I Like Your Glasses (Romance gay)

Assumindo

Outra vez, aquela maldita sensação de não saber se estamos acordados ou no meio de um sonho apareceu. Minha visão estava com os cantos escuros, meio desfocados e eu começava a ver coisas. Coisas do tipo Benjamin deitado comigo na mesma cama, sem nada a não ser uma cueca vermelha. Master of Tides começou a tocar, me despertando desse devaneio maluco. Era hora de levantar. Estiquei a mão e peguei meu celular, olhando as horas. Eram 05h45min. Eu tinha que levantar e tomar um banho logo.

Banho tomado, uniforme colocado, café tomado e dentes escovados. Só esperava Benjamin aparecer e dar á hora antes de pegar minhas coisas e irmos logo para escola. Eu estava no sofá da sala vendo meu Facebook, quando a campainha tocou. Guardei meu celular e fui correr abrir a porta. Que eu a abri, Benjamin estava parado do outro lado. Abriu um sorriso assim que me viu. Estava usando um boné vermelho virado para trás, deixando uma franja sobre a testa.

— bom dia Luuh. — disse sorrindo. Ele ficava lindo sorrindo. Por que eu pensei isso?

— bom dia Ben. — respondi retribuindo o sorriso. — Não está um pouco cedo ainda?

— não sei. Nem olhei o relógio quando sai de casa. — disse mexendo os pés. — eu estava querendo sair logo com você.

- olha. — disse pegando meu celular no bolso. — ainda são 06h00m da manhã. Eu saio só daqui a trinta minutos. Mas você espera aqui. Entra. — disse dando passagem.

— onde estão sua mãe e irmã? — perguntou Benjamin indo para sala.

— elas trabalham cedo e saem antes de mim. — disse fechando a porta de casa. — eu fico sozinho a tarde toda quando chego.

— bom agora você não fica mais. — disse abrindo os braços. — eu fico aqui com você. Ou você pode ficar na minha casa.

— tudo bem. — disse indo para sala. — vem comigo.

Benjamin me seguiu e sentou do meu lado no sofá. Por mais que eu tentasse e qual fosse o tamanho da minha força de vontade, não conseguia controlar meus olhos, já que toda hora eles iam até onde Benjamin estava. Ele deve ter percebido que eu o olhava, ja que virou o rosto abruptamente. Eu corei na hora e desviei o olhar. Benjamin riu e chegou mais perto, passando o braço por cima do meu ombro e me puxando. Segurou meu rosto, me fazendo olhá-lo. Me afogando naquela imensidão azul.

— por que você sempre vira o rosto ou fica vermelho quando eu olho pra você? — perguntou olhando fundo em meus olhos.

— eu... desculpe Ben. — disse olhando para baixo. Levantei do sofá e fui para cozinha beber alguma coisa. Peguei o copo com suco de morango e andei até a porta, mas quando eu estava para virar, acabei esbarrando em Benjamin, derramando suco em cima dele. Meu coração quase parou quando o vi todo molhado, a camisa manchada de vermelho e grudando em seu corpo, marcando seu peito e sua barriga tanquinho.

— ai não, desculpa Ben. — disse deixando o copo em cima do balcão. — desculpa mesmo.

— calma Luuh, não foi nada. — prendi a respiração quando ele começou a levantar a camisa para tirá-la. — você pode me emprestar uma camisa? Depois eu devolvo limpa e passada.

Com muito esforço eu o olhei e confirmei com a cabeça. Subi as escadas e entrei no meu quarto. Me encostei na parede e tentei esfriar a cabeça. Quando olhei pra baixo, meu pau pulsava dentro da cueca, marcado pela calça apertada do uniforme. Sentei no chão e puxei as pernas para perto do peito. Me sentia estranho. Eu não sentia atração por nenhuma garota do colégio, nada. Mas aí, chega Benjamin e abala todo meu mundo. O beijo que ele deu na ponta do meu nariz, me deixou queimando por dentro, mas foi apenas olhar para seu corpo molhado pra me deixar meu pau duro desse jeito. Isso era assustador. Mas era verdade. Estava apaixonado pelo Benjamin.