4 | K.O.

661 48 3
                                    


18 de Abril de 2017


Adrian

Bati a porta do meu armário, rolando os meus ombros e encontrando uma maneira de relaxar. Como? Eu me pergunto como eu deixei isso acontecer? Como eu deixei com que ele ganhasse? Não era que eu não tinha perdido uma luta antes, claro que tinha, mas eu sabia como Dex funcionava, seu jogo de cintura, não tinha como ele virar um melhor lutador em menos de duas semanas quando a única coisa que o cara faz é propaganda, farrear e beber todas. Alguma coisa parecia sem sentido, como se estivesse fora do lugar, parecia que Dex, de alguma maneira, conseguiu ajuda. Agora saber que tipo de ajuda tinha sido essa, é o que seria difícil.
Saí do vestiário já louco pra chegar em casa e esquecer que essa luta existiu, que esse dia existiu e dormir até amanhã. Quando eu estava prestes a sair da arena, eu escutei um aplauso ecoar pelo corredor.
- Parabéns, pequeno Adrian. – Virei-me pra trás, dando de cara com Scott com um sorriso de lado no rosto. – Você lutou bravamente.
- O que você quer, Scott?
- Sua namoradinha não veio hoje, que pena, acho que foi por isso que você não lutou com tudo que tinha dentro de você. – Ele se aproximou de mim, cruzando os braços.
- Nem ouse falar no nome de Julieta, Scott.
- Por quê? Agora que vocês estão juntos ninguém mais pode falar da sua namorada gostosa? – Eu respirei fundo, cerrando meus punhos. – Ops! Parece que eu atingi um nervo. – Ele se aproximou de mim e continuou: - Será que eu atingiria outro nervo falando o quanto Julieta é boa de cama? Ou o quão fácil foi conquistá-la? Porque foi, Adrian, Julieta é carente demais e só precisa de alguém pra faze-la se sentir importante e agora essa pessoa é você. Ela não te ama, Adrian, como é que ela pode amar um caipira que nem você?
E isso foi tudo que precisou pra que eu derrubasse Scott no chão e enchesse ele de porrada. Foi preciso dois seguranças pra me tirar de cima dele, e quando eles o fizeram, eu saí da arena sem nem ao menos olhar pra trás. Era capaz de eu voltar lá só parar quando eu ouvisse o barulho de algo quebrando.
Quando eu cheguei em casa, eu tomei um banho longo e quente pra ver se eu relaxava um pouco, mas claro que não funcionou completamente. Era tarde então não tinham muitos restaurantes abertos e Julieta provavelmente estava dormindo pra conversar comigo. E como se o universo estivesse ao meu favor, a minha campainha tocou.
- Oi. – Eu disse, abrindo a porta apartamento. Julieta sorriu, antes de me abraçar pelo pescoço.
- Você está bem?
- Não. – Respondi, me separando dela e fechando a porta. – Vamos lá pro quarto que eu estou acabado. – Julieta tirou os sapatos e me seguiu em direção ao quarto. Quando eu cheguei no mesmo, me joguei na cama e Julieta sentou ao meu lado. – Eu só quero esquecer que esse dia existiu.
- Mas você já perdeu antes, Adrian, não é o fim do mundo.
- Mas nunca pro Dex, Julieta. O Dex é um dos piores lutadores que existe, e eu gosto de pensar que eu sou muito bom pra perder pra ele desse jeito. Era como se ele já soubesse o que eu ia fazer e como explorar minha defesa.
- Você acha que alguém ajudou ele?
- Ou alguma coisa. – Eu respirei fundo, olhando pro teto. – Todo o meu corpo dói, parece que eu fui atropelado por um caminhão. O que eu não daria pra uma massagem agora.
- Eu posso fazer se você quiser.
- Fazer o quê?
- Massagem.
- Você sabe fazer massagem?
- Sei, minha mãe me obrigou a fazer um curso junto com as amigas dela. Vai querer ou não?
Eu queria dizer não, tinha um aviso enorme, vermelho e brilhante em cima da cabeça de Julieta dizendo: "Perigo!", porém, meu corpo doía pra caralho e ela tinha oferecido.
- Julieta...
- Vira de costas que eu vou buscar uns cremes no meu apartamento e volto já. – Eu virei de costas, esperando Julieta voltar. Quando ela voltou, ela pulou nas minhas costas.
- Julieta!
- Ops, desculpa. – Ela disse, rindo e por uma fração de segundo eu achei melhor parar antes mesmo de começar.
- Julieta, eu acho... – E foi ai que eu parei de falar ao sentir as mãos de Julieta massageando toda a região das minhas costas. Quando Julieta disse que tinha feito um curso de massagem eu não sabia que tinha sido com os anjos porque suas mãos pareciam uma intervenção de divina. Se relaxar era o que eu precisava pode ter certeza que Julieta estava fazendo um trabalho maravilhoso porque nunca na vida eu tinha sentindo uma paz enorme. Bem, só quando eu a estava beijando.
- Por que você tem tantas tatuagens? – Julieta perguntou e eu abri os olhos, focando no que ela tinha acabado de falar.
- Eu sempre foi apaixonado por arte e eu sempre vi tatuagem como uma forma de arte então eu uni a minha vontade de fazer uma tatuagem com minha paixão por arte. Só que eu não parei com uma.
- Eu estava pensando em fazer uma tatuagem. – Julieta massageou meus ombros e involuntariamente eu soltei um gemido. – Uma flor de lótus.
- Uma flor de lótus? Por quê?
- Bem, como ela nasce em meio a lodo, no pântano, ela representa superação, força, e passar por dificuldade e a ver o lado positivo da situação. É uma espécie de lembrete.
- Se você quiser, eu posso falar com meu tatuador.
- Isso seria incrível! – Ela disse, em meu ouvido e eu senti os pelos na minha nuca arrepiarem. – Por que você não tem uma namorada, Daniels? Anna disse que você era bem famoso com as meninas em Wimberley, mas faz tanto tempo que eu não te vejo com ninguém.
- Eu não tenho tempo pra sair, conhecer gente, entre as lutas e o treino eu quase não tenho tempo pra nada.
- Mas você tem tempo pra mim? Pra sair comigo?
- É diferente.
- Por que é diferente?
- Porque tudo é diferente com você, Julieta. – Julieta saiu de cima de mim, e eu me virei na cama, sentando na mesma e ficando de frente pra ela. – Porque eu estou pouco me fodendo pra namorar, ou conhecer garotas porque a única mulher que eu quero, que eu estou apaixonado é você.
Julieta me olhou assustada com a boca meio aberta, antes de sorrir e pular em cima de mim. Eu caí para trás com cada perna de Julieta do meu lado quando ela disse:
- Por que você demorou tanto?! - Olhei pra ela confuso, mas Julieta apenas mordeu o lábio antes de me beijar.
Naquela noite eu descobri que Julieta não apenas um anjo que apareceu pra mudar minha vida, ela também era o diabo que tinha vindo pra me atormentar. E eu não estava reclamando nenhum pouco disso.

                                                                                       • • • • •

Julieta

- Já estou indo! – Eu gritei, colocando o resto da pipoca no balde. Corri até a porta, abrindo a mesma e dando de cara com Anna e Adrian. – Oi, Anna. Oi, Adrian! O que vocês fazem aqui? – Se acalma, Julieta, é só o Adrian, o cara que você não consegue parar de pensar desde o dia que conheceu. , pensei mordendo meu lábio. Não era que eu não tivesse reparado que Adrian era um cara maravilhoso, claro que tinha, era bem difícil de não reparar quando o cara era coberto de tatuagem praticamente da cabeça aos pés, cozinha bem pra caralho, tinha o sorriso mais lindo e sem falar que ficava dez vezes mais atraente de terno. O problema é que eu nunca sabia o que Adrian estava sentindo ou pensando, ele tinha a melhor poker face que você respeita então imagina a minha surpresa e desespero quando eu descobri que estava completamente apaixonada por ele, por cada resposta ranzinza, por cada careta, por cada sorriso sarcástico e cada sorriso sincero. Eu não sabia como agir perto dele, claro que eu sabia que tinha que me segurar porque qualquer movimento brusco poderia acabar om minha amizade com Adrian e isso era uma das coisas que eu não queria. Adrian era muito importante pra mim pra eu perde-lo dessa maneira.
Pra dizer que eu fiquei chocada quando ele admitiu noite passada que estava apaixonado por mim foi um começo e quando eu vi já estava em cima dele o beijando como se minha vida dependesse disso.
- Julieta? – Anna chamou minha atenção e eu olhei pra ela. – Tudo bem com você?
- Tudo sim. Então, o que vocês estão fazendo aqui?
- Eu tive um tempo livre do meu workshop então vim visitar o meu irmãozinho aqui, porém Adrian é um chato e não quer sair comigo pra assistir um filme, então eu pensei da gente assistir um filme lá na casa dele e como eu sei que você é a melhor vizinha que existe, pensei em te chamar.
- Na verdade, eu estou prestes a começar a assistir um filme agora. – Apontei para o meu sofá.
- Ótimo! Então a gente fica aqui mesmo. Uh, pipoca! – Anna entrou no meu apartamento, indo em direção a cozinha. Adrian deu um passo, ficando em minha frente, fechando a porta atrás dele.
- Oi. – Ele sorriu, dando um beijo na minha bochecha.
- Oi. – Eu olhei pra Anna, que estava entretida procurando algo pra beber dentro da geladeira. Fiquei na ponta dos pés, dando um selinho nele. Adrian ficou assustado de primeira, mas logo sorriu largamente, me abraçando pela cintura.
- Por que você não estava na minha cama quando eu acordei? – Ele perguntou, sussurrando em meu ouvido enquanto eu o abraçava pelo pescoço.
- Eu tive que treinar, esse corpinho não se mantem sozinho.
- Pensei que o treino que nós fizemos na noite anterior foi o suficiente. – Ele disse, olhando pra mim e eu senti as minhas bochechas queimarem.
- Adrian! – Eu dei um tapa nele, fazendo com que ele sorrisse e me desse um selinho demorado. Adrian se afastou de mim e depois olhou por cima do meu ombro, fazendo com que eu olhasse também.
- Vocês dois estão juntos? – Anna perguntou, olhando pra gente com os olhos arregalados. Eu me afastei de Adrian e me virei pra ela, Adrian, que é um babaca muito fofo, me abraçou pela cintura e respondeu:
- Sim. – Anna soltou um grito tão alto que eu quase tive que tampar meus ouvidos.
- Mamãe vai pirar quando ela souber disso! Há quanto tempo vocês estão juntos?
- Menos de 24 horas, Anna, e eu apreciaria se você ficasse com a sua boca fechada por algum tempo. Eu quero contar pra mamãe e pro senhor Bellucci junto com Julieta.
- É claro que eu vou manter minha boa fechada, mas isso é tão legal! Vocês estão nesse joguinho há muito tempo, chegava a ser frustrante esperar pra um dos frouxos tomar uma atitude. – Anna andou até a gente, nos abraçando. – Vocês provavelmente querem ficar sozinhos agora, então eu vou voltar pro meu dormitório.
- Não precisa, Anna, a gente ainda pode assistir ao filme.
- Pra eu me lembrar o quão sozinha eu estou com vocês de namorico? Eu passo! Sem falar que Adrian está me mandando ir embora.
- Adrian! – Me virei pro lado, dando um tapa no braço dele. - Você pode ficar se quiser, Anna.
- Quem sabe outro dia, cunhadinha. – Anna andou em direção a porta, abrindo a mesma. Anna saiu do meu apartamento, fechando a porta atrás dela. Adrian me pegou pela cintura, me virando pra ele e aproximou nossos rostos.
- Agora, nós temos um assunto pra tratar. Na verdade, dois. – Adrian me levantou pela cintura, começando a andar em direção ao sofá e caindo no mesmo, fazendo com que eu ficasse deitada em cima dele. – Primeiro: nós temos que contar pro seu pai que estamos juntos. Eu estava planejando falar com ele sobre minhas intenções com você depois que a temporada de lutas acabasse, antes mesmo de tentar alguma coisa contigo, mas como nada com você saí como planejado. – Ele apertou meu nariz. – Eu tenho que falar com ele o mais rápido possível.
- E a outra coisa?
- A outra coisa, você definitivamente não vai gostar. Eu dei uma surra no Scott, e antes que você proteste, eu vou logo dizendo que ele merece cada soco que eu dei naquela cara dele. O cara me provocou, Julieta, ele teve a coragem de falar no seu nome.
- Você tem que falar com meu pai sobre isso, explicar tudo pra ele entender tudo o porquê de você ter feito o que fez. – Eu acariciei seu cabelo, e Adrian respirou fundo.
- Só não hoje. – Ele disse, me abraçando pela cintura e escondendo seu rosto no meu pescoço. – Hoje eu quero ficar aqui. Nessa posição. Com roupa ou sem roupa, de preferência sem roupa, mas assim está bom também.
- Será que a gente poderia ficar nessa posição lá minha cama? – Eu perguntei e Adrian olhou pra mim com os olhos cerrados e disse:
- Julieta Bellucci, você está me seduzindo?
- Pensei que eu já tinha te conquistado. – Me levantei do sofá, começando a andar pra trás. – Mas eu ainda tenho que te conquistar? Ai, preguiça, não quero. – Adrian se apoiou nos cotovelos, olhando pra mim com um sorriso de lado.
- Sua bruxinha! – Adrian pulou do sofá e eu soltei um grito, começando a correr atrás de mim. Eu consegui chegar no começo do corredor quando ele me pegou pela cintura e me jogou em seu ombro.
- Adrian, me coloca no chão. – Eu disse, batendo em suas costas.
- Nope! – Ele respondeu, abrindo a porta do meu quarto. Adrian me jogou em cima da cama e depois caiu em cima de mim. – Agora onde é que a gente tava mesmo? – Ele continuou antes de começar a me beijar. Adrian era o tipo de cara que beijava você da forma mais sedutora que você poderia esperar, nunca na vida eu acharia que um lutador marrento como ele, poderia beijar de um jeito que deixava você sem fôlego, mas não reclamo nenhum pouco pela falta de ar. Na verdade, pode continuar, e coloca a mão um pouco mais pra baixo.
Porém, a vida era injusta, e o celular de Adrian começou a tocar.
- Adrian, é bom você não atender esse celular. – Eu disse, começando a dar beijos no seu pescoço.
- É o Mick. Ele não me liga a não ser que seja algo importante. – Adrian atendeu o celular, Mick falou algo rápido e Adrian desligou o mesmo. – Mick disse que seu pai chamou eu e ele pra conversar, ele já está me esperando lá embaixo. – Ele se levantou e eu me sentei na cama.
- Você quer que eu vá com você?
- Não precisa, deve ser alguma coisa sobre a luta de ontem. Todas as vezes que eu perco ele me chama pra conversar, bom que eu aproveito e já falo o que aconteceu com Scott.
- O que te faz pensar que ele já não falou?
- Scott provavelmente deve estar farreando até agora. – Ele se abaixou, me dando um selinho. – Quando eu voltar, eu venho direto pra cá. Você vai ficar em casa hoje?
- Provavelmente. Vou ver se Anna ainda está no seu apartamento pra passar um tempo com ela. – Ele me deu outro selinho.
- Te vejo depois.
- Tchau. – Adrian saiu do meu quarto e logo depois eu escutei a porta do meu apartamento bater. Me joguei na cama pensado em quão louca minha vida tinha ficado depois que eu tinha conhecido esse lutador, parecia que o mundo tinha dado uma chacoalhada e as coisas estavam bem mais claras no momentos. É, Julieta, você está completamente encrencada agora.
Minha campainha começou a tocar e eu imaginei que fosse Adrian que tinha esquecido alguma coisa, porém, estava longe de ser Adrian.
- Gary? – Perguntei, o olhando confusa. – O que você está fazendo aqui? Saudades de ser meu guarda-costas?
- Você sabe que sim, Julieta. – Ele riu. – Mas no momento eu tenho um assunto pra tratar com você. Posso entrar?
- Claro que sim. – Gary entrou no meu apartamento e eu logo percebi que ele carregava um iPad. Eu fiz menção para ele sentar e sentei-me ao seu lado. – O que foi, Gary? Aconteceu alguma coisa com meu pai?
- Não, seu pai está bem, eu vim te mostrar uma coisa. É sobre o Adrian.
- Sobre o Adrian? O que foi?
- Ontem depois da luta, Scott e Adrian se encontraram no corredor. – ele abriu o notebook. – Scott falou algumas coisas para o Adrian, coisas sobre você e o Adrian partiu pra cima dele.

- Parabéns, pequeno Adrian. – Scott disse, batendo palmas, fazendo com que Adrian virasse pra ele. – Você lutou bravamente.
- O que você quer, Scott?
- Sua namoradinha não veio hoje, que pena, acho que foi por isso que você não lutou com tudo que tinha dentro de você. –
- Nem ouse falar no nome de Julieta, Scott.
- Por quê? Agora que vocês estão juntos ninguém mais pode falar da sua namorada gostosa? – Adrian respirou fundo, cerrando meus punhos. – Ops! Parece que eu atingi um nervo. – Scott se aproximou e continuou: - Será que eu atingiria outro nervo falando o quanto Julieta é boa de cama? Ou o quão fácil foi conquista-la? Porque foi, Adrian, Julieta é carente demais e só precisa de alguém pra faze-la se sentir importante e agora essa pessoa é você. Ela não te ama, Adrian, como é que ela pode amar um caipira que nem você?
E foi ai que Adrian derrubou Scott no chão e começou a bater nele. Gary e outro cara tiraram Adrian de cima dele e Adrian saiu da arena sem olhar pra trás. Scott sorriu largamente e depois olhou diretamente pra câmera.


- Ele armou pro Adrian. – Eu disse, olhando pra Gary.
- E ele sabia exatamente como fazer o Adrian perder a cabeça.
- Por que você trouxe esse vídeo pra cá?
- Scott apareceu com esse vídeo no escritório do seu pai hoje então eu pensei que ele iria mostrar pro seu pai, porém o vídeo que ele mostrou não tem som. Eu vim trazer essa cópia pro Adrian, mas só que ele não está em casa então eu trouxe pra você ver. Senhor Bellucci é seu pai, Julieta, é mais fácil você mostrar esse vídeo do que qualquer outra pessoa.
- Eu juro que eu não sei porque eu namorei aquele imbecil do Scott! Eu só podia estar muito louca. – Me encostei no sofá atrás de mim. – Você veio de carro?
- Julian já está com o carro ligado.
- Então vamos. – Eu disse, me levantando e pegando o iPad.

O caminho até o escritório do meu pai demorou um pouco, o escritório ficava no centro da cidade e o transito até lá era um caos. Quando nós chegamos, Gary subiu comigo, a secretaria do meu pai indicou qual sala de reunião eles estavam. Então quando eu cheguei na porta da sala, eu apenas entrei sem nem ao menos bater na porta e disse:
- Protesto! – Os seguranças atrás do meu pai seguraram o riso enquanto Adrian, Mick, meu pai, Scott e o empresário de Scott, Billy, me olharam confusos.
- Julieta, essa não é hora pra brincadeira. – Meu pai disse, balançando a cabeça. Dava pra ver que ele já tinha visto o vídeo e estava fulminando de raiva, não tinha nada que ele odiasse mais do que lutador brigando fora do ringue.
- Eu sei. Scott armou para o Adrian. – Eu disse, colocando o iPad nas mãos do meu pai. Ele olhou para mim e depois para o iPad dando o play no vídeo que estava com o som de Scott provocando Adrian e usando meu nome. Meu pai ficou vermelho de ódio, se levantando da mesa e batendo na mesma com força.
- Como é que você tem coragem de falar da minha filha desse jeito, hein, seu imbecil?! – Ele disse, apontando o dedo pro Scott. – Seu contrato acaba nesse exato segundo, Scott, você e o seu agente podem procurar outra pessoa pra te bancar porque do meu dinheiro você não vê nem a sombra.
- Senhor Bellucci... – O agente de Scott começou, mas meu pai o interrompeu.
- Eu não quero ouvir uma palavra, Billy, tira esse garoto da minha frente agora antes que eu quebre a cara dele no meio. E eu pago a porra da indenização que for pra não ter que olhar pra nenhum dos dois. Rick, acompanha os dois pra fora daqui. – Os dois se levantaram, e eu levantei minhas mãos pra perto dos meus olhos, fazendo cara de choro pra Scott. Julieta: 1 x Scott: 0.
- Tchauzinho, Scott, vai pela sombra.
- Sua idiota! – Scott se levantou e avançou pra cima. Meu pai ficou na minha frente e Adrian se levantou no mesmo instante e o empurrou pra longe.
- Chega perto dela pra você ver como dessa vez eu só paro quando eu ouvir o som de algo quebrando.
- Vamos, Scott! – Rick puxou Scott pra fora do escritório pra que ele não piorasse a situação.
- Paizinho, você é o melhor! – Eu o abracei de lado.
- Um dia você vai me matar do coração, Julieta! Por que você sempre namora os babacas, Julieta? – Ele olhou pra mim e eu fiz uma careta. – Por que você não namora alguém como o Adrian?
- Já que você tocou no assunto... – Eu disse, andando até para ao lado de Adrian e entrelaçando nossos dedos. - Nós estamos juntos.
- Eu só queria dizer antes de tudo que eu ia conversar com o senhor antes de tudo, mas nada saí como planejado quando se trata da sua filha. – Adrian disse, olhando para mim.
- E você acha que eu não sei? – Meu pai se jogou na cadeira e respirou fundo. – Eu fico feliz que vocês dois estão juntos, Mia já estava tramando um plano pra ver se vocês dois admitem o que sente um pelo outro. Agora eu posso namorar sem ela falar sobre vocês, é exaustivo.
- Todo mundo já sabia menos a gente?
- Ambos são teimosos e não gostam de falar de sentimentos. É bem mais fácil pra quem está do lado de fora do que pra quem está do lado de dentro pra perceber as coisas. – Ele respirou fundo. – Agora pode sair os dois daqui porque eu tenho o que fazer e antes que eu te proíba de namorar outro lutador, Julieta.
- Tá bom, paizinho. – Andei até ele, dando um beijo na sua bochecha. – Até depois, te amo, tchau. – Puxei Adrian para fora do escritório e comecei a arrasta-lo em direção ao elevador.
- Como é que você sabia que o vídeo não tinha som? – Adrian perguntou, me abraçando pela cintura.
- Gary apareceu na minha porta depois que você foi embora me mostrando o vídeo. Aparentemente, ele foi um dos que separou a briga de vocês e depois que ele foi na sala de segurança pra pedir que eles passassem o vídeo pra saber o porquê de você ter batido no Scott, o mesmo saía da sala de segurança com um sorriso no rosto. Gary achou que algo estava prestes a aconteceu e pegou uma cópia do vídeo.
- Por que ele não veio falar comigo e sim com você?
- Porque seria mais fácil se eu falasse com meu pai do que você. Sem falar que você não estava em casa. – As portas do elevador se abriram e nós saímos.
- Você definitivamente sabe fazer uma entrada, Julieta. – Adrian olhou pra mim, com um sorriso no rosto. – Agora, eu acredito que temos fazer uma coisa.
- Sério? E o que seria essa coisa?
- Um encontro.
- Mas eu não estou vestida pra um encontro! – Falei, apontando pra minha roupa. – Nem maquiagem eu estou usando.
- Eu não ligo.
- Mas eu ligo, seu idiota! – Eu dei um tapa em seu braço. – Você não pode dizer que a gente vai em um encontro desse jeito, eu tenho que me preparar.
- Em outro encontro você se prepara. – Ele me abraçou pelos ombros, dando um beijo em minha testa.
- Onde é que a gente vai então, sabidão?
- Em um rodizio de pizza. – Eu fechei os olhos, jogando as mãos pra cima e gritando um "Yeah!". – Pensei que você ia gostar da ideia.
- Você me conhece como ninguém, lutador.
- Você pode apostar que sim, patricinha, pode apostar.  


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
UnânimeOnde histórias criam vida. Descubra agora