Regando Girassóis Murchos - Setembro Amarelo

Cap. 1 - Leonardo

Era uma vez a décima parada do ônibus escolar que sempre causava risos nos alunos, pois quando o ônibus parava um menino magricela com sardas nas bochechas saltava do ônibus e corria aos tropeços para a sua casa que ficava um pouco depois da parada. Muito se dizia sobre o garoto, pouco se altenticava. Alguns diziam que ele corria porque era louco, simplesmente, outros diziam que ele sempre estava apertado, os engraçadinhos afirmavam que ele queria chegar em casa pra bater uma.

Certa vez ele caiu enquanto corria e o motorista desceu do ônibus para verificar se ele estava bem. E ele não estava, pois havia quebrado o tornozelo. O motorista se ofereceu pra leva-lo ao médico, mas ele disse que não e arregalou os olhos. Ele se levantou e correu mancando em direção a sua casa.

E todos riram.

Ele não foi pra escola até que seu pé melhorasse. E todos acharam um absurdo.

ㅡ Isso é drama pra ficar em casa sem fazer nada. ㅡ disse a professora de história para uma aluna ㅡ Saudades da época da palmatória.

ㅡ Acho que vou quebrar meu pé também e fazer um drama, porque parece que funciona com os preguiçosos. ㅡ disse Amanda, uma colega de sala dele.

ㅡ Eu ainda acho que ele tá batendo uma. ㅡ afirmou o namorado da Amanda.

Ninguém sabia que ele corria todos os dias pra chegar na mesma hora que a irmã, Gabrieli, e impedir que ela se matasse e consola-la, porque ela chorava todos dias. E todos os dias ele guardava as próprias lágrimas para poder secar as dela. E ele nunca a deixava sozinha, nem para tomar banho, e isso não é tão estranho quanto parece. Ele dormia todos os dias no quatro dela com um colchão no chão, na verdade ele acordava a cada cinco minutos e via se ela ainda dormia.

De manhã ele fazia o café junto com a irmã, e levava na cama pra mãe dele, na esperança de que se sentisse bem com isso, mas ela não se sentia nada bem. Ele acompanhava a irmã e a mãe até o trabalho e levava o irmão mais novo pra creche, o Alan. Ele sempre arrumava a bolsa dele, e verificava se o remédio estava na bolsa. Mesmo com três anos de idade, o menino era muito agressivo sem motivo algum.

Quando ele quebrou o pé, ele ficou em casa pra ter a certeza que Gabrieli não ficaria nem um minuto sozinha quando chegasse.

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Capa por liiaoli.

Obrigadinha.