Não Sei Jogar Esse Jogo (Texto)

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Quando pensei em ser escritora nunca pensei nisso como uma profissão, não que eu não considere como uma, mas para mim era bem diferente de um trabalho obrigatório.

As pessoas reclamam muito de trabalhar e sempre ouvi dizer que se você faz o que gosta nunca vai achar chato. Eu gosto de trabalhar seja como auxiliar ou como professora.

O que está me assustando é que eu acho que não nasci para o mercado da literatura nacional. Isso não quer dizer que não nasci para ser escritora, apenas que não nasci para virar Best Seller.

Isso é ruim?

Todo autor quer ser um Best Seller?

Mas você não quer ficar rica com isso?

Se é pra sonhar não precisa ser alto?

Não.

Pelo menos não para mim. Eu gosto de ser desconhecida, de não ser famosa. Por quê? Por que dessa forma posso dar atenção para todo mundo que ler meus livros.

Às vezes o anonimato é tão maravilhoso quanto a fama.

Eu já ouvi muitas coisas desde que admiti ser escritora, mas uma que me marcou foi dita por um vizinho:

"Mas o livro (físico) é 40 reais? Está muito caro! Ela nem é autora famosa! É só uma escritora desconhecida! Esse preço eu não pago."

Quem me contou foi o próprio filho desse vizinho, que havia pedido ao pai para comprar o livro. Na época isso me chateou muito, mas hoje eu já não me importo.

Eu não sei jogar esse jogo.

Eu não nasci para o mercado nacional.

Eu não nasci para ser Best Seller.

Eu nasci para ser uma escritora amadora e me orgulho disso, pois quando estamos no topo percebemos que o mais importante na verdade foi a jornada até lá.


Relatos de Uma Escritora AmadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora