se abrires um braço e olhares para o lado oposto
a ponta do teu nariz até a ponta do seu dedo do meio
será a constante de um metro
talvez ultrapasse ou um pouco menos
peço-os que não arrisquem com a improbabilidade
sofro de refluxos
desde os dois anos de idade
e ainda não costuraram
o meu estômago e a minha injúria
os conservantes
não tinham o gosto cristalizado e arrogante da cenoura
eu os ouvia descer entre as bordas amassadas da colher da papinha
ao sublingual objetivo da vida
visavam-se:
só cresceremos em ti, eternos!
foi-se pelo embrulho
quando eu, inútil
não contraia o abdômen para não os obedecer
acredito com lealdade entre as curvas
de que a verdade é retilínea e religiosa
como as cordas vocais da sua garganta
e das suas rugas de seus ancestrais
eram anjos, julgo
mas que me fartam muito
é por essa e outras
que vomito as sopas de letras e nas piruetas quando lhes dou demais
ao embaralhar-se, lá dentro
ainda ouço suas consoantes agudas
dançando com as vogais
ainda gosto-te e te quero mais!
eternos, todavia
só me conservai na abundância
de vômitos em cerimoniais
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As semelhanças entre um político quebrado e um coração corrupto
PoetryUma reunião de poemas escritos por imensas versões de uma pessoa minúscula