• Onze •

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TESSA

Isso é, definitivamente, muito desagradável. São oito horas da manhã de uma segunda feira e preciso encarar Lucca e Nanda bem na minha frente em uma sala de reuniões lotada.

— Foi nos dado uma grande tarefa hoje —  a voz de Jem ecoa pela sala — A Williams House solicitou uma ajuda de emergência, devido ao grande impacto que um erro interno trouxe a imagem da empresa. Eles necessitam reparar com a máxima rapidez e ainda por cima ter todas as vantagens possíveis. Tessa e Nanda vão coordenar lá de dentro o que vai ser necessário para que essa mágica aconteça e vocês vão ajudar com tudo que é possível daqui.

Quando Jem cita meu nome e de Nanda juntos vejo Lucca fazer uma careta. É mesmo um babaca.  Olho em volta da sala de reuniões, o Branco ofuscante das paredes que estão cheias de quadros das melhores propagandas e prêmios da empresa. Sinto um orgulho em saber que boa parte tem meu nome.

— Tessa? — olho para meu chefe que me encara com um sorriso. — Você tem uma reunião com Conrad Williams em 30 minutos. Nanda? Você vai falar com o filho gostoso, me disseram que o cara é um Monstro nos negócios — Jem abaixa o volume da voz e da um de seus olhares maliciosos — e ainda mais na cama.

Todos na sala riem. Meu chefe é uma figura. Pego minha bolsa e passo direto por todos na sala, inclusive Lucca que faz menção em querer falar comigo. Quando estou chegando ao elevador escuto Nanda me gritando.

— Tessa? Ooh Tessa, ainda magoada? — ela me olha com toda malícia possível, sabe que eu nunca vou esquecer o que vi. — Que tal uma carona? Assim a gente vai fazendo as pazes.

O elevador chega e eu entro.

— Vai sonhando.

As portas se fecham, mas não antes de eu ver seu sorriso idiota. Vaca.

                           • • • 

Estaciono em frente a Williams House no lugar para visitantes e assim que saio do carro fico quase cega com a visão. O lugar é incrível, é o tipo de prédio que você olha e pensa: Grandes coisas são feitas aqui. Contei 20 andares. O prédio é uma construção moderna em paredes pretas foscas, metal e principalmente... espelhos, espelhos espelhados em todos os lugares, mas nos lugares certos. Pessoas vestidas de todas as formas entram e saem do lugar, vejo ternos, saias lápis, calças jeans, vestidos floridos, crianças, adolescentes e adultos! Que lugar é esse? Entro com pressa porque estou animada, eu vou representar a Williams House e estou chocada que é isso tudo.

A primeira coisa que noto é que diferente do exterior, o prédio por dentro é todo em branco e vinho com uma disposição curiosa de sofás pretos e outros coloridos. A recepção fica bem no meio, um enorme circulo de mulheres vestidas extremamente profissionais. Olho para meu vestido verde e as botas pretas, definitivamente destôo do lugar.

— Hmm, olá? — Falo com a mulher mais próxima de mim, seu cabelo loiro está amarrado em um coque perfeito sem nenhum fio fora do lugar. Seus olhos azuis que parecem gelo de tão frios me encaram, então um sorriso caloroso e profissional toma conta do seu rosto.

— Olá, Boa dia! Seja bem vinda a Williams House, em que posso ajudar?

Comportamento padrão, isso não é bom, preciso discutir isso com o Sr. Williams. Isso aqui não é uma rede de fast food.

— Bom dia, meu nome é Tessa Bonatti e eu tenho uma reunião com o senhor Conrad Williams. Sou a Relações Públicas da IAD.

Ela faz um aceno de cabeça que não tenho a mínima ideia do que significa. — Soletre seu nome por favor.

Eu faço. Ganho um crachá com meu nome e sou instruída a subir até o 17° andar. Espero o elevador e quando as portas se abrem e eu entro levo um susto. Puta que pariu! O elevador é feito de vidro. VIDRO! Eu achei que estava caindo para a morte! Então com o susto passa e fico fascinada, é incrível. As paredes são de mármore bege e é possível ver o fundo e o topo do poço – que inclusive também é de vidro e consigo ver a luz do dia. Dá medo, mas é incrível. Escuto o som indicando que cheguei ao meu andar e as portas se abrem. Tudo que consigo ver são computadores e telas e mais computadores, projetores, caramba projetores em 3D.

— Sinto muito pelo atraso da minha colega, ela já devia ter chegado. Por que não começamos a reunião a três? Eu posso atualizá-la assim que possível.

Ouço a voz de Nanda e tenho vontade de dar um soco nela.

— Não será necessário, aqui estou, me desculpem pelo atraso — ando até ficar ao lado de Nanda e estendo a mão ao que acredito ser o senhor Conrad Williams — É um prazer senhor William. Estou encantada com seu prédio.

Ele sorri orgulhoso. O cara parece o Brad Pitt.

— Incrível não? Era um prédio comum como todos os outros, até que meu filho decidiu que deveria ser algo incrível e único.

— Definitivamente é único — Sorrio de volta.

— Ah! Esse é meu filho, de os elogios a ele.

Olho para o lado notando a presença de seu filho. Encontro seus olhos e tudo em mim trava. 

— Olá, — ele me dá um sorriso malicioso. — Sou Joshua. Joshua Williams

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⏰ Última atualização: Apr 03, 2018 ⏰

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