Os passos de Larry eram ágeis, sua respiração estava um tanto acelerada. Ele queria encontrar sua felicidade, — mesmo que dentro do presídio ele acreditava que sua felicidade estava longe, talvez, era até impossível — mas naquele momento ele sentia que estava mais perto do que nunca.
De longe ele conseguiu avistar o ferro velho que tanto almejava naquele momento. Diminuiu seus passos e ao parar em frente ao grande portão enferrujado, se abaixou um pouco, apoiando suas mãos em seus joelhos e suspirou pesado, controlando sua respiração.
Voltou a andar, um pouco mais devagar agora e então empurrou o portão para o lado contrário e entrou no local, passando seus olhos por todo o ambiente. Era um grande campo abandonado, onde haviam alguns carros totalmente destruídos um em cima do outro, alguns caminhões e carros com uma pintura um pouco melhor e outros, nem tanto.No final de um corredor extenso formado por carros de todas as marcas, havia uma pequena casa recoberta por madeiras e janelas e portas de vidro que necessitavam de uma limpeza. Larry aumentou seus passos até a pequena casa e subiu pelas escadas de apenas três degraus, o som de madeira velha havia se feito presente quando o mesmo voltou a andar.
Passou os olhos pela casa velha e semicerrou os olhos ao olhar pela janela, há procura de alguém que pudesse o ajuda-lo.
— Algum problema? — Uma voz, um pouco grossa, perguntou fazendo Larry levar um pequeno susto e se afastar da janela.
Seus olhos foram até o homem que ali se encontrava, seu corte de cabelo era bem curto e encaracolado. Sua pele era morena e aparentava estar em torno de seus vinte e cinco anos. Ele vestia uma calça de moletom cinza escura e uma regata branca que agora se encontrava suja de graxa.— Ah, claro. Eu estou à procura de um carro com um preço um pouco acessível. — Foi breve. Larry não queria perder mais tempo do que já havia perdido.
— Nós temos muitas latas velhas, pode dar para o gasto. — O homem disse e desceu as escadas andando em direção a alguns carros. — Tem alguma preferência?
— Algo que caiba no meu bolso. Pelo o que pode ver, não tenho muito. — Larry informou, balançando levemente o saco em suas mãos.
Foi quando Larry parou para pensar, sua ansiedade e sua enorme vontade de chegar a seu destino final impediu dele se lembrar de alguma forma de pagar o carro. A miséria de dinheiro que ele havia ganhado com trabalhos feitos dentro do presídio não chegava nem perto de comprar um carro, mesmo sendo ele o pior de todos daquele ferro velho.
O homem a sua frente arqueou uma de suas sobrancelhas e começou a andar pelo ambiente atrás de algo que Larry pudesse pagar. Os pensamentos do homem estavam em Larry, ele queria entender o porquê querer um carro de um ferro velho barato sendo que aparentava ter uma boa vida. Já Larry, estava pensando em uma solução. Como pagaria o carro.
— Desculpe a pergunta, mas para onde você está indo?
— Chelsea. — Foi breve.
— Eu também quero ir para lá, encontrar minha família. Mas antes eu estou juntando um dinheiro para conseguir algum meio de transporte até lá. — Larry apenas assentiu com a fala do homem a sua frente, que não fazia questão alguma de saber o nome.
Larry sempre foi um tipo de homem que gostava de conversar e manter o assunto em dia. Sentia falta de se reunir com seus amigos e conversar sobre o placar dos jogos de sextas feiras. Ou conversar com Noah e até mesmo, Joe, sobre as lutas de terças. Mas depois que fora preso, ele não se sentia no intuito de saber mais sobre as pessoas, mas sim, cumprir sua pena e depois seguir sua vida. Larry sentia que não havia mais espaço em sua vida para mais ninguém.
— Pelo que parece você não tem nada de grana. Podemos fazer um acordo. Eu pago pelo carro com o dinheiro que eu tenho e você me dá uma carona até Chelsea. Você parece ser boa gente. — O homem voltou a dizer e fez Larry enrugar sua testa depois de sua fala.
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Histórias de um Homem Livre | concluída
Historia CortaPessoas de diferentes manias. Caminhos com diferentes destinos. Nunca alguém pode imaginar que quatro pessoas totalmente desconhecidas, um dia, de uma hora para outra, pudessem se encontrar. Na mente de Larry não fazia sentido dar carona para três j...