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E mais uma vez, Vênus Guillén estava preso em seu próprio escritório. A porta estava enferrujada, e suas pálpebras pesavam mais que o mundo então a melhor solução Vênus decidiu se deitar na mesa e tentar dormir confortavelmente, porém foi interrompido por um clarão que rasgou os céus iluminando tudo por onde passava.

O menino sempre foi apaixonado por astronomia e a estudava, imaginou ser um pequeno meteoro invadindo a atmosfera terrestre — ele precisava ir explorar —  e dessa forma tentou achar um jeito de sair dali: olhou para todos os lados do escritório até achar uma janela de vidro, pega o mouse desnecessário do notebook que tinha em seu laboratório e joga contra o vidro da janela, o vidro se estilhaça caindo no chão. Vênus se aproxima do local em muito cuidado, enquanto se perguntava se alguém teria o ouvido.

O garoto pula a janela sem muito esforço, até porque em sua adolescência ele costumava matar aulas que o mesmo considerava serem chatas — pular de janelas era quase como pegar o doce de uma criança — quando pisa no lado de fora da casa, vê um lugar extremamente escuro, pega o celular — que não servia para quase nada (este já era bastante velho) — liga a lanterna e ilumina o caminho até estar fora de seu quintal, caminha até um lugar um pouco deserto e vê uma luz perto de onde estava. Caminha até lá e vê um buraco com uma esfera de metal no fundo, observa-a cuidadosamente antes de se aproximar, desce devagar e se coloca frente a frente.  A esfera que na verdade deveria ser algum tipo de cápsula se abre expondo  um garotinho de pele morena, estava pálida por conta do que havia acontecido, como se fosse uma pequena estrela,  cachos volumosos jogados pelo seu rosto, seus olhos estavam fechados (obviamente desacordado) ele leva sua mão até á pele do garoto, a toca cuidadosamente como se o mesmo fosse feito de porcelana capaz de se quebrar a qualquer instante. A pele era bastante macia e com a palidez, e uma estranha transparência, dava até para ver suas veias nitidamente.

A respiração do menino que estava calma começa a mudar, se transformando em algo acelerado  fazendo seu peito subir e descer descompassadamente, Vênus o olhou assustado, sem saber exatamente o que fazer, guiou seu olhar ao interior da cápsula e encontra uma máscara com uma algo preso. Sem pensar duas vezes a pega, aperta fracamente o pacote e supondo que deveria ser algum tipo de gás, coloca a máscara no menino e sua respiração volta ao normal.
Sem saber o que fazer  leva-o para casa, pesquisar do menino ter caído aqui e o gás que o mesmo estava respirando.

Pega o menino de pele bronzeada cuidadosamente no colo, caminha até o local onde trabalhava, encontra seu carro de cor cinza estacionado na porta do mesmo, abre a porta do carona apenas para deitar o menino ali, quando finalmente acha um jeito de deixá-lo deitado confortavelmente, entra no carro e dirige até sua humilde casa.

Vênus não podia se dar o luxo de ter uma mansão, pois gastava todo o dinheiro em equipamentos para pesquisas de sua faculdade de astronomia, logo que chegou em casa, tirou o menino do carro e entrou com o mesmo dentro de sua casa, caminha para o andar de cima, entra no quarto de hóspedes, deita-o sobre na cama —  não lhe iria fazer os exames naquele momento —, ele estava bastante cansado e queria um lugar confortável para dormir.

Vênus começa a caminhar preguiçosamente para seu quarto, mas acaba parando em uma velha poltrona que era de sua avó e então dorme ali mesmo.

-×-

Levantou assustado com o barulho do alarme de seu celular, arrastou seu dedo na tela assim desligando o barulho irritante. O silêncio se fez presente, até o cientista ouvir alguns passos vindos da cozinha, desconfiado, levantou-se devagar e caminhou até o cômodo.

Ao chegar na entrada da cozinha lembrou que tinha um alienígena em casa

Ele estava andando de um lado para o outro, aparentava estar procurando algo, assim que notou a presença do cientista colocou-se na defensiva. Vênus ao perceber aquilo tentou acalma-lo.

— Por favor, continue o que estava fazendo, não estou aqui para lhe assustar e sim para lhe ajudar.

O menino, mesmo ainda desconfiado, abaixou a guarda e continuou procurando por algo desconhecido ainda, Guillén ao perceber que o garoto havia reagido como se entendesse o que ele estava falando, pensou que o garoto poderia entender alguns gestos que ele fazia enquanto falava.
Enquanto Vênus se perdia em seus pensamentos, o homem finalmente encontra o que tanto procurava: a chave. Assim ele saiu correndo até a porta, encaixou a chave na fechadura, mas não conseguiu completar sua ação, já que o cientista o imobilizou com uma técnica, o alien até tenta usar sua força bruta, já que era bem mais forte que o moreno, mas infelizmente não consegue, pois se tratava de técnica e não de força. Vênus então tenta o convencer:

— Por favor, continue aqui, você não conhece o comportamento dos humanos e não sabe como agir. Pode acabar se metendo em alguma confusão. Sei que está preocupado com a nave, mas vamos esperar o movimento nas ruas diminuir.

Com essas palavras o alienígena relaxa e para de usar sua força contra o pequeno humano. Vênus deixa o homem livre de seu aperto.

Um silêncio desconfortável cai sobre a sala, Guillén pensa em como o alien deveria estar há muito tempo no espaço e deveria estar com fome, então convida-o para comer algo, o cacheado faz uma cara confusa, porém aceita o convite.
O cientista pega uma banana e água, oferece ao menino que pega os dois, mas sem saber muito bem o que fazer, Vênus, então, demonstra como se faz e o alien repete.

Com isso os dois começam uma relação "amigável".

The Glare | L.S | (A EDITAR)Onde histórias criam vida. Descubra agora