Cap. 1

750 20 7
                                    

Eu sempre fui criativa demais, pensativa demais.

Enquanto meu tio repetia as regras do hotel pra mim, eu estava viajando.

Na minha cabeça eu estava encontrando Shawn Mendes, aqui e agora. Ao vivo e em cores.
Eu iria simplesmente sair correndo até ele, pular no seu colo e sair gritando o quanto eu o achava incrível, carismático, talentoso e...

-Tais me ouvindo, Joyce?! - Meu tio me grita.

-Ahan, desculpa.

-Toma, vai ficar no quarto 412.

Eu pego a chave e ele continua falando sobre as políticas do Hotel, nada disso, nada daquilo...

Antes de subir no elevador meu celular toca, eu não preciso nem olhar pra saber que é a Fabiana.

Fabiana é três anos mais nova do que eu, mas graças ao bom Deus ela tem a mentalidade de uma pessoa mais velha, por isso, pode ser considerada minha melhor amiga. Ela mora em São Paulo, mas não conseguiu ingresso pro Show, agora estou aqui sozinha... No hotel onde o meu tio trabalha e hotel este que ELE ficaria hospedado.

-Eai, chegou?

-Paguei uma vida pelo Uber. - Eu chamo o elevador. Fabiana da uma risada escandalosa. - Fora que agora eu tô falida e tá fazendo um frio terrível aqui, tá tudo bem.

-Droga, queria ter ido. - Parece que vejo ela revirar os olhos e fazer bico. -Ele já chegou?

-Não que eu saiba, o povo desse hotel não conversa com a gente. O tio até agora só me deu ordens.

-É bem a cara dele. - O elevador chegou, está vazio e eu entro apertando o botão do vigésimo quinto andar. Eu sento no chão. - Já ensaiou o que vai dizer?

-Claro. - Eu digo rindo. A porta é segurada e algumas pessoas entram. - Eu com certeza vou dizer: Eu sou pobre e agora estou falida por sua culpa. - Fabiana solta uma gargalhada. - Tipo: VOCÊ TÁ PENSANDO O QUE QUERIDO? TA ACHANDO QUE COM ESSE SEU CORPINHO GOSTOSO IA CONSEGUIR O QUE QUISESSE COMIGO? Ai viado, vai mesmo. - Ela riu e além da risada dela escutei a de outra pessoa. Levantei a cabeça.

Já parou pra pensar que talvez Manuel Mendes entenda português justamente porque seus pais são portugueses?

Eu não tinha parado pra pensar nisso até vê-lo gargalhando do que eu havia falado.

Ai eu parei pra imaginar com que cara eu estaria se tivesse falado o nome do filho dele.

E agora eu não podia contar pra Fabiana porque sabia que ele entenderia. O melhor era que bem ao lado dele de fone de ouvido e de óculos estava a pessoa mais inalcançável pra mim.

Ele não deu moral.

-Tá viva? - Fabiana me encarou.

-Acho que sim. - Eu respondo sentindo meu coração bater mais forte. Pode até ser clichê, mas era real oficial.

-Você precisa dizer pra ele que Ligths On é muito safadinha.

-Oh, óbvio. Vou chegar nele: 'ei cara, sabe aquela música?' vou fazer minha melhor cara de safada e dizer: 'vamo realizar ela?' - Fabiana gargalha.

-Tu é dez!

-Eu sei, obrigada. - Eu digo sentindo o olhar do Manuel Mendes sobre mim. Me levanto. - Acho melhor desligar, Fabb. - Falo baixinho.

-Ei, não! Eu tô sozinha e o Rafael tá subindo, eu tô com medo.

-Manda ele ir procurar o que fazer! - Exclamo revirando os olhos. -Não sei como você aguenta esse cara, ele é abusado e intrometido. Diz logo um não bem grande pra ele e manda ele ir pastar. Lugar de boi é no mato não com minha prima. - Manuel solta outra risadinha lá na frente.

Parando pra pensar - IMAGINE SHAWN MENDESOnde histórias criam vida. Descubra agora