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Enquanto ainda comiam a fruta, o moreno sente algo em sua cabeça, parecia um pensamento, mas ele sabia que não era dele. O tal pensamento dizia "Marte", como se fosse uma apresentação. Vênus olha para frente e vê aquela montanha de músculos olhando fixamente para seus olhos castanhos, como se estivesse tentando lhe dizer algo, então uma faísca aparece em seu cérebro e ele finalmente entende. O nome do cacheado era Marte.

Vênus e Marte terminaram de comer. O cientista pegou Marte para fazer alguns exames, mais especificamente em seu pulmão, porém ele era um estudante de astronomia, não um estudante de medicina. Então ele pensou em examina-lo em um hospital abandonado, mesmo sabendo ser perigoso por conta das varias doenças e equipamentos perigosos, ele decidiu leva-lo ate la para sanar sua curiosidade.

Foram de carro até o hospital que ficava perto do centro, percebeu que muitas pessoas estavam passando por ali, provavelmente para ir ao trabalho ou escola. Vênus tirou a mão do volante, se encostou no banco e fez um plano simples. Ele e Marte iriam comer algum doce na doceria ali perto e esperariam até o movimento cessar e conseguir entrar no hospital sem estresse.

O moreno tirou a chave do carro, pediu para seu novo amigo sair do carro, logo em seguida o mesmo saiu também. Seguiram calados até a doceria que aparentava ser pequena. Ao chegar no estabelecimento, Marte nota alguns cupcakes rosas.

— Vênus, para o que servem aquelas coisas rosas?—

Vênus escuta a voz do homem em sua mente. Pensa duas vezes antes de explicar em voz alta, as pessoas ao redor iriam acha-lo louco.

Simplesmente caminha até a caixa e pede dois cupcakes sabor morango, a moça entrega o doce e o leva até a boca saboreando o maravilhoso sabor doce.

Marte, que não era burro, entendeu logo que se tratava de uma comida humana, pegou o outro doce que a caixa havia entregado à Vênus e morde um pedaço sentindo horrível gosto e cospe o doce na mesa. Todos no estabelecimento olharam com estranheza para ele, a funcionaria que estava em sua frente correu para pegar um pano para limpar. Vênus segura a risada e tenta ajudar a moça a limpar a mesa.

— Me desculpa, moça, ele não é acostumado à comer doces e também é mudo por isso peço desculpas por ele.—

—  Está tudo bem, acidentes acontecem.—

O cientista pega sua carteira e paga os cupcakes, após isto sai da loja acompanhado do alienígena, observa a movimentação na rua e percebe que já está diminuindo. Eram exatamente 8:00 da manhã, o hospital estava com portas trancadas obviamente, o único jeito de entrar seria por um buraco grande no muro do hospital, ele já estava bem velho, não tinha sentido ninguém ter comprado aquilo terreno para montar um estabelecimento.

Depois de algumas horas o movimento foi diminuindo, os adultos já tinham ido trabalhar e as crianças estavam na escola, Vênus então decidiu colocar seu plano em ação. Chamou Marte para ir junto com ele até o buraco enorme na parede e pediu para o mesmo tentar passar por aquele buraco, o menino passou com dificuldade, logo ele teria ainda mais dificuldade para passar ali, se espremeu bastante até chegar no outro lado, as conseguiu passar. Agora ele estava pronto para estudar o corpo do alienígena.

Ao olhar com mais atenção para o suposto hospital, reparou que estava quase caindo aos pedaços, estava com medo de entrar ali e contrair alguma doença. Depois de poucos minutos pensando, decidiu entrar, pegar os materiais que precisava sair dali.

Entrou no hospital sem o alienígena, viu alguns materiais hospitalares espalhados pelo chão e tomou cuidado para não pisar em nenhum deles, avistou uma salinha pequena com um armário enorme cheio de prateleiras, provavelmente onde colocavam os materiais, entrou na pequena sala e já achou algumas seringas, ele iria coletar o sangue do grande alienígena para realizar alguns testes.

A agulha perfura a epiderme assim entrando em contato com a veia do ser, Vênus puxa o sangue do alien com a seringa e confirma sua hipótese de que o sangue seria da mesma cor que a de um humano normal. Guillén tinha uma leve impressão de que Marte seja apenas um humano bem mais evoluído, já que, provavelmente, são seres autotróficos. Agora, ele precisa descobrir como o ser fazia para ter energia o suficiente para se movimentar tanto. Iria levar algumas amostras do sangue para seu amigo formado em genética, Vênus se formou em biomedicina, porém decidiu não exercer a profissão, mas ganhou muitos amigos. Ele não tinha nenhum equipamento, pois na faculdade tinha tudo o que ele precisava.
Após retirar a amostra de sangue, colocou-a em um saquinho, colou um band-aid no braço do alienígena. Depois de todo esse esforço, ele acha que iria conseguir convencer o amigo à fazer o mapeamento genético.

Quando voltam para o lado de fora do hospital, Vênus olha pelo buraco, percebe que o movimento continua baixo e sai de lá junto com Marte.

Enquanto saiam, um guardinha que passava por ali os observava, corre até os dois meninos e os adverte:

— O que estava fazendo ai? Vou ser obrigado a chamar a policia.—

Vênus pega a mão de Marte e sai correndo para o carro. O guarda puxa a manga de Marte que acaba lhe dando um empurrão fraco que faz o homem cair no chão, eles entram no carro e simplesmente somem. 

E então no carro os dois discutem.

— Você está doido, agora ele realmente vai ligar para a policia. Antes ainda tinha a possibilidade de ele achar que somos adolescentes idiotas. — 

"O que?! Acho que você se esqueceu que eu não sou desse planeta, eu posso até ter tentado absorver o máximo de informações que consigo da sociedade humana, mas ainda assim não sei como agem no geral. Só sei que vocês são muito preconceituosos e ainda debatem assuntos que são direitos de todos."

— Isso não importa muito agora, só espero que ele não tenha anotado nossa placa de carro. —

"Se ele vier aqui eu juro que dou uma cabeçada nele"

— Meu Deus, Marte. Isso seria ótimo. — Diz Vênus rindo fazendo as ruguinhas de seus olhos aparecerem.

The Glare | L.S | (A EDITAR)Onde histórias criam vida. Descubra agora