A difícil vida de um alguém

Aquele primeiro dia de aula na escola nova

Eu esperava que fosse um dia maravilhoso. Estava muito ansiosa para o meu primeiro dia de aula na escola nova.
Na noite anterior eu mal consegui dormir, eu estava louca.
Era uma mistura de sentimentos... Nem todos bons, já que eu fiquei com uma dor de barriga DAQUELAS, no carro antes de chegar na escola (Foi um saco).
Eu não conhecia ninguém, muito menos a escola. Cheguei lá (ainda com aquela dor de barriga) e tinha um monte de gente conversando e gritando, chegava gente a cada segundo e começavam a se abraçar e falar o quanto estavam com saudades um do outro, devido as férias.
Naquele momento eu fiquei muito triste ao lembrar que naquele mesmo momento, na minha antiga escola, estavam minhas amigas se reencontrando e matando as saudades, sem mim (as aulas começaram no mesmo dia).
Descobri que uma menina que fazia inglês onde eu fazia, estudava lá. Dei um "oi, tudo bom?" pra ela, e comecei a conversar. Ela já estudava há muito tempo lá, então foi procurar os amigos no pátio. Ia revê-los e ficar lá com eles. Enquanto eu ficava parada tentando identificar alguém que também fosse novo na escola e fosse da minha turma (é mais fácil fazer amizade com novatos). Foi difícil. Tanto é que eu não consegui.
Ótimo! Primeiro dia de aula, escola nova e eu sozinha sem ninguém.
Não consegui fazer amigos nesse dia. Não que eu esperasse fazer uma gangue de melhores amigos logo assim, do nada. Mas eu esperava me identificar com alguém, e sei lá, conversar. E eu não consegui.
As aulas passavam muito devagar. Meu Deus! Que saco que foi.
Quando deu a hora do intervalo, eu fui correndo pro banheiro (não, não era a dor de barriga). Eu não aguentava mais, estava muito chato, eu não conhecia ninguém, e isso fez com que tudo se tornasse insuportável. Eu não sei se isso acontece porque sou sonsa ou porque sou tímida, mas sei que não consigo falar com as pessoas muito rápido. Eu falo com elas, mas quem tem que vim é a pessoa. Eu só consigo ir até alguém e conversar, falar com ela, se eu conhecer. E a parte de conhecer a pessoa, pra mim, é bem difícil. O bom, é que depois que eu conheço a pessoa de verdade, ninguém me segura, a gente vira irmã (dependendo da pessoa, claro).
Mas vamos voltar ao assunto. Foi triste esse dia.
Quando voltamos do intervalo, na aula de português, a professora deu uma atividade na qual tivemos que falar nossos nomes e tal. Tinha uma garota com o mesmo nome que eu. Ela tinha um jeito estranho, mas parecia ser legal.
No fim da aula ela chegou, em mim e perguntou:
_Você se chama Fernanda, sim?
E eu claro, respondi que sim.
Ela começou a conversar comigo, e eu com ela, porém não rendeu muito a conversa.
A aula acabou, e eu fiquei esperando minha mãe chegar pra me buscar.
Passou uns minutos e minha mãe chegou. Acho que nunca estive tão feliz em ver o carro da minha mãe.
Naquele momento  eu só queria voltar pro meu antigo colégio, onde a vontade de ir embora era um pouco mais rara, geralmente.