Histórias de um homem livre

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Cerca de seis anos atrás.

A cerveja gelada que Larry segurava fazia com que seus dedos formigassem. Ele estava sentado no sofá e o cheiro da pipoca que acabara de ser estourada por Zara, invadia suas narinas.

O jogo passava na televisão a sua frente, ele aproveitava cada segundo. Ela sabia que trocaria de canal assim que a mulher na cozinha pedisse para assistir um filme romântico qualquer.

Ele ouve passos vindos do cômodo ao lado, e leva os olhos até a morena que vinha sorridente em sua direção. Os olhos de Larry se prenderam em Zara. Ele achava incrível como ela conseguia ficar linda apenas com um moletom, um par de meias em seus pés e o cabelo num coque bagunçado. Ele não menosprezava os dias em que ela decidia fazer uma maquiagem ousada e usar um salto alto, mas era inevitável não sorrir ao vê-la apenas com aquele moletom e um lindo sorriso em seu rosto.

— O que tanto olha? — A voz zen de Zara tira Larry de seus pensamentos. A morena passa por cima de Larry e coloca o pote de pipoca entre eles.

— Apenas tentando adivinhar qual filme meloso você irá me forçar a assistir hoje.

— Eu nunca te forço a nada. Você apenas aceita assisti-los porque me ama. — Diz num sussurro e se aproxima de Larry, fazendo com que suas respirações se misturem.

— Infelizmente, isso é verdade. — Larry dá um selinho rápido em Zara, fazendo-a soltar uma leve risada.

Dessa vez, a mulher havia escolhi o clássico Diário de uma Paixão. Não era a primeira vez que ela assistia aquele filme ao lado de Larry, mas ela gostava de pensar que mesmo depois de obstáculos, as pessoas podiam sim ficar juntas.

Zara acreditava que mesmo sabendo das coisas boas sobre o amor, ainda existia o lado sombrio dele também. Um lado que não é tão fácil. Um lado onde duas pessoas se amam a vida inteira, mas nunca passam ela juntos.

Com isso ela havia aprendido coisas. De alguma forma, isso não impede das pessoas se amarem. Talvez um dia haja uma realidade onde as fantasias de estarem juntos, por ora, sejam quebradas e postas de lado.

Mas isso não impede alguém de amar. Não deixam de amar por conta da razão ou dúvida.

Zara aprendeu que, mesmo às vezes o amor não fazendo sentido, as pessoas se permitem amar de qualquer forma. E quando Larry apareceu em sua vida, ela não hesitou em amá-lo.

— Não irá atender? — Zara pergunta a Larry sem tirar seus olhos da televisão. Larry já sabia quem ligava e não queria atender.

— É só o Jonny. — Se ajeitou e apertou um pouco a cintura de Zara. — Ele pode esperar.

Mesmo não querendo atender ou ter os pensamentos em Jonny, o homem não conseguia prestar atenção no filme que se passava. Ele sabia que o melhor amigo iria se envolver em alguma confusão e, mesmo não merecendo, Larry sempre tirava Jonny das roubadas que ele se envolvia.

— Eu vou ali fora atender, e já volto. — Zara apenas assente e Larry pega o celular, deslizando o dedo pela tela. Já fora da sala de estar, ele coloca o celular na orelha esquerda e suspira antes de falar. — O que quer, Jonny?

— Decidiu me atender?Já estava na hora.

— Fala logo. Estou ocupado. — Larry diz, encostando-se ao balcão da cozinha onde podia ver Zara comer sua pipoca, enquanto apreciava a beleza da mulher.

Ele era apaixonado por ela.

— Vou precisar de sua ajuda. Irei cobrar um cara que está me devendo e queria que você fosse comigo.

Histórias de um Homem Livre | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora