°twenty°

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OI OI!!!!!

Eu voltei?!

Vou finalizar essa fanfic, desculpem a demora.

Espero que gostem!

XxBe

******

-Bom dia, Payno! - disse sorrindo ao me aproximar.

Liam olhou para mim e franziu a sobrancelha. Com as costas da mão, ele tocou minha testa, depois as bochechas.

-Não está com febre. - concluiu ainda franzindo as sobrancelhas. - Fumou machonha logo de manhã, Zayn?

-Eu não faço mais isso, e você sabe! -revirei os olhos. 

Ele ainda me olhava, e parecia um pouco confuso.

-Aconteceu alguma coisa? - perguntou. -Você está estranhamente feliz. 

-Acordei de bom humor hoje. - respondi.

-Não, tem algo diferente. 

Revirei os olhos novamente e mudei o assunto.

-Podemos adiar a praia? - perguntei. - Eu estava pensando em visitar minha mãe esse fim de semana.

Os olhos de Liam estavam um pouco arregalados.

-Oh, claro! - ele sorriu feliz. - Porém, isso não te livra do nosso combinado.

-Combinado? - fingi não saber do que ele falava.

-Não se faça de bobo, ainda vai chamar o Niall pra sair.

-Estamos treinando juntos agora, não é suficiente? - tentei.

-Óbvio que não. Tem que ser um encontro de verdade, com direito a beijinho no fim da noite!

-Liam... - resmunguei. - Você sabe que eu não consigo.

-Consegue sim. - ele deu tapinhas nas minhas costas. - Não precisa se apressar, tome o tempo que precisar e quando estiver pronto você chama ele pra sair.

*****

O caminho até a cidade vizinha foi longo, muito mais do que deviria, levando em consideração o quanto minha ansiedade crescia conforme eu me aproximava, mas eu não voltaria atrás. Precisava encarar meus problemas, estive adiando por muito tempo e só piorou.

Quando parei o carro em frente a grande casa, não pude evitar sentir as mãos trêmulas, o medo de encarar minha mãe quase me paralisou, a última vez que a vi, de coração partido e arrasada me quebrou por dentro, quase tanto quanto minha própria dor em perder Waliyha.

 Não tenho certeza de quanto tempo eu apenas fiquei sentado no meu carro, criando coragem para bater a porta, tudo que sei é que já estava escuro quando notei a movimentação do lado de dentro.

A porta da frente foi aberta e Safaa correu em minha direção, ela estava tão grande. Não pensei muito depois disso, simplesmente sai do carro e corri a seu encontro, ela pulou no meu colo e me abraçou.

-Você está me esmagando, Zee! - ela murmurou rindo depois de alguns minutos.

-Que saudade de você! - Apertei mais um pouco e finalmente a soltei.

Ainda em meu colo, olhei seu rostinho infantil e risonho.

-Você está bonito! 

-Você também! - disse a ela com um enorme sorriso no rosto.

A envolvi em um segundo abraço e ela riu. Quando a coloquei no chão, notei minha mãe parada próxima da porta, nos olhando com os olhos marejados e alegres. Parecia tão bem agora, ela sorriu para mim e abriu os braços, e foi só o que eu precisei para correr para ela. Eu não tinha ideia do quanto estava precisando daquele abraço. Pude sentir todo o peso dos últimos meses serem retirados dos meus ombros.

-Meu menino. - ela sussurrou e beijou meu rosto. - Eu te amo tanto.

-Eu também te amo, mãe. - disse baixinho conta seu cabelo.

Inalei o perfume dela e me senti em casa.

-Vamos. - ela se afastou e segurou minha mão e a de Safaa. - Eu vou preparar um jantar muito especial para vocês.

*****

Ajudando minha mãe com o jantar, não pude deixar de me sentir agradecido, não esperava uma recepção como aquela, na verdade sempre achei que minha mãe me culpava pelo que aconteceu, por isso eu não a via desde a separação, e era por isso também que decidi ficar com meu pai, ele pelo menos estaria ocupado demais com o trabalho para ter tempo de culpar.

-Como vai escola? - eu perguntei para a Safaa.

Ela usava o descascador de batatas, concentrada e confiante. 

-Muito legal! Eu já aprendi a ler, sou a mais esperta da turma, a professora me chamou de menina prodígio.

-Wow! - sorri para ela. - As suas aulas mal começaram e meu reinado de filho mais inteligente já está em risco.

-Doniya é a mais inteligente. - Safaa riu e me mostrou a língua.

-Falando nisso, como ela está? - me vire para minha mãe. 

-Ah! - ela sorriu animada. - Doniya está ótima. Esteve aqui alguns dias atrás com o namorado, parece estar ficando sério, eles até falaram sobre casamento.

Fiquei chocada, mas muito feliz que ela estivesse bem e feliz.

Minha mãe começou a tagarelar sobre como o namorado de Doniya era maravilhoso para ela, e como ela estava feliz por eles, eu apenas ouvi tudo tão feliz quanto ela.

No fim da noite, depois de colocar Safaa na cama, ler sua história favorita duas vezes, sufocá-la com mais abraços e beijos e prometer que no dia seguinte iria levá-la ao parque, eu desci para pegar as chaves do carro e buscar minha mochila.

Encontrei minha mãe olhando algumas fotos na sala, ela tinha um pequeno sorriso no rosto e lágrimas nos olhos.

-Mãe? - chamei ao me aproximar. - Tudo bem?

Ela balançou a cabeça e me chamou para sentar com ela.

-Você se lembra deste dia? - ela apontou para um foto de Waliyha com uma pistola de água sorrindo.

Claro que eu me lembrava, foi algumas semanas antes do acidente, estávamos aproveitando um domingo em família, Safaa começou uma guerrinha de água e logo estávamos os quatro correndo em volta da piscina, gargalhando e nos divertindo, eu acabei caí enquanto fugia de Waliyha. Doniya e ela estavam rindo de mim e quando mamãe tirou a foto.

-Eu me lembro. - respondi um pouco triste.

Seus olhos atentos se voltaram para mim.

-Você sabe que nunca te culpei, certo? 

Abaixei o olhar, não querendo encará-la.

-Foi um acidente, Zayn. Eu nunca culpei você, ninguém culpou.

-Foi minha culpa, mãe. - murmurei. - Ela não estaria naquele carro se não fosse por mim.

Deixando a caixa de fotos de lado, ela me puxou para perto, deitei a cabeça em sua perna e ela fez carinho, enquanto lágrimas silenciosas desciam pelos meus olhos e os dela.

-Eu sei que… - sua voz falhou. - Não fui muito presente desde que a perdemos, eu estava devastada, e sinto muito. Você precisava de mim e eu não estava lá, nunca me perdoarei por isso, mas você precisa saber, meu filho, que não foi sua culpa. Demorou um tempo, mas eu entendi que acidentes acontecem, que nem sempre existe um culpado, e principalmente que não temos controle nenhum sobre isso, espero que em breve você consiga entender isso também, e que você finalmente possa se sentir livre da culpa que carrega. Você não está sozinho, filho, eu estarei aqui para o que precisar.

Eu não sabia que precisava ouvir aquelas palavras, tanto assim. Não consegui conter a dor e o choro, em poucos segundos meu corpo todo balançava com soluços, doía tanto agora quanto no momento que soube, Trisha simplesmente ficou lá sendo a boa mãe que ela sempre foi, me segurando forte eu seus braços, beijando meu rosto e dizendo que tudo ficaria bem, e pela primeira vez eu acreditei nisso.

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Teorias?

Sunshine - ZiallOnde histórias criam vida. Descubra agora