O coração estava disparado, as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Aquele local escuro não era a floresta, não havia sol e a sensação de desespero havia invadido o ser de Percy Jackson. O semideus de Vesta em seus primeiros segundos naquele estranho local, havia perdido qualquer senso de orientação!
Não havia cheiros conhecidos para guia-los, o sol não estava em lugar nenhum e aquela estranha arquitetura o confundia. Era demais, Ártemis o havia criado para ser livre, o acampamento das caçadoras era a sua casa.
Não saber onde estava a sua casa, era a pior tortura. Vesta, a deusa do lar era a única deusa que cuidava do Olimpo, garantia que todos os deuses tinham para onde voltar depois de suas incontáveis batalhas. Percy havia herdado aquele "instinto" de Vesta/Héstia, em todos os anos com as caçadoras, ele havia assumido as "tarefas de casa", era sempre ele que preparava a comida, guardava o acampamento quando as caçadoras não estavam e fazia a oferenda aos deuses.
Durante todo aquele tempo, ele fez o melhor que pode para ter sua ideia de "lar" e mesmo inconscientemente, ele trabalhava como a sua mãe.
Mas naquele momento, em toda aquela escuridão nada mais fazia sentido. A entrada de Hermes, o ataque de Phoebe e o chão o sugando.
Andou por mais alguns metros em busca de qualquer raio de sol, ele havia se acalmado um pouco, depois do choque inicial.
- Onde estou? – Perguntou para o nada
Após mais alguns minutos Percy se lembrou dos poderes de sua mãe, se concentrando durante alguns segundos, foi capaz de criar uma pequena chama na palma de sua mão. Mantendo a concentração, o semideus jogou a chama para cima e ela ficou flutuando sobre ele.
Percy havia aprendido a fazer aquilo com o poder de pirogênese de sua mãe, se ele se mantivesse concentrado na chama, poderia manter ela acesa flutuando. Ao contrário do fogo comum que poderia ser gerado por filhos de Hefesto, o fogo que Percy produzia era idêntico ao fogo sagrado dos deuses, ele havia sido concebido daquela forma, a chama do Olimpo o respeitava e fazia parte dele.
A estrutura onde ele estava ficou mais iluminada, a arquitetura era puramente grega, mas havia algumas conexões que pareciam de outras origens. Hieróglifos egípcios se misturavam com o cuneiforme fenício, aquele estranho túnel parecia conter diversas culturas condensadas em suas paredes.
E também parecia sem fim. Conforme o semideus avançava em linha reta, encontrava mais e mais combinações estranhas entre as culturas. Por um momento o desespero passou pela sua cabeça, mas se focou na chama flutuando.
Após uma hora de caminhada por aquele estranho corredor, um cheiro conhecido começou a vir do túnel.
O sentido do olfato é o sentido mais intimamente ligado a memória, e aquele cheiro, era o mais forte que Percy se lembrava, o mesmo cheiro doce de cinco anos atrás, por algum motivo, o cheiro de Annabeth se estendia além daquele túnel.
Percy avançou com a pequena chama flutuando acima de si, a expectativa de encontrar alguém conhecido o motivou, mas ao contrário do que ele pensava, ao invés de o túnel dar em algum lugar a céu aberto, o clima ficou muito quente, o ar tinha cheiro de enxofre e era ácido, a sua frente, paredes enormes cercavam um local que não parecia feliz.
Não havia árvores e não existia sol, mas havia um rio, que ao contrário das leis da natureza, não era de água, parecia ser feito de fogo.
- Então... Tudo aconteceu como o planejado? – Perguntou uma voz
O filho de Vesta prestou atenção naquela voz estranha, era grave e parecia muito antiga, de certa forma lhe dava medo. Caminhando em direção aquela voz, ele se escondeu atrás de um monte de rochas e apenas ouviu a estranha conversa entre três pessoa.

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O Filho de Vesta
FanfictionAlgumas histórias podem ser contadas de uma maneira diferente, a partir de acontecimentos improváveis.Vesta tinha um sonho que nunca poderia ser realizado! Mas Hécate, a deusa da magia tinha um plano, que possibilitaria que ela o realiza-se. Mas a q...