Só agora eu pude ver.

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Você me disse uma vez que eu precisava aprender a controlar os meus impulsos ou eles acabariam com a gente. Na época, achei que não passasse de uma provocação barata e que não demoraria muito até que você esquecesse o assunto. Mas você não esqueceu. Você me alertou milhões e milhões de vezes, mas eu só conseguia enxergar e agir da minha maneira. Eu era dois modos. Oito ou oitenta. Eu tinha a porra dos dois extremos, e tinha a inocência de acreditar que você era obrigado a me aceitar assim, a engolir todas as minhas facetas, por mais que detestasse algumas delas [você aceitou mais do que deveria].

Às vezes, quando me cabia, eu era a pessoa mais dócil que conhecia. Prometia o mundo a você e todas essas promessas clichês. E, às vezes, também quando me cabia, eu só queria sumir do mundo e então acabar com tudo o que havia entre nós. Não pensava se doeria em você também, se era o culpado ou não. Eu só era impulsiva demais e precisava de alguém para descarregar todos os meus descontroles [você aguentou tempo demais].

Eu sei que você está longe agora, mas eu faria diferente se tivesse a chance. Eu seria menos, porque o excesso [no amor] também faz mal.

Eu sei disso agora.

— Giovanna Alencar,
Ainda escuto a tua voz mansa me pedindo calma.

Longas Cartas Para Ninguém Onde histórias criam vida. Descubra agora