhas coisas e me levanto para sair do lado dele, e saio da sala.

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- EI!.- Grito para o décimo táxi que passa por mim que passa por mim.- Droga.

Desisto e começo a caminhar, só hoje, não irá acontecer nada.

A noite já havia chegado, e isso me deixa com mais medo ainda conforme vou caminhando. Um carro escuro para ao meu lado e é aí que meu coração acelera, mas logo se acalma quando o vidro é abaixado e Peter aparece, sério como sempre, pelo menos ele eu acho que não faria nada.

- Você é louca?.- Ele pergunta e eu franzo as sobrancelhas.- Entra.

Pede, hesito um pouco antes de arrodear o carro e entrar no banco do passageiro, espera aí, eu disse que nunca entraria neste carro, mas agora já foi.

- Você não tem medo de morrer né?.- Volta a perguntar, com fúria na voz, qual é o problema dele?.

- Do que você está falando? Como assim morrer?.

- Você...- Ele respira fundo, fechando os olhos.- Aqui é perigoso.

- Eu sei... mas eu não consegui parar um táxi...

Ele não diz mas nada, apenas da a partida. Ficamos a viagem toda sem trocar uma palavra, o que deu nele para me levar pra casa?.

- Chegamos.- Ele diz, ainda olhando pra frente.

- Obrigada?.- Soa mais como uma pergunta quando digo.

Ele não fala nada, então eu abro a portas e saio do carro, observo ele estacionar seu carro na garagem e fechar a porta da mesma.

Entro em casa e jogo a bolsa no sofá, me jogando em cima dela. Ligo a tv, e o que está passando no jornal me deixa atenta.

- Então quer dizer que você foi o único sobrevivente dos quatro mortos seputados.- O jornalista pergunta ao homem... eu conheço esse homem, era um dos que estavam com aquele desgraçado que quase me violou.

- Sim, e a cena que eu vi nunca mais vai sair da minha cabeça.- O homem faz um falsa cara triste, o ódio subindo por meu corpo por ele se fazer de inocente, quando deveria está preso.- Estávamos apenas conversando animadamente em grupo, quando chegou mais de 10 homens de preto, com armas e facas, mataram todos os meus amigos.- E começa a chorar.

- O QUE?.- Grito, que absurdo.

- Até agora não sabemos quem são esses homens de preto, estão desconfiando que eles vêm de uma gangue do local.- O jornalista fala olhando pra câmera.- estamos todos muito abalados com o ocorrido, com mais notícias, avisaremos a todos.

Homem cafajeste, deveria está era morto, e está aí se fingindo de inocente.

Eu poderia muito bem ir da meu depoimento, eu sou testemunha, eu sou a vítima, mas como eles acreditariam em mim, não tenho provas, e como vou explicar os corpos cortados. Lágrimas se formam em meus olhos.

Dêem notinha :) comentem tbm.

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