Um

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Você sabe quando coisas ruins vão acontecer, você sente quando algo não vai da certo, mas por que insistimos?
Talvez porque queremos o melhor e esquecemos do que é melhor.
Meu nome é Hanna Stevens, tenho 16 anos e moro em Washington, não sou tão bonita, pelo menos eu acho, sou magra, confesso, tenho um cabelo loiro bem escuro, longo e liso, e meus olhos são castanhos claros do tipo mel, sou muito branca, quase comparável a um leite, porém minhas bochechas tem um tom meio rosado, o que me faz ser menos pálida. Tenho 2 irmãos, Hilary e Dylan, Hilary é a mais velha, tem 21 anos, faz faculdade de medicina, não namora e nunca deu trabalho pra minha mãe, ela é a filha destaque quase perfeita, diferente de Dylan, tem 18 anos e nunca fez nada de interessante da vida, pelo menos pra mim, bebe quase todo final de semana, nunca se interessou em estudar, na verdade ele parou de estudar antes de finalizar o 2° ano do ensino médio, atualmente ele está trabalhando em um ferro velho e concertando motos e gasta toda sua grana com tatuagens e festas. E por fim, eu, Hanna, estudo atualmente no 2° ano do ensino médio, pretendo entrar em uma ótima universidade, bem longe de todas essas pessoas, talvez seja egoísmo da minha parte, porém acredito em "oportunidade de coisas novas" e só terei, quando sair de Washington.
Hoje é o primeiro dia de aula, depois das férias de verão, não estou muito ansiosa, a não ser pra ver a Kaily, minha melhor amiga, desde o jardim infantil. O ensino médio não tem sido tão agradável para nós duas, pelo menos na parte de se comunicar com outras pessoas.
6 horas

Desligo o despertador ainda sonolenta, viro meu corpo e olho pro teto que me cubria, me esforço pra não voltar a dormi, porém meus olhos estavam pesados, e comecei a ver tudo escurecer novamente. Não demorou muito pra escutar a mão pesada da minha mãe bater na porta, me fazendo dar um pulo da cama para levantar.
— Hanna está na hora de acordar
— Tá bom mãe! – Respondo com minha voz ainda sonolenta. É incrível como minha mãe me conhece, e sabe que eu sempre volto a dormir mesmo com o celular despertando.
Levanto da minha cama, com meu corpo amolecido, caminho até o meu banheiro, ligo a torneira e toco naquela água gelada de Washington, jogo-a sobre meu rosto me fazendo despertar um pouco, fecho a torneira e logo após pego a toalha que está ao meu lado, seco meu rosto, e com fração de segundos escovo os meus dentes, saio do meu banheiro indo em direção ao espelho, observo as minhas imperfeições, mas tento ignorar pegando meu uniforme passado que estava no cabide pendurado em uma gambiarra que meu pai fez do lado do meu espelho, visto-a, e logo depois penteio meu cabelo e amarro em um rabo de cavalo foi o primeiro penteado que me veio a mente, já que eu sentia uma enorme preguiça de me arrumar nesta manhã, passo perfume, pego minha bolsa e saio do meu quarto e me deparo com Hilary, que com cara de deboche me dá um horrível "bom dia", ignoro, deixando um terrivel vacuo na escada, e desço para a cozinha.
— Bom dia! – Digo indo em direção a geladeira e pegando o leite e meu cereal de chocolate favorito!
— Bom dia! – Meus pais dizem ao mesmo tempo como um coral ensaiado.
— Uai a faculdade da Hilary não começa às 10h? – Pergunto me sentando ao lado do meu pai.
— Parece que Hilary vai ir ao museu de anatomia com sua turma! – Papai diz enquanto folheava seu livro de código penal.
— E eu que pensei que ela iria ter um encontro! – Digo com a voz meio sarcástica.
— Isso não é problema seu. – Hilary berra da escada a baixo me olhando um pouco seria.
Papai observando o clima tenso, deixa o jornal sobre a mesa e diz
— Vamos, vou levar ambas a escola!
Hilary desse as escada como um raio, nos despedimos da mamãe e saímos.

Ao chegar na escola, observo de forma ampla, aquela multidão de alunos, meu coração palpita e eu não faço a mínima ideia do porque, vejo Kaily escorada na parede, provavelmente me esperando, vou em direção a ela e ela me enxerga mesmo de longe, nos abraçamos sorrindo.
Kaily é uma das meninas mais linda que já vi, seus olhos é um pouco puxado como de uma japonesa, porém ela era loira, seus olhos castanhos e escuros, porém intensos, tinha lábios um pouco carnudos e seu estilo era bem comparável a de modelos.
— Senti sua falta Hanna! – Kaily diz abraçada comigo.
— Eu também Kaily! – Nos soltamos e começamos a andar lado a lado.
— Como foi suas férias? – Kaily pergunta olhando pra mim.
— Foi ótimo, passei na casa da vovó, ela até perguntou por você! – Digo me aproximando do armário.
— Ahhh, que saudade dela! – Kaily diz abrindo o armário. Logo após ela vira o rosto. — Caleb!!! – Ela diz após ver o cara mais idiota e imbecil de toda a escola.
Olha pra ele, ele usava a bermuda de um jogar de basquete famoso e uma blusa de frio do time dele de basquete. Caleb tem olhos azuis quase um tom de céu, de tão azul que é, e seu cabelo é preto, bem liso e jogado meio pro lado, seus lábios era tão rosados que até parecia que passava batom, ele era muito alto, acho que ele passava de 1.70, todas as meninas tinha uma paixãozinha por ele, talvez por ser capitão do time de basquete, ou talvez por ser tão colírio para os nossos olhos.
— Ele é um idiota!
Uma fração de segundos após eu dizer. Melissa aparece e dá um beijo nele e logo após olha pra mim e pra Kaily, dar uma gargalhada e sai com o Caleb como se aquilo fosse super engraçado.
Melissa era do tipo de menina padrãozinha, era magra tinha um busto, claro, maior que o meu, tinha um cabelo enorme e loiro, seus olhos eram verdes e ela tinha uma voz tão irritante quanto a minha.
Eu e Kaily ignoramos e sem preocupação nos retiramos do corredor.
— Ele é um idiota, mas é lindo é capitão do time de basquete e... Já foi seu melhor amigo! — Kaily exclama me olhando.
— Aaaaa isso foi a 80 anos atrás...

— Hum, que aula vai ter agora Hanna? – Kaily pergunta com os livros de filosofia na mão.
— Literatura!! – Digo empolgada e feliz.
— Interessante! – Ela sorri, se despede e vai pra aula preferida dela "filosofia".
Vou até minha sala, sento em uma das penúltimas cadeiras. Logo após o professor entra, um pouco apressado, mais do que o normal.
— Bom dia alunos, antes de pedir os resumos, quero que o Caleb venha aqui! — O professor fala procurando-o.
— Caleb? Hummm, eu sei que veio, eu o vi!
Um menino nada haver com ele levanta, e então o professor olha pra ele e berra. — O verdadeiro Caleb, está por aqui?
A sala começa a procurar e começa um cochicho barulhento.
— Está certo, Hanna, você pode por favor encontrá-lo e pedi-lo para vim assistir a aula?! – O professor diz me olhando.
Levanto e tremo quando todos da turma me olha, concordo com a cabeça e saio um pouco nervosa.
começo a procurá-lo pelo corredor que estava vazio. Paro e penso em todos os lugares aonde ele poderia está, e o único que me recordo ver ele sempre é a quadra de basquete.
Ando até a quadra de basquete aonde encontro ele com sua turminha bebendo e fumando, ando em direção a ele e todo o grupinho me olha meio torto, o cheiro do cigarro circula todo na minha garganta e fico com vontade de tossir, porém me contenho, me aproximo de Caleb que estava segurando uma garrafa de Vodka, e digo alto e claro, para que escute e não me pergunte novamente.
— Caleb, o professor Lucas está convocando sua presença na sala de literatura!!
Todos começam a rir da minha cara "convocando" um deles diz dando gargalhadas, e então Caleb levanta sorrindo e me olha.
— E quem é que vai me obrigar a ir? Você? – Ele diz sorrindo e me olha de baixo pra cima e debochando de mim, e todo o grupo sorrir junto.
— Acho que você é grandinho demais para ser obrigado a fazer algo, então faça o que achar melhor! — Me viro e saio andando.
Escuto todo mundo berrar um "uuuuuuuuhhh", e tremo, não acredito que aquilo saiu da minha boca. Sinto o arrependimento bater, porém passa quando me lembro do idiota que ele é.
Entro na sala, observo que o professor deu andamento a aula, pois ele está explicando a matéria, provavelmente é nova e vai cair na prova, demora uns 5 segundos e Caleb entra na sala e senta logo atrás de mim. Olho pra ele e dou uma gargalhada, porém ele fecha a cara e me ignora.
— Obrigada Hanna! – O professor diz olhando pra mim e logo após sorri.
— Agora todos irão ler o resumo aqui na frente, pra toda a turma. — O professor pausa a aula obviamente pra ver os trabalhos na qual ele        passou semana passada.                     
— Começando por Hanna! – Após dizer ele se senta e me olha. A turma toda me olha, pego minha folha e levanto indo à frente.
— Professor, o senhor me chamou aqui pra que? — Caleb berra irritado.
— Assistir a aula! — Ele olha pra Caleb. — Pode dar continuação Hanna.
— O livro que eu li foi "os 13 porquês"
Caleb balança a cabeça mal humorado e revirando os olhos
"Acho que uma das piores escolhas que fiz, foi permitir me entregar para amigos, confiar nas pessoas, tentar me enturmar, eu sempre pensei que ninguém gostava de quem eu era, mas aquelas duas pessoas que estavam ali, aqueles dois caras gostava de mim. Mas isso não importa mais, não importa quem me quer ou quem me quis, pois não estou e não estarei mas no meio deles. Foi uma boa escolha? Isso eu não posso dizer, mas alguma coisa eu fiz! Desculpa, obrigado! - Hanna Baker...
Todos me olhavam um pouco confuso.
— Isso nem foi um resumo!! – Caleb questiona.
— Isso foi um poema, está precisando voltar às minhas aulas Caleb!!! – O professor diz se levantando. —Parabéns Hanna, lindas palavras, mas, por que escolheu esse livro? – O professor diz me olhando.
— Pra alguns não, mas essa é a nossa realidade escolar, existe os populares, e os que sofrem, por não ter o que eles têm, e por não ter a beleza que as meninas populares impõe!! – Após dizer olho para o Caleb...

Teu abraço meu abrigo Onde histórias criam vida. Descubra agora