O Preço de uma Mentira

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Eu estava com toda a galera reunida e estávamos especulando e sobre quais seriam os dois avisos muito quando Mitchell interrompeu

-Gente, já são uma e meia da tarde - ele falou - hora de descobrir o que eles vão falar

-Então vamos - Jesy falou se levantando do chão

Tínhamos ido numa sorveteria e ficado numa pracinha conversando, estávamos longe da escola. Todos começamos correr pelas ruas como loucos, mas realmente estávamos loucos, loucos de medo de não chegarmos a tempo e não sabermos o que eles queriam contar, corremos muito e chegamos a tempo, faltavam dois minutos para começar, entremos e sentamos em cadeiras extremamente desconfortáveis

-Meu nome é Yankee Guam - ela iniciou a palestra - eu tenho notícias, mas hoje quem vai falar não sou eu, hoje quem vai falar com vocês é o diretor

Ela passou o microfone para a mão de um homem alto, ele usava um terno, usava um bigodinho e uma barbinha, ele também usava um óculos, por mais que fosse para ele parecer sério, ele tinha uma cara que só de ele sorrir ao pegar o microfone já era engracado

-Oi - ele falou - meu nome é Tony Stark, er...alguém me dá o meu texto

Por mais que ele só tivesse simplesmente pedido o texto dele todos riram

-Eu vim dar uma má notícia, ou boa, vocês podem interpretar como quiserem - ele disse enquanto lia o papel

Ele virou de costas e quando olhou denovo para os alunos estava forçando um cara séria

-A pessoa que disparou o alarme de incêndio foi pega...eu quero que vocês aplaudam ela, o nome dela é - ele fez uma longa pausa de suspense - o nome da pessoa é...Jenna Shirakawa

Assim que ele falou o nome da pessoa era possível ouvir muitas palmas e vaias

-Jenna, venha aqui na frente - Tony pediu

Ela foi andando sob o som de vaias e gritos até o diretor e quando chegou lá ele deu o microfone para ela

-Eu não fiz isso - ela gritou - eu não fiz

-Tudo bem então, mas, como explica as suas digitais no alarme

Eu parei de prestar atenção na conversa e lembrei daquele dia, ou melhor, aquela noite, eu por um momento me senti muito culpada por fazer aquilo, não tinha sido ela, eu tinha feito isso por raiva, não era justo, por um momento eu queria dizer que não foi ela quem fez isso, mas eu não podia. Eu estava sentada na ponta da fileira, então sem que ninguém percebesse saí do auditório, andei uma pouco no corredor mas logo parei e sentei encostada  no armário, abracei os joelhos e abaixei a a cabeça, sem que eu deixasse lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto

A minha culpa por ter feito algo ruim era maior do que os meus motivos para ter feito aquilo, eu me sentia numa encruzilhada entre contar que fui eu e deixar que a mentira se tornasse a nova verdade

-Alice? - uma voz falou

-Cameron? - disse surpresa ao ver quem era

-Você tá bem? - ele perguntou se abaixando na minha frente

-Eu tô - falei enxugando as lágrimas

-Alice, você tá bem mesmo?

-Não - disse e ele me olhou preocupado

-O que aconteceu? - ele perguntou

-Eu não posso falar

-Vamos para o meu quarto, lá nos conversamos melhor - ele falou

Por um momento hesitei, mas logo fui, Cameron levantou e me deu a mão me ajudando a levantar, eu levantei, ele passou o braço pela minha cintura e eu apoiei a cabeça no braço dele porque o ombro dele era alto demais, fomos até o quarto dele, entramos e sentamos na cama dele

-O que você não pode falar - ele perguntou

-Eu fiz uma coisa muito errada - falei - e eu não sei como consertar

-O que você fez? - ele questionou colocando a mão no meu rosto e levantando meu olhar para si mesmo

-Eu não posso te contar - disse segurando as lágrimas - eu queria, mas não posso

-Você pode confiar em mim, você sabe disso - ele falou me motivando a falar

-Eu tenho medo que você me odeie, ou ache que eu não sou uma boa pessoa, eu não quero que você pense mal de mim - admiti um dos motivos por eu não contar

-Eu não vou pensar nada mal de você Alice, seja lá o que você fez, você teve teve seus motivos - ele falou - eu só quero que você me conte, eu estou começando a me preocupar com o que você fez

-Eu - fiz uma pausa tomando coragem - eu disparei o alarme de incêndio

-Não, foi a Shirakawa, tinham as digitais dela lá - ele falou

-Não, eu fiz ela fazer isso

-Não foi não, é impossível, ela não tem amigos e não participa de desafios nem apostas - ele contestou

-Foi eu sim, eu posso explicar como

Eu contei todo a história, ele tinha uma cara muito surpresa, parecia não acreditar, mas ele prestava atenção no que eu falava e não me interrompia para questionar ou contestar nada que eu falava, ele apenas me encarava ouvindo o que eu dizia, por um momento eu pensei que ele poderia estar apenas me olhando mas estar pensando em outras coisas, mas o jeito que ele acompanhava cada movimento que eu fazia com a minha mão, e cada vez que eu parava para respirar ele mudava a expressão para uma expressão curiosa, eu logo desacreditar que ele pudesse não estar prestando atenção em mim.

-É foi isso - falei encerrando a história

-Eu...não sei o que falar - ele disse

-Eu sei que agora você deve pensar que eu sou muito impulsiva e que não sei controlar minha raiva e coisas do tipo - indaguei

-Não, eu só acho que...isso é incrível - ele falou - o jeito que você planejou tudo meticulosamente para que não fosse pega

-Eu fiz isso por raiva - contei

-Isso é incrível, Alice - ele falou

-Mas, agora eu enjoar um problema é não sei o que fazer

-Eu vou te ajudar, você não vai contar o que fez, sempre que se sentir culpada, você pode vir até mim - ele falou

-Obrigada, mas...

-Eu vou estar sempre aqui para tudo que você precisar, tudo mesmo - ele falou

A Dama de CompanhiaOnde histórias criam vida. Descubra agora