Castigo

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Ao adentrar na sala, me deparei com um enorme escritório com muitas mesas com torres de papéis as compondo. Não via nada que desse medo ou que me deixasse com um pé atrás, tudo que se encontrava na sala não se limitava muito do que era visto. Enormes prateleiras que rodeavam toda a sala e um enorme lustre bem ao meio do cômodo. As paredes eram pretas e empoeiradas, tudo que se encontrava no fatídico lugar está sobre poeira, o cheiro é horrendo, no ar predominava um odor de mofo e madeira velha.

– O que eu vim fazer aqui tio Frost? – perguntei curioso com uma mão atrás da nuca.

– Esse é seu trabalho por hoje! – respondeu com um sorriso de lado.

Olhei para toda aquela bagunça e então entendi o que Frost queria dizer com "esse é seu trabalho por hoje", ainda sentia dores causadas pela corrida, meu corpo estava exausto e mau conseguia me manter de pé.

– Vou ter que arrumar tudo isso sozinho? – perguntei em um tom de desespero.

– Claro que não... Aqueles três alunos também vão te ajudar a arrumar toda essa bagunça. – Frost virou-se para o corredor que a pouca estávamos e apontou para mais três alunos que estavam vindo junto com um homem com o cabelo grisalho em nossa direção, ainda no fim do corredor.

O professor Macdey estava trazendo mais três alunos, não conseguia identificar dois dos alunos que se aproximavam junto com o professor, apenas uma pessoa eu tinha certeza que estava junto com ele... Lila, pelos trajes que a mesma vestia, sempre chamativos.

– Aqui estão os bagunceiros do dia, Frost, ele irá explicar a vocês o que deveram fazer. – disse Macdey fazendo um gesto para que os alunos continuassem seu percurso.

– E ai, já sabe o que vai acontecer com a gente? – indagou Lila se aproximando de mim em tom baixo.

– Mais ou menos.

– Vocês terão que arrumar toda essa bagunça sem usar seus poderes. – disse Frost fazendo um gesto para que olhasse-mos para dentro do cômodo.

– Como você vai saber que nois não vamos usar os poderes? – perguntou uma menina com uma voz familiar que estava de costas para mim.

– Não saberei, porém se vocês usarem sofreram as consequências. – Concluiu com um semblante intimidador.

– Que tipo de consequências estamos nos referindo? – Perguntou um garoto que estava atrás de mim.

– Digamos que todos vocês iram se machucar seriamente, eu não tentaria usar meus poderes se estivesse no lugar de vocês. – Disse Frost dando um sorriso de lado.

Todos os alunos ficaram em silêncio com o pronunciamento de Frost, aquelas palavras eram sérias e Frost não parecia estar brincando com que falava. Fiquei perplexo com tudo aquilo, não só com o discurso de Frost mais também com o contexto de tudo, arrumar aquele enorme cômodo não seria uma tarefa fácil e mesmo se pudéssemos usar nossos poderes demoraria dias, as pilhas de papéis que encontravam em cada mesa tinham no mínimo um metro.

– Agora podem entrar no escritório, vocês só saíram daí quando estiver tudo arrumado em seus conformes lugares. – disse Frost fazendo um gesto para que entrássemos.

Aquelas palavras me deixaram ainda mais angustiado. Não tinha como quatro pessoas arrumarem um enorme escritório sem usar os poderes. No mínimo todo o cômodo é aproximadamente do tamanho de minha casa, se não fosse maior.

– Só o que me faltava mesmo. – uma voz feminina se pronunciou zombando das palavras de Frost.

Me virei para trás para ver quem tinha dito aquilo, e me surpreendo ao ver quem estava falando, a mesma menina que a pouco na corrida queria me nocautear, agora estava junto com nós preste a arrumar toda aquela algazarra que se encontrava diante de todos. Ao lado da menina estava um garoto, o mesmo que tinha me ajudado logo no final da corrida, ele estava com um semblante cansado e não demonstrava nenhum interesse em nós ajudar a organizar tudo aquilo.

O Filho do Fogo [ Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora