Filhinha De Papai

2.

Acordo sentindo algo molhado na minha bochecha. Abro os olhos assustada e me deparo com o Alex Bell, no mesmo instante peguei aquela bolinha de pelo no colo e comecei a acariciar seu pelo fininho e cheiroso.

-Onde você estava por dois dias Alex Bell? - Pensei alto.

Faz dois dias que a Califórnia é o meu lar, e até agora não havia o visto.

-Você achou o Alex. - Meu pai invade o meu quarto.

-Ele me achou. Na verdade onde ele estava? - Falei soltando o Alex.

-Foi passar uns dias na casa da namorada. - Olhei para ele com uma cara surpresa, e vi que ele carregava uma bolinha de pelo minúscula.

-Quem é esse Sr. Fofura? - Perguntei.

-Essa! É a Muffin Bell. - Ele a coloca no meu colo com muita delicadeza.

-Não creio! A filha do Alex! - Grito e o meu pai apenas assenti sorrindo e sai do quarto satisfeito.

Tão fofinha, tão pequena.

Primeira meta do verão

Levar a Muffin para New York no fim do verão.

Assim não ficarei com tanta saudade do Alex, tendo uma Lulu da Pomerania igual a ele, para cuidar e amar.

Me levantei da cama, disposta a me arrumar para ir até o Pet Shop mais próximo, comprar uma coleirinha, já que pelo visto ela ainda não tinha.

Tomei um banho rápido, coloquei um short, uma blusinha básica e um tênis All Star branco. Desci e já me encontrei sozinha em casa, novidade!

Comi cereais com leite, e já estava pronta. Digitei no celular: Pet Shop, o mais próximo fica a mais de dois quilômetros daqui do condomínio. Me impossibilitando de ir até ele apé, já que mesmo eu tendo 16 anos, eu não tenho um carro.

Obrigada pai, por morar em um condomínio super afastado.

Peguei a Muffin no colo, e decidi ir passear com ela, já que foi oque nos restou. Peguei uma bolsa e coloquei tudo que eu preciso, dinheiro, documento e o meu celular.

Saí de casa mesmo com ela no colo, eu ainda não havia conhecido o condomínio 100%, conhecia alguns lugares. Ele é bem grande, bem arborizado e bem mais aconchegante que o antigo.

Me sentei na grama em frente ao lago, a Muffin mesmo pequena saiu correndo para brincar com outros filhotes que ali estavam. Eu fiquei apenas observando a paisagem, esquecendo de todos os pensamentos frequentes.

-Seria o destino? - Aquele menino, o mesmo. Havia acabado de se sentar ao meu lado.

-Você está me seguindo? - Perguntei me distanciando. Ele começou a rir, como se a minha pergunta fosse uma piada.

-Meus irmãos moram aqui. Eu praticamente vivo aqui, pode já se acostumar donzela. - Ele falou rindo.

Me concentrei novamente na paisagem e um silêncio profundo reinou por cerca de cinco minutos.

-A mensagem foi sua? - Perguntei, já que aquela mensagem me tirou o sono.

-Obvio.

-Como você conseguiu o meu número? - Perguntei.

-Contatos. - Ele falou mexendo no cabelo, convencido.

O silêncio profundo continuou, só se podia ouvir as crianças brincando, os filhotes latindo e as águas do lago.

-Desde quando você vem para a Califórnia? - Ele começou a puxar assunto.

-Desde que meus pais se separaram. - Falei curta e grossa.