Parto normal com retenção de parte da placenta
Durante a gravidez senti muito medo de dar algo errado na hora do parto, mas na hora H não tinha outro lugar para ir senão o SUS.
Tudo começou em uma terça feira,
eu tinha completado as 40 semanas um dia antes.
As consultas no hospital iriam acontecer um dia sim e um não;
essa seria a segunda consulta.Cheguei ao hospital às 11h45 e só passei pela triagem depois das 12h30. Mediram pressão,
ouviram o coração do bebê e fizeram o cardiotoco.
Eu estava super-bem,
não sentia nada,
só estava com muita fome.
Tive então de esperar para passar com a doutora.Fui atendida por ela lá pelas 14h30. Ela viu que eu estava com 2 cm de dilatação e me mandou voltar dali a dois dias,
se minha bolsa não estourasse e se eu não sentisse nenhuma dor.Depois da consulta,
fui correndo para casa porque estava morrendo de fome.
Saí do hospital e peguei o ônibus às 15h; cheguei em casa às 15h50.
Só meu pai estava lá.Assim que entrei,
peguei duas laranjas para comer. Quando fui jogar o bagaço fora,
parei ao lado da pia e ouvi o barulho de que algo tinha estourado.
Pensei comigo: "Não estou preparada".
Fui ao banheiro e, quando tirei a calça,
desceu um monte de água com o tampão,
e as contrações começaram de 2 em 2 minutos fraquinhas,
mas notáveis.Foi então que caí em mim de que EU ESTAVA EM TRABALHO DE PARTO. Eram 16h.
Troquei de roupa correndo,
coloquei um absorvente noturno, liguei para minha mãe e para meu marido,
e fui avisar meu pai.
Ele decidiu me levar na mesma hora para o hospital.
No meio do caminho,
as contrações já estavam uma atrás da outra,
e a cada dor forte eu me apertava no banco.Chegando ao hospital,
toca a esperar novamente.
Estava LOTADO.
Sentei para esperar meu marido,
e aí as contrações já estavam em um nível máximo.
Não estava mais aguentando.
Meu marido pediu para a médica me atender,
e,
quando fui me levantar,
não consegui mais andar.
Fiquei paralisada de dor.Meu marido precisou me levar até o consultório e eu já não conseguia falar de tanta dor.
Meu marido respondia tudo por mim.A médica pediu para eu deitar para ver minha dilatação.
Estava com 4 cm. Pensei:"Meu Deus, vou passar a noite toda com essa dor, não vou suportar."
E voltei a esperar de novo.
Depois de algum tempo,
quando me viram chorando,
umas mulheres se sensibilizaram e pediram para a enfermeira pelo menos me colocar em outro lugar, para eu relaxar.A enfermeira me levou para um quartinho e não deixou meu marido entrar.
Aqueles foram os piores minutos da minha vida.
Ficar sozinha por uns 40 minutos, com uma dor infeliz,
quase me deixou louca.
Pedi à enfermeira que chamasse meu marido e ela chamou.
Falou então para eu fazer o cardiotoco.
Até que tentei,
mas,
com aquela dor,
era difícil ficar parada.Nos 20 minutos em que fiquei tentando fazer o cardiotoco,
eu dizia o tempo todo para a enfermeira que queria ir ao banheiro fazer o número 2,
e ela nem dava atenção.Finalmente ela deu os papeis para meu marido fazer a internação e me levou para o centro de parto (CP). Assim que chegamos lá,
a enfermeira obstétrica que ia cuidar de mim pediu que eu tirasse a roupa, pois ia me dar um banho.
Eu olhei bem pra ela e disse:"Eu quero fazer cocô!".
Ela me fez deitar na maca e tirar a roupa para a obstetra ver a minha dilatação.
Estava com dilatação total.
Aí começaram a me arrumar para o parto.Quando meu marido chegou ao CP,
eu já estava fazendo força.
Ele deu entrada na minha internação às 18h45;
às 19h20 meu filho nasceu,
com 47 cm e 2,750 kg.A sensação é indescritível.
Lembro-me do meu parto como o dia mais feliz da minha vida,
o dia em que eu me apaixonei de novo.Mas não acabou aí.
Meu pós-parto foi terrível porque tive que fazer a episiotomia e levei 12 pontos.
Quando minha placenta foi tirada,
ela quebrou e ficou um pedaço dentro de mim.
Com o passar dos dias,
fui piorando em vez de melhorar.Cinco dias depois do parto,
não andava mais de tanta dor.
Meu marido me levou ao hospital. Queriam me deixar internada. Quando fizeram o toque,
eu quase saí correndo de tanta dor.Voltei para casa e,
no dia seguinte,
quando fui ao banheiro,
a placenta ficou pendurada em mim. Tive que puxar devagar para não arrebentar de novo.
Comecei então um tratamento com antibióticos,
e,
em duas semanas,
estava boa,
mas o susto foi grande!
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Relatos de partos
Short StoryRelatos de partos . Normais e cesariana . Enviados por leitoras