Para minha filha Melissa.
E Zico resolveu ser amigo dos bichos da floresta que havia perto de sua casa.
Pensou em alguma coisa para poder chegar perto deles. Achou então que se levasse para eles algum presente, isto os agradaria e os tornariam amigos. Mas, o que levar?
Lembrou-se então da sua cenourinha da qual gostava tanto.
"Que tal se eu lhes desse algo de que tanto gosto?" Ele pensou. "Eles vão ficar tão contentes que ficarão meus amigos."
Escolheu em primeiro lugar o leão para ser visitado. Colheu uma cenourinha que vinha sendo muito bem cuidada e rumou para a casa do leão.
Bateu na porta e chamou: "seu leão, seu leão!"
O leão respondeu muito bravo: "Quem ousa perturbar o rei da floresta?"
E Zico disse: "sou eu, seu leão, e lhe trouxe um presente. Uma cenourinha!"
E o leão respondeu mais bravo ainda: "E quem disse que eu gosto de cenourinha? Vá embora daqui!"
Zico saiu tão triste e foi para a casa do urso que estava hibernando.
Bateu: "seu urso, seu urso!"
O urso respondeu zangado: "quem vem perturbar meu sono de inverno?"
E Zico: "É o Zico, seu leão, e lhe trouxe uma cenourinha!"
O urso muito zangado mesmo gritou lá de dentro: "vá embora coelho e me deixa dormir. Eu não gosto de cenouras!"
Zico saiu tão triste que dava pena. Mas não desistiu. Lembrou-se da galinha e lá foi ele: "Dona Galinha, Dona Galinha!"
A galinha perguntou: "quem é?"
É o Zico, dona galinha. O coelhinho. E lhe trouxe esta cenourinha. Quero ser seu amigo!"
A galinha respondeu: "não gosto de cenouras e estou muito ocupada a chocar meus ovinhos. Não me atrapalhe!"
Ah! Coitadinho do Zico! Parecia que não ia encontrar um amigo.
Mas foi procurar o passarinho e também lhe ofereceu a cenourinha. E o passarinho o mandou embora como os outros bichinhos. Ele não gostava de cenouras. E ainda achou que aquele coelho era muito bobo!
Então Zico pensou: "agora só vou procurar mais um e lembrou-se do gatinho.
E lá se foi ele. Bateu na porta, ofereceu sua cenourinha e o gatinho que naquele dia estava de mau humor correu atrás dele. Só não o pegou porque Zico corria mais do que ele.
Aí Zico pensou em outra coisa: "e se eu mudar o presente!"
Foi então procurar o elefante com seu ratinho de estimação. Era um presente muito precioso porque era de estimação.
Como sempre chamou e quando o elefante foi atendê-lo e viu o rato, saiu correndo tanto que até Zico ficou assustado sem saber como um bicho tão grande podia correr assim de um pequeno ratinho que ainda era tão querido!
Zico voltou para casa e chorou muito. Não conseguira fazer um amigo!
Lembrou-se então de seu Deodato, aquele velhinho que ele já tivera tanto medo dele, mas que agora era seu amigo. Foi à sua casa e lhe contou tudo chorando muito.
Seu Deodato lhe disse: "Que pena Zico! Você teve tão boa intenção e saiu tudo diferente do que você queria. Vamos ver o que podemos fazer. Vamos ver o que saiu errado. Você pensou em levar para eles alguma coisa que você gosta muito. Que tal lembrar-se de alguma coisa que eles gostam muito? Não seria melhor? O que você acha?"
"É, acho que sim. Vou procurar agora mesmo do que eles gostam. Obrigado, seu Deodato, você é um amigão!"
Chegou a casa e procurou nos livros. Achou então que leão gostava muito de carne.
Pegou então um pedaço bem grande e foi para a casa do leão.
Bateu: "seu Leão, seu Leão!
E o leão, novamente zangado respondeu: "quem ousa perturbar o rei da floresta?"
"Sou eu, o Zico."
"O coelhinho? Eu já não disse que não gosto de cenouras! Vá embora!"
"Mas seu Leão, agora eu não trouxe cenouras, mas uma coisa que o senhor gosta muito." Disse Zico.
O leão veio atendê-lo e gostou muito do presente e ainda lhe disse: "você é um coelhinho muito gentil. Muito obrigado e volte sempre!"
Zico ficou contente e foi a casa de Dona Abelha e pediu um pote de mel para levar para o urso. Ele estudou e viu que ursos gostam de mel.
Conseguiu e foi para a caverna do urso e chamou: "seu urso, seu urso, sou eu o coelhinho Zico e lhe trouxe algo interessante!"
O urso, meio desconfiado, veio atendê-lo e ficou muito contente com aquele presente e lhe disse: "você é muito gentil Zico e eu gosto muito de mel. Muito obrigado!"
Agora Zico foi ao galinheiro com uma espiga de milho e chamou a galinha.
A galinha atendeu-o, já com os seus pintinhos, e lhe agradeceu muito. "Como você foi gentil! Volte sempre!" Disse a galinha.
Zico estava cada vez mais feliz.
Foi procurar o passarinho com um punhado de alpiste e o passarinho gostou muito, agradeceu e convidou Zico para brincarem juntos e apostarem corridas. Zico disse que depois voltaria, pois ainda faltava levar mais um presente.
Era do gatinho. Para ele Zico levou um pouco de leite e o gatinho gostou demais e disse: "Oh! Que bom, eu estava mesmo com fome. Você escolheu uma coisa muito boa para me presentear. Obrigado!"
Agora, só faltava o elefante. Mas, o que levar para ele?
Foi consultar seu Deodato e descobriu que elefantes têm medo dos ratos. Achou então que deveria pedir desculpas ao elefante e lhe explicar tudo o que aconteceu.
Foi para lá. O elefante veio atendê-lo ainda meio assustado, depois de muita insistência de Zico.
E Zico lhe disse: "eu queria ter amigos bichos e fiz tudo isto pensando que os agradaria. Mas deu tudo errado porque pensei em agradá-los com as coisas que eu gostava. E como gosto muito de cenouras, foi o que levei a quase todos."
"E como fracassei, ao pensar em algo para o senhor, resolvi levar algo que era muito querido para mim e levei o ratinho. Eu não sabia, e levei um grande susto com o seu susto."
O elefante então pegou o coelhinho Zico com sua tromba e o levantou dizendo: "que bom ser seu amigo Zico!" Vamos passear pela floresta!"
E saíram os dois a passear.

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Contos Infantis da Vovó Stella
Historia CortaEstes contos foram criados a partir de situações dramáticas (ou não) vividas pelos meus filhos. Serviram para divertir, distrair, ajudá-los a dormir e a processar certas situações tão comuns no universo infantil.