JOSHUA
– Eu disse que era uma má ideia, mas nãoooo o senhor foda pra caralho nunca erra!O idiota do Oliver reclama. Céus! Às vezes eu queria que não fosse obrigatório essa merda no meu ouvido. Balanço a cabeça e sorrio pra mulher misteriosa ao meu lado. Obviamente ela está nervosa, mais do que isso até, quase em pânico. Provavelmente me acha um maluco por falar sozinho ou, bem... não tivemos um bom começo de qualquer forma.
– Você realmente não tem uma única porcentagem de decência para me dizer o que aconteceu nessa madrugada? — pergunto evitando seu rosto, olhando para os números no elevador.
Como ela pode? Todas aquelas pessoas, adolescentes, crianças! E não ganho sequer um nome, caso eu pudesse amarraria ela em uma cadeira e conseguiria o que quero. Simplesmente não consigo entender, ela claramente sabe quem é e o que essa pessoa faz, desconfio que até onde ela fique, no entanto esconde. Em outras situações eu imaginaria que Tessa poderia ser cúmplice, mas depois do que vi na ultima noite duvido muito disso.
– É perigoso. — Sua voz baixa responde. Às vezes essa mulher parece que pode incendiar o mundo sozinha, em outras é tão frágil quanto cristal.
– Eu posso investigá-la. Saber quem é essa mulher afinal — Ollie chama minha atenção com isso. — Só precisamos do sobrenome.Olho para o lado e a flagro me observando, por algum motivo sei que não é porque me achou bonito. O elevador para e abre as portas no térreo, ela sai andando mais rápido que o normal e a sigo colando em seus passos.
– Eu ainda não sei seu nome.
– Sim, você sabe, não sei como, mas você me chamou de Tessa se não estou enganada — ela para em frente ao portão se virando para mim, os olhos em puro desfio.
– Se não estou enganado você mesma me disse enquanto delirava junto com seus números estranhos. — Assim que digo isso seus olhos se arregalam e o rosto vira uma máscara. Não vou conseguir nada hoje.
– Apenas esqueça que você me conheceu, vai ser melhor para ambos.
O portão se abre e saímos para a rua, só então lembro que devíamos estar na garagem.
– Meu carro não está aqui, temos que ir pra...
Ela nem me deu a chance de continuar a frase antes de socar o meu peito exatamente no lugar que deixaria qualquer humano tonto e sem ar, a surpresa foi tão grande que na hora de eu tentar me defender só senti a dor dez vezes pior pela joelhada no meio das minhas pernas. Então eu acabei indo pro chão.
– Uhg — Oliver solta junto comigo.
– Vadia — é a palavra que tenta sair da minha boca, porque no momento só consigo gemer de dor.
– O cavalheirismo morreu mesmo — Tessa se abaixa até ficar próxima ao meu rosto e sorri. — Não tem uma única chance de você saber o meu nome e muito menos onde eu moro. — Ela se levanta e sai em direção a rua, mas volta com um olhar determinado. — E quando eu digo que isso é perigoso eu falo sério Joshua. Se. Afaste.
Dessa vez ela entra em um táxi e some. Vadia.
— Inferno Oliver! Encontre ela, encontre ELA! O clube só aceita a entrada de pessoas cadastradas, o nome dela vai estar lá. Eu quero o nome, o endereço, emprego, quero TUDO!
Com um impulso que me dói até a alma me levanto do chão e volto para o prédio pensando em mil maneiras de fazer essa mulher pagar por hoje.
– Ela claramente é treinada, não importa a merda em que você vá dar uma de hacker, pode ser a NASA. Eu. Quero. Tudo!
• • •
Termino de escolher minhas armas no porta-malas e visto o casaco de couro preto antes de trancar o carro.
– Você já conseguiu alguma coisa? — pergunto para Oliver.
– Não. Nenhuma Tessa deu registro na boate ontem – quase sinto a aflição do meu colega ao me dizer isso.
– Procure por Teresa, Tessay, Tessaland sei lá! Como ela não está ai? — Minha irritação está em novos níveis agora.
Paro em frente ao prédio gigante e sorrio, esse filho da mãe teve um azar da porra por receber minha visita logo hoje.
Pego o cartão que recebi de Ollie e entro no edifício sem problema algum, arrumo a bolsa no meu ombro e sigo para o elevador que se abre assim que chego perto, sem apertar uma única tecla ele começa a subir para a cobertura.
Às vezes eu adoro ter o Oliver. Às vezes eu só quero que ele morra.
– Você chegou ao seu destino senhor — Ollie diz no ponto e eu rio.
– E eu vou adorar essa viagem.
Andando em direção a porta eu nem paro, chuto com tudo derrubando a madeira para todos os lados. Três segundos depois um segurança aparece, mas eu só preciso me esquivar de um soco seu para acertar sua nuca com o cotovelo e ele ir para o chão. Um segundo homem de preto aparece, esse tem uma arma, mas antes que ele engatilhe lanço uma das minhas facas no seu peito.
Olho ao redor e parece que acabou. Jogo minha bolsa no sofá, abro o zíper pegando o plástico de dentro e o estendo no chão da sala, pego as braçadeiras e vou atrás do homem azarado. O apartamento é enorme, dois andares e não duvido que ele esteja no segundo, então subo. Abro a primeira porta e encontro uma sala de tv vazia. A segunda me parece o quarto, que também está vazio. Quando começo a ficar impaciente vejo a porta do escritório aberta e vou até lá, quando estou entrando a porta bate com força em mim e a empurro de volta, a pessoa atras tenta fechar, mas com um único empurrão meu ela se abre por completo e o que vejo quase me faz cair na risada.
Um moleque, de no máximo vinte e dois anos, mais magro que os meus braços. Cabelo castanho assim como os olhos, vestindo uma bermuda e camiseta de algum desses desenhos do Japão.– Isso só pode ser brincadeira — digo e noto que Ollie está rindo feito uma hiena.
– Qual o problema? Esperava o quê? É feio julgar as pessoas pela aparência!! — o moleque parece bravo e dessa vez eu sigo com ele. Então o puxo do chão pela gola da camisa e o jogo na parede prendendo seu pescoço. O garoto fica pálido.
– Eu realmente não deveria julgar, não depois das coisas que você fez. Foi difícil de te encontrar Dalton Geed, mas adivinhe só! Agora que te encontrei só tenho uma coisa a dizer: Bem-vindo ao seu inferno pessoal.
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Consequências de um passado
RomantikEnganos levam a Erros Erros deixam marcas E o passado sempre volta. A emoção mais presente do que nunca. Com novos personagens. Com novas histórias. Com novas lutas. Tessa é uma estimada publicitária na cidade de Nova Iorque. Ela só não espera...