A Galintaverna

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Lyan estendeu a mão para seu irmão, o ajudando a se levantar eles ainda observavam a "Galintaverna" que parecia se acostumar com o novo par de pernas. Os aldeões corriam e gritavam desesperados por toda cidade outros se escondiam em suas casas, e a guarda da cidade estava em uma tentativa falha de acalmar a população.

- Se conseguirmos dar um jeito nessa... coisa, nossos problemas de dinheiro e comida vão estar resolvidos - Lyan falou com animação que durou poucos segundos, pois não conseguia pensar em como derrubaria aquela coisa que tinha muitas vezes o seu tamanho.

Meyron olhava para os lado procurando por algo. - Espera... Achei! Faz essa coisa ficar parada, eu vou fazer ela cair! - Ele saiu em disparada em direção a Fortaleza da guarda da cidade.

- Tá... Eu dou um jeito na... "Galintaverna" que tem umas trintas vezes o meu tamanho. - Lyan disse em um tom de desânimo.

- HEY! SUA GALINHA DE MERDA! - Gritou Lyan na esperança de que ela o escutaria. Ela olhou de um lado para o outro, e então viu Lyan lá em baixo, pulando e balançando os braços chamando sua atenção.

Ela se abaixou e olhou para Lyan com seu olho direito, em seguida para o outro lado e então o engoliu. Lyan não teve reação, não esperava por tamanha velocidade de um monstro tão grande, ele passou pelo bico da "Galintaverna" e rolou dentro da taverna até parar no balcão.

- O que está fazendo aqui? - Indagou Orobok, que estava no outro canto da taverna segurando Vincent pela gola de seu robe. - Eu mandei você pra fora.

- Não voltei por vontade própria - Respondeu, enquanto se levantava e esticava suas costas. - O mago ainda está vivo?

- Sim, infelizmente se eu matá-lo ninguém pagará pelos prejuízos estou tentando acordá-lo, quando a taverna começou a se mexer ele bateu a cabeça e desmaiou.

- Magos são frágeis, mas a inteligência deles compensa a fraqueza - Lyan falou e começou a andar em direção a Orobok e Vincent. - Para maioria pelo menos.

A taverna balançou uma vez, parecia se mexer, Lyan correu até uma das janelas e viu, a "Galintaverna" estava andando pela cidade.

- Temos que fazê-la parar, meu irmão tem um plano mas me pediu para mante-la parada.

- Fazê-la parar? Eu posso resolver isso - Orobok levantou-se e jogou Vincent para Lyan, que conseguiu o agarrar com dificuldade. - Cuide do mago, eu vou parar essa coisa.

O anão subiu as escadas que ficavam ao lado do balcão, indo até o seu quarto. Ao entrar em seu quarto ele se pôs a frente de seu armário, e então com força bruta o jogou para o lado, o armário se despedaçou ao bater na parede, enquanto Orobok olhava fixamente para onde o armário ficará e então atravessou a parede com um forte soco. Ele retirou seu grande punho do buraco e começou a abri-lo arrancando as madeiras. Poucos minutos se passaram quando ele terminou de abrir o buraco, revelando uma grossa e ornamentada armadura pesada e um martelo de batalha do mesmo tamanho de Orobok, a cabeça do martelo era coberta por runas anãs.

Lyan estava sentado no balcão bebendo uma das últimas garrafas de cerveja que não havia quebrado, enquanto observava Vincent escorregar de um lado para o outro, com o movimento da Taverna. Quando Orobok desceu as escadas vestindo sua armadura e com seu martelo em suas costas.

- Você vai pagar pela cerveja? - Orobok falou enquanto se aproximava.

- Claro, alguma vez já deixei de pagar? - Lyan se virou para o anão e jogou uma moeda de prata.

Orobok pegou a moeda ainda no ar e a guardou entre seu cinto, enquanto andava em direção a Vincent que ainda estava desmaiado. Ele o segurou pela gola e o levantou.

- O que vai fazer com ele? - Lyan perguntou.

- Vou acorda-lo da única maneira que funciona - Respondeu, ele aproximou o rosto de Vincent do dele e então ele gritou. - AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!

- AHHHHH! Não me mate! - Vincent gritou ao acordar assustado e trêmulo. Orobok soltou Vincent quando ele acordou e começou a andar em direção a uma das janelas.

- Eu não vou matar você - Orobok falou. - Você me deve uma taverna - O anão completou com a cara fechada.

Vincent se levantou recuperando a compostura e disse. - Uma taverna não será problema, meu pai e um dos donos da melhor taverna do mundo, irei pagar cada centavo - Ele checou se ainda estava com todos os seus pertences, e observou o lugar. - Por que a taverna está se mexendo?

- Por que você não responde? - Lyan se levantou da cadeira. - Foi você que a transformou em uma galinha.

- Eu errei a polimorfia - Falou Vincent.

- É você errou uma magia idiota porque é um idiota - Orobok falou enquanto abriu a janela. - E agora eu vou resolver a merda que você fez - Orobok saltou pela janela, caindo como uma grande e pesada pedra e fazendo um pequeno buraco no lugar onde caiu quando tocou o chão.

Lyan correu em direção a janela que Orobok havia pulado e o viu se levantar da pequena cratera que se formará. Ele se virou para Vincent e falou. - Agora é a nossa vez, você tem uma magia de vôo não tem?

- Claro, vamos sair daqui rápido - Vincent começou a andar em direção a Lyan, recitando palavras e fazendo alguns gestos com as mãos, pequenos círculos com runas se formaram na palma de suas mãos, e uma leve brisa levantou seus cabelos, um círculo também com runas apareceu em baixo dos pés de Lyan, que sentiu uma leve brisa em seu rosto e os círculos se fecharam.

- Pronto! - Vincent falou. - Já podemos ir - Lyan e Vincent sentiram seus corpos leves como uma folha de papel. Lyan saltou pela janela e voando foi em direção há Orobok seguido de Vincent.

- Por que não usou isso antes? Indagou Orobok enquanto esticava suas curtas pernas. - Estou ficando velho demais para pular de monstros desse tamanho.

Lyan colocou os pés no chão ainda em direção a Orobok. - Qual o seu plano? - Ele perguntou.

- É tão simples, que até o mago vai entender - O anão apontou na direção de uma das pernas da "Galintaverna". - Me jogue no meio daquela perna, e ela vai cair.

- Simples brutalidade, ótimo! Vincent, use magia de vôo em Orobok, é impossível para qualquer um de nós carrega-lo com essa armadura. - Vincent fez um sinal com a cabeça confirmando, e novamente os círculos mágicos apareceram dessa vez em Orobok, e em seguida a leve levantou sua longa barba.

- Ok, vamos começar - Lyan e Orobok começaram a correr em direção a "Galintaverna" e pularam, eles continuaram na mesma direção mas agora voando.

O anão retirou seu martelo das costas enquanto se aproximava e fez um sinal para Lyan, que se aproximou e agarrou o anão pela perna.

Lyan começou a girar Orobok ganhando velocidade a cada volta, até que finalmente o soltou. O anão voou como uma bala de canhão.

Orobok segurou o martelo com as duas mãos e girou o corpo junto de seu martelo acertando a parte de trás da perna esquerda do monstro, o som de ossos se esmigalhando ecoaram por toda a cidade, a "Galintaverna" tombou a o chão ainda tentando se levantar com uma única perna, até que uma esfera azul passou como um raio por Lyan acertando a taverna e explodindo grande parte dela.

Lyan se virou na direção de onde o tiro havia sido disparado, e viu Meyron acenando de trás de um canhão mágico no topo de uma das torres da fortaleza da guarda da cidade, Lyan seguido de Vincent foi voando até Meyron.

- Gostou do meu amiguinho? Perguntou Meyron apoiando o braço sobre o canhão.

Lyan riu se aproximando do irmão e o abraçando. - Finalmente resolveu usar a cabeça.

Os três comemoravam até escutar um som de placas batendo que se aproximava cada vez mais. Eles se viraram na direção do som e viram se aproximar o chefe da guarda acompanhado de dez soldados.

- Dodd, o famoso chefe da guarda, a cidade já está salva, não precisa se preocupar - Disse Lyan.

- Vocês estão presos por destruir parte da cidade, invadir o forte da guarda, atacarem a guarda, disparar o canhão sem permissão e por brigarem na taverna! - Falou Dodd com sua voz firme.

O Punho Solar E A Espada CongeladaOnde histórias criam vida. Descubra agora