Tyler dirigia calmamente. A melodia de Bored To Death, do blink-182, ecoava pelos auto-falantes de seu Opala, ano 1988. E, convenhamos, o mais bonito dos Opalas.
Parte do seu cabelo caía sobre sua testa, mas no momento, ele só se importava em chegar ao aeroporto o mais rápido possível.
Josh já estava esperando há um tempo, e ele já imaginava como seria o abraço que ele daria em seu noivo assim que o visse.
Suas mãos apertaram o volante assim que chegou ao estacionamento.
Tirou a chave da ignição e bateu a porta.
Borboletas cresciam em seu estômago e, por mais que ele conhecesse Josh há um longo tempo, a ansiedade ainda batia forte.
Talvez ele estivesse com muito medo de ver Josh novamente. Sei lá, e se ele estivesse feio? E se ele tivesse engordado? Ele estava cheiroso o suficiente?
Olha, as respostas pra essas perguntas ele não sabia. A única coisa de que ele tinha certeza era que havia um garoto de cabelos azuis correndo em sua direção, e, pobre Tyler, nem reconheceu o dono daqueles fios azuis.
Não demorou tanto (nem sequer poucos metros de distância entre ele e a pessoa desconhecida, até então) para que Tyler notasse que, o alguém que estava vindo em sua direção era o amor da sua vida.
Em carne e osso.
Bem em sua frente.
Claro, eles pareciam um cachorrinho encontrando seu dono, depois de um longo dia de trabalho.
- Caramba, Tyler! Eu senti tanto a sua falta! - Josh balbuciou, as lágrimas escorriam por suas bochechas e, por mais que tentasse, não conseguia evitar a "voz de choro".
- Eu também, Joshie. Meu Deus, foram quase seis meses!
Se abraçaram novamente. Talvez (com uma grande porcentagem de certeza) este tenha durado mais que o outro. Mas, sabe? Naquele momento, eles só precisavam da presença um do outro; sentir o cheiro, o corpo e o coração um do outro.
Tyler não aguentou. Aqueles lábios rosados de Joshua fodendo Dun pediam para serem beijados e, sem pensar duas vezes, ele o fez.
Um beijo calmo e lento, que foi apreciado por algumas pessoas presentes no portão sete do aeroporto internacional John Gleen.
Tyler aprofundou o beijo, pedindo permissão (sem usar suas palavras, claro) para adentrar a boca de Josh com sua língua, que foi rapidamente concedida pelo garoto de cabelos azuis.
Eles pararam. Claro, eles estavam em um aeroporto. As coisas mais quentes, digamos assim, ficariam pra mais tarde, quando eles estivessem em casa.
- Vem, vamos pegar sua mala. - Tyler anunciou, segurando a mão de Josh e indo em busca da bagagem do namorado, que tinha ficado mais para trás.
- Claro, amor - Joshua riu do que ele mesmo tinha acabado de falar - "Amor" é um apelido tão estranho, né? Nem sei por quê disse isso, é tão clichê.
Tyler rolou os olhos, mas riu.
- Josh, você mal chegou e já tá falando merda. E se tiver alguém aqui que chama o cônjuge de amor?
- Olha, nesse caso, o problema é deles. Não sou eu quem cria esses apelidos malucos. Prefiro te chamar de Taco, por mais ridículo que seja. Pelo menos é original, oras.
O moreno soltou a mão do menor e pegou suas bagagens, que aparentemente estavam cheias de chumbo.
- Caramba, Jishwa! Você, por algum acaso, colocou uma pessoa morta aqui? - Tyler disse, pegando as três malas e seguindo em direção ao carro.
