Capitulo 2 (Revisado✔)

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Pov:Âmbar

Encontro um par de olhos cor de mel fixos em mim.
Levanto-me com brutalidade e viro-me para o meu salvador:

-Simon?- pergunto, um pouco confusa

-Âmbar?

-o que fazes aqui?

-vou para o roller, e tu?

-vim apanhar um pouco de ar

Um silêncio desconfortável nasce entre nós.
Decido quebra-lo:

-obrigado

Ele olha-me confuso:

-de quê?

-se não fosses tu eu estava neste momento no meio do chão- digo- claro que foste tu que provocaste a minha queda

Ele ri-se:

-tu é que chocaste contra mim

-pensa o que quiseres

Outra vez o silêncio:

-bem, vou indo xau Âmbar

-xau

E seguimos caminho.
Cada um para o seu lado.

....

Ao entrar na mansão subo rapidamente para o meu quarto.
Sento-me na cama e recordo a minha conversa com Simon.
Nunca nos falamos, sem ser quando temos algum tipo de exercício de patinagem.
Ele é bonito, mas completamente fora do meu género.
Tento esquecer isso.
Não posso concentrar-me em seres inferiores.
Sou Âmbar Smith, a melhor de todas.
E só posso pensar nisso.
Em ganhar. Em ser a melhor.

Agarro o portátil e entro no canal da Jazmin e da Delfina.
O Fab And Chic.
Entro no mais recente vídeo sem dar importância ao título e decido assisti-lo:

-olá amigos sou a Delfina

-e eu a Jazmin

-e isto é o

-Fab And Chic- elas disseram em coro

-hoje viemos fazer uma entrevista exclusiva a nova rainha da pista

Nova rainha? Como assim?

-Com vocês Luna Valente

A câmara foca ,luna que sorri  alegremente.
Não aguento mais.
Estou farta.
Fecho o portátil e atiro-o ao chão.
As teclas e os cacos saltam pelo quarto:

-aquela sonsa quer guerra não quer? Então é guerra que vai ter, ou eu não me chamo Âmbar Smith.

...

Pov:Simon

-já me podes dizer como vai ser o open? Vá lá Simon

Luna suplica enquanto roda na pista e se desvia dos restantes patinadores.
Não pude resistir.
Já a conhecia.
Quando metia uma coisa na cabeça tinha de ir até ao fim.
Decido ceder.
Uma única vez:

-pronto eu conto-te

Um sorriso nasce no seu rosto e ela grita:

-shiu! Mas não podes dizer a ninguém

-prometido

Ela levanta a mão em sinal de promessa e sorri:

-neste open music a Juliana vai dividir rapazes e raparigas em dois sacos.
E vai formar duplas. Noutro saco irá por músicas.

-uau, grande mel

-também acho, vais participar?

-vou, e tu?

-claro, nunca perderia o open do ano

Sorri e ela retribui:

-bem vou para casa, se não os meus país matam-me

-sim, eu também tenho de ir andando-respondo- queres que te leve?

-não é preciso

-ok, corrida até à entrada do roller?

-apostado

Disparo-me como um raio e desato a patinar a toda a velocidade.

....

Pov:Âmbar

Entro na sala de jantar.
A minha madrinha espera-me numa cadeira à minha frente para jantar.
Sento-me sem lhe dirigir a palavra e espeto o garfo nos espinafres:

-está comida está gelada- digo cuspindo para um guardanapo

-se chegasses cedo estava quente

Reviro os olhos:

-vou pedir à Mônica que me aqueça

Levanto-me e vou em direção à cozinha.
Paro quando ouço risos vindos de lá.
Espreito pela berma da porta e vejo-os.
A lunita....ou sol...tanto faz, a Luna e os seus país.
Felizes.
A rirem animadamente.
Todos juntos.
O meu olhar murcha.
Nunca tive este ambiente com a minha madrinha.
É raro ela abraçar-me quanto muito perguntar-me : "tudo bem?" ou " passa-se alguma coisa?".
Ao vê-los ali, tão contentes, perco de imediato a fome.
Volto à sala, deixoo prato na mesa e subo as escadas sem dizer uma única palavra.

....

Acordo cedo no dia seguinte.
Tomo um banho e visto o uniforme do Blake.
Desço as escadas, agarro uma torrada com geléia e vou até ao carro.
Impressionantemente a lunita já lá está, mas não me dirigi a palavra.
Nem um "olá".
Um "bom dia".
Nada.
Zero.
Silêncio total.
O caminho todo é assim.
Coberto pelo silêncio.
Quando chegamos à escola vejo-a afastar-se para fazer um telefonema.
Apesar de estar longe consigo ouvir  toda a conversa que ela está a ter com...o Matteo.
Concentro-me em cada sílaba que Luna pronuncia e em pouco tempo percebi tudo.
A raiva sobe até ao meu rosto.
O Matteo, o meu namorado, a pessoa que mais importância tinha na minha vida, tinha caído nos encantos da lunita.
A passo apressado dirigo-me até à Luna e paro-a antes que se vá embora.
Tinha de tirar isto a limpo:

-és mesmo hipócrita- insulto

Ela vira-se, olhando-me de forma confusa:

-o que é que eu fiz?

-roubaste-me o que é meu, roubaste-me o Matteo

Vejo-a revirar os olhos, e esta responde de forma audível:

-primeiro, o Matteo não tem dono, ok? Segundo, eu e ele amamo-nos, e isso não é roubo

-o Matteo não ama ninguem, muito menos uma sonsa como tu

Ela olha-me, já enervada e vira-se para ir embora:

-ah coitadinha, não sabes ouvir as verdades é? Nem sei como é que o Matteo consegue estar contigo, por favor

Ela olha para mim fixamente e dando dois passos, coloca-se á minha frente.
Sinto o meu rosto arder assim que a sua minúscula, mas forte, mão me acerta.
Agarro-lhe o braço com toda a minha força e retribuo a bofetada com intensidade:

-nunca mais te metas comigo

-tenho pena de ti Âmbar, vais acabar completamente sozinha, acredita em mim

Esta solta-se começa a descer as escadas.
Num impulso de ódio e loucura agarro os seus ombros e lanço-a para a frente.
Luna grita, mas o seu grito é abafado pelo choque num dos degraus.
O seu corpo rebola pela escadaria em rocha, caindo por fim no chão com um estrondo.
Olho para os lados, sem saber o que fazer.

~¿Como me vês?~| Simbar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora