Capítulo 2

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Cheguei em casa jogando a mochila em qualquer lugar do quarto, peguei uma muda de roupas e entrei no banheiro, tirei o uniforme e fui em direção ao box.
Enquanto a água ia caindo, me peguei pensando no baixinho de óculos redondo, o seu nervosismo ao falar comigo, suas coxas bem marcadas pela calça um pouco colada em seu corpo, seus lábios carnudos e bem avermelhados...

Kim Namjoon... Ficou maluco?

Saí do boxe e me olhei no espelho e nossa, estou horrível, olheiras marcadas pelas noites sem conseguir dormir, meu corpo 10x mais magro e pálido.
Me retirei do banheiro devidamente vestido, peguei meu celular e carteira, saí de casa indo em direção ao centro da cidade, onde tudo acontece, o que me fez lembrar da noite anterior.

Flashback on'

— Ei nam! Pra onde você vai? — Perguntou Yoongi terminando de esvaziar seu copo de soju.

— Dar uma volta. Não esperem por mim, eu vou direto pra casa. — Respondi enquanto começava a andar para fora do bar, ouvindo um "se cuida cara" do Jackson.

Fui andando pelas ruas pouco movimentadas de seul, de cabeça baixa e capuz na cabeça, com meus fones ouvindo um dos vários Raps de minha playlist. De repente sinto um corpo se esbarrando no meu, ergo a cabeça e vejo um cara mais baixo que eu, com uma expressão irritadiça.

— Hey. Você tá cego? Não me viu aqui? — Gritou vindo pra cima de mim.

— Acho melhor você diminuir o tom ao falar comigo. — Levei as mãos até seu peitoral, mantendo-o afastado de mim.

— Se não o que? Huh? Vai bater em mim? Responde filho da — Não o deixei terminar a frase, desferindo um soco em seu nariz.

Pode me xingar o quanto quiser, mas xingar minha coroa? Ah meu filho, o cacete come.

Ele tombou para trás e depois de alguns segundos, retornou com sua postura inicial. Tentou em vão socar o meu rosto, mas me esquivei e o derrubei no chão, imediatamente perdi o controle total de meu corpo e consciência. Passei a desferir socos em seu rosto, chutes e pontapés, parei quando ouvi o barulho da sirene do carro da polícia, levantei e lhe deixei um aviso:

— Aprenda que com mãe de desconhecidos não se brinca. Dê graças aos céus por ter ficado assim, porque na próxima, eu te mando pra casa do caralho. — Saí correndo rua adentro.

Cheguei em frente à minha casa e praticamente escalei a parede, pulei dentro do meu quarto, lavei as mãos cheias do sangue do cara e me joguei na cama afundando meu rosto no travesseiro.

Flashback off'

Enquanto ia passando por uma rua, avistei um café no outro lado, mas o que me chamou a atenção não foi o café, e sim, o garoto sentado em uma de várias mesas do lugar. O observei mais um pouco e percebi que era o garotinho tímido do colégio que nem saber o nome eu sei, o mesmo tomava tranquilamente um suco qualquer. Adentrei o lugar e sentei em sua frente do outro lado da mesa, fitei seu rosto pra ver sua reação e o mesmo deu um pulinho de susto, olhando para mim com uma expressão assustada.

— Olá! — Dei um meio sorriso e acenei com a mão.

— Oh! O-olá! — Gaguejou abaixando a cabeça e dando um gole em sua bebida.

— Por que você correu? — Fui direto ao ponto.

— H-huh? — Fez uma expressão estranhamente fofa.

— No colégio.

— Ah, é que... Eu meio que senti vergonha. — Deu outro gole na bebida.

— Então foi por isso. Entendo, mas não precisa sentir vergonha pra falar comigo, e, obrigado por me contar das lágrimas. — Agradeci pondo as mãos debaixo do queixo.

•My Little Boy• [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora