~¿Como me vês?~| Simbar (Em Revisão)

Capitulo 3 (Revisado✔)

Pov:Ámbar

Recebo a noticia que a Luna está no hospital, uma hora depois do ocorrido.
E por mais duro que seja admiti-lo, arrependo-me do incidente.
Mal o toque de saída soa pela sala de aula corro para fora da escola, apanhando um táxi que me leva até ao hospital.
Entro no local, respirando fundo.
Um cheiro desagradável enche as minhas narinas.
O cheiro da morte.
O cheiro do desespero.
Olheo em volta e paro uma enfermeira que por ali passa:

-sabe-me dizer o quarto de Luna Valente?-questiono

A mulher pensa um pouco e de seguida aponta em direção ao corredor:

-segunda porta à esquerda

-obrigado

Sorrio e continuo o meu caminho.
Quando chego ao quarto da luna ouço uma voz atrás de mim:

-foste tu não foste?

Viro-me, arrependendo-me da decisão no mesmo instante.
Só me faltava mais este:

-fui eu o quê?

-não te faças de parva, foste tu que empurraste a Luna- ele grita- como é que foste capaz?

Os meus olhos lacrimejam:

-eu...eu não queria

O riso sarcástico de Simon espalha-se pelo corredor:

-cala essa boca, não venhas com essa história de: - Eu não queria....eu sou uma santa, já ninguém acredita em ti Âmbar, perdeste tudo

As suas palavras esfaqueiam-me repetidas vezes, e farta de sempre ouvir aquelas palavras, esbofeteio-o:

-tu não me falas assim

Olho-o com raiva:

-queres saber fui eu sim, fui eu que a empurrei pelas escadas- as lágrimas escorrem pelo meu rosto- mas ela é que provocou isto, tirou-me tudo

Ele permanece em silêncio e segundos depois vira as costas entrando no quarto.
Naquele momento sinto-me pior que nunca.
Como é que me tornei nisto?

....

Pov:Simon

-olá pequena

Luna sorri-me:

-olá guitarrista

-como te sentes?- puxo uma cadeira e sento-me ao lado da sua cama

-melhor- ela olha-me tristemente

-de certeza?

-sim

Penso no que devia dizer de seguida mas nada me ocorreu.
Luna olhou para mim como que esperando uma pergunta.
Decido contar-lhe a verdade:

-já sei que foi a Âmbar

Uma lágrima rola pelo seu rosto:

-ela ainda teve a lata de vir cá- recordo a nossa discussão- até me deu uma estalada, aquela rapariga não bate bem

-ela ainda está cá?

-creio que sim

-manda chama-la

Olho-a especado:

-o quê?

-tenho de falar com ela

-tu tens a certeza?

-absoluta

Dou-lhe um beijo na bochecha e saio em busca de uma enfermeira.

....

Pov:Âmbar

Entro no quarto as passos lentos e leves.
Fecho a porta atrás de  mim e viro-me.
E então o meu olhar viu-a.
Vejo a Luna deitada na cama do hospital e o meu peito aperta-se.
Todas as memórias sobrevoam a minha cabeça e eu finalmente entendo o quanto errei.
Porque tinha de chegar a este ponto?
Ela apenas olha para mim e faz sinal para que eu me sente.
Obedeço:

-chamei-te porque tenho de perguntar-te- parou por um segundo e tossiu- porquê?

Baixo os olhos, levemente envergonhada:

-Estou farta, farta que fiques com tudo

-como assim?

-como assim? COMO ASSIM? Primeiro entras na minha casa, depois roubas-me a minha pista, os meus amigos, o amor da minha vida e até a minha identidade tu me tiras, e tu ainda perguntas como assim?

Ela olha-me.
Um olhar triste.
Um olhar sincero:

-eu não fazia ideia que te sentias assim

Ignoro o comentário dela e continuo já com lágrimas nos olhos:

-quando te vi falar com o Matteo hoje de manhã uma parte de mim quebrou-se porque.....eu ainda o amo

Começo a chorar com força e então sinto alguém apertar a minha mão:

-Âmbar eu quero que saibas que eu nunca te quis magoar os sentimentos e que, apesar de nada justificar o que tu fizeste, eu....estou disposta a perdoar-te, porém....

-porém....

-tu tens de deixar isso Âmbar, esse ódio e esse rancor, por favor

-eu..quero mudar

-com a minha ajuda, vais ver que vais aprender a ser melhor pessoa

Ao ver a sinceridade nos olhos castanhos da morena abraço-a.
Um abraço que, no meu coração, apaga todo o ódio que eu alguma vez sentira por ela.

....