Longa Noite

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Jesy tinha acabado de sair do banho, tinha colocado um pijama e deitado em um colchão entre a minha cama e a cama da Sophia. Como eu teria que ficar acordada, peguei um livro na prateleira e comecei a ler. Já faziam duas horas que eu estava lendo e eu já estava cansada, decidi que iria dar uma volta por aí, pelo que eu saiba, não era proibido sair dos quartos a noite, como eu não pretendia encontrar ninguém, saí de pijama mesmo, aliás, estava escuro se eu encontrasse alguém talvez a pessoa nem visse minha roupa. Saí do quarto, fui avançando pelos corredores calmamente e fui até a área da piscina, chegando eu sentei na beira da piscina e fiquei molhando os pés, a água refletia a luz da lua, estava tudo muito silencioso até que eu ouvi um grito que parecia desesperado, me levantei pois aquele grito parecia muito próximo, ouvi outro grito e fui em direção ao barulho eu vi uma menina caída no chão, então fui até ela, ela tinha uma cara de espanto

-S-Socorro - ela murmurou

-Calma, eu vou te ajudar - falei arrastando a menina

-Eu acho que ele não gostou - ela falou

-Ele quem? - perguntei arrastando ela até a enfermaria

-O príncipe, meu namorado

-Que príncipe? Ele te bateu? - perguntei pensando que tipo príncipe espancaria uma menina

-Sim, ele me bateu

Sem mais perguntas eu levei a garota até a enfermaria, cheguei e quando eu vi a enfermeira eu lembrei da Jesy, eu tinha que ficar vigiando ela, deixei a menina lá e saí correndo para o quarto, quando cheguei abri a porta e entrei, Jesy estava bem, deitei na minha cama e descansei depois de correr quase uma maratona, eu estava ainda respirando ofegante quando ouvi um barulho como se algum estivesse abrindo a porta do quarto, meu primeiro ímpeto foi pegar uma espada falsa que tinha na parede e me esconder em baixo da cama. Segundos depois a porta abriu e eu pude ver dois pares de pés entrando no meu quarto

-Jenna - uma  voz feminina chamou

-Que foi embuste? - a suposta Jenna murmurou brava

-Quem dessas é a Alice? - a menina embuste perguntou

Quando eu ouvi meu nome eu quase tive um infarto, por que essas meninas estariam me procurando? eu nunca fiz nada pra ninguém nessa escola

-A loira - Jenna respondeu

-Não tem nenhuma loira aqui - a menina embuste indagou

-Como não Miranda? -Jenna esbravejou em tom baixo

-Não tem, a culpa não é minha - Miranda se defendeu

-Então como a gente vai passar creme dental no rosto dela e cortar o cabelo dela?

-E se a gente apenas achasse algo comprometedor? - Miranda sugeriu

-Ótimo, eu procuro na banheiro e você no quarto - Jenna ordenou

-Eu sou um gênio

Ao ver os supostos pés da Jenna se afastando e os pés da Miranda indo até a escrivaninha pensei "é agora que eu ataco". Jenna fechou a porta do banheiro, eu saí de embaixo da cama peguei a Miranda de costas coloquei a espada falsa no pescoço dela e a levei para fora do quarto, isso sem fazer barulho para que Jenna não viesse, ao levar a menina para fora, ela correu muito rápido para longe do quarto. agora eu teria que me livrar de Jenna, larguei silenciosamente a espada, peguei a maleta de maquiagens da Sophia, assim que Jenna abriu a porta eu acertei a maleta na cabeça dela, que logo desmaiou, eu a peguei pelas pernas e a arrastei pelo corredor,  eu estava possuída de raiva, arrastei a menina até a área da piscina, minha vontade era jogar ela lá dentro, mas ela iria morrer, não seria legal, então, peguei a mão dela e a fiz acionar o alarme de incêndio, depois a levei correndo para os corredores, sentei ela em um banco e saí correndo para o meu quarto, como a noite só funcionavam as câmeras o refeitório e do lado de fora da escola, eu nunca seria descoberta, eu ainda borbulhando de raiva, sentei na minha cama, peguei o notebook da Sophia e fiquei jogando uns joguinhos, o alarme de incêndio era alto e irritante, de repente começam a surgir gritos nos corredores, eu tinha causado o caos

-Alice, o que é esse barulho? - Jesy perguntou se sentando na minha cama

-É um alarme falso de incêndio - respondi

-Que bom que é falso, mas quem acionou?

-Não faço ideia - eu menti. Não poderia contar aquilo, não era algo de que eu me orgulhasse

-Bom, eu vou voltar a dormir - Jesy voltou para o seu colchão - eu espero que quem fez isso pague, me tirou do sono por nada

-Bons sonhos - falei

A sirene ainda tocava abafando o som do desespero dos alunos, aquele som corroía minha alma, eu acho que já havia perdido uns decibéis de audição, mas depois do grito repentino da Sophia, eu perdi mais alguns

-Socorro - ela berrou e começou a chorar em prantos

-O que foi? - eu me sentei na cama dela e a abracei tentando a acalmar

-Eu morri - ela disse entre soluços

-Calma, vai ficar tudo bem - pelo visto ela tinha tido um pesadelo que ela morria nele

-Eu - ela fez uma pausa parando de chorar - tive um pesadelo, nele eu corria pela escola inteira, a escola tava pegando fogo, e eu não achava ninguém, então eu morri

-Volta a dormir, tá tudo bem - falei

Ela assentiu e deitou novamente. uns minutos depois o alarme desligou eu ouvi uns gritos que diziam "alarme falso", após isso, aos poucos os gritos de desespero foram se tornando baixos murmúrios, e aos poucos tudo se calou, eu me sentia um pouco culpada por ter feito esse desespero, mas de qualquer modo, eu não seria pega. Horas depois eu ouvi barulhos de grampeadores e de folhas sendo atiradas ao chão, um tempo depois do barulho parar, eu me vesti e saí do quarto, por incrível que pareça, já estava no nascer do sol, os corredores ainda vazios, eram seis da manha e a aula só começava ás nove e meia, fui até o pátio, sentei lá e fiquei até o Sol subir por completo, voltei para o quarto, em breve eu teria que acordar as meninas, Jesy havia prometido ir a aula hoje

A Dama de CompanhiaOnde histórias criam vida. Descubra agora