Capítulo 2

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Acordo com barulho de algo caindo, me levanto e saiu da estufa indo em direção ao barulho de antes, assim que entro na sala do trono vejo minha mãe com mais uma dezena de guardas prontos para um combate, assim que ela me vê, vem correndo ao meu encontro e me abraça
-- querida, onde você estava, fomos atacados por rebeldes e eu já estava ficando maluca com você desaparecida- ela diz
-- eu acho que dormi na estufa, nem me lembro direito - digo passando a mão pelo meu cabelo e desmanchando o coque que havia nele.
-- oh céus não fassa mais isso, precisamos de você em segurança - ela diz e volta a falar com os guardas que a esperavam.
Os corredores do castelo estavam cheios de restos de armamentos usados no combate, volto pro meu quarto um pouco assustada e dois guardas estão de pé na porta, entro sem dizer nada e desabo em minha cama.
Eu passo um bom tempo no meu quarto dormindo, tanto que acordo e nem sei se é dia ou noite, meus aposentos estão escuros e com as cortinas fechadas, vou até elas e a abro, é um entardecer o sol já está indo embora. Término de fazer minha higiene e me visto com um vestido simples de um tecido fino e no tom de azul claro que vai até o chão coloco minhas botas, quando entro na sala do banquete para o jantar ela está em plena festa com música e todos os nobres e ricos do povo minha mãe está sentada conversando com alguns conselheiros e outros nobres que eu não conheço, fico um pouco surpresa pela festa já que fomos atacados e o palácio deveríamos estar em alerta de segurança. Quando minha querida mãe me encontra no meio da multidão olhando os casais a valsar pelo salão, ela mas que depressa manda me chamar para me juntar a ela no complô da nobreza.
Assim que comprimento a todos me sento ao seu lado um pouco receosa, não quero que ela pense que ainda estou de acordo com essa ideia maluca de me casar com um homem qualquer só para ter aliança de guerra, seus olhos advertidos me repreendem assim que eu não a comprimento
-- estávamos sentindo sua falta alteza, teve um bom descanso ?- pergunta um conselheiro
-- sim tive - dou um resposta curta e baixo minha cabeça para a comida que a criada me serve, fico com água na boca assim que vejo o risoto de camarão e a salada de frutas e folhas, deu minha atenção toda a comida enquanto os senhores falam de assuntos estratégicos.
-- devemos avisar o rei Kiled sobre o ocorrido aqui - diz um nobre
-- eu concordo plenamente senhor Bevin, isso vai fazer com que ele queira proteger a princesa dos ataques - diz o conselheiro
-- certamente, mande que o escrivão envie uma carta em meu nome a Solares - a rainha diz convicta
-- Isaque acha que seu rei adiantaria o casamento - diz outro nobre
-- na minha concepção ele ajudaria a princesa a ficar segura, assim como todo o reino - diz um senhor estranho todo bem vestido -- enviarei eu mesmo um pedido a ele pela manhã. olho na direção de Isaque mas antes meus olhos perdem o rumo em outro estranho sentado o mas afastado da mesa, seus olhos estão atentos a mim e quando o olho ele desvia o olhar, não dou importância e olho indignada para minha mãe, seu rosto não se afeta em nada a mesma expressão fazia. Me levanto depois de um tempo daquela mesa de interesseiros e vou dançar um pouco, assim que chego no pátio começam a tocar minha música favorita então me junto as filhas de um lorde inglês e começamos a dançar animadamente, por um instante esqueço de tudo, esqueço que sou princesa, ou que preciso me casar, de ataques rebeldes e de que preciso de proteção, sou só eu a Anna uma simples jovem dançando sua música favorita.
Depois de tudo que aconteceu com o reino de Darcas eu sempre soube que haveria rebeldes que cercariam nosso povo, mas não pensei que a solução disso seria uma aliança de guerra, até que a invasão veio novamente e matou cerca de cem pessoas no povoado ao norte. Em menos de dois dias de uma invasão ao palácio real aconteceu outra e dessa vez com mortes, isso me assusta, o povo que antes não se importava com meu casamento forjado agora clama por ele e por um pouco de proteção. Sou chamada no domingo de manhã a sala de reuniões do conselho real pela primeira vez, assim que entro na sala vejo todos em silêncio caminho ouvindo os saltos da minha bota fazendo barulho no piso de madeira. Sei exatamente por que fui chamada aqui e o olhar frio da minha mãe só confirma isso.
-- princesa Anna - sou reverenciada por todos da sala -- creio que já sabe que nosso povo foi atacado e que mataram mais de cem camponeses inocentes. O lorde Jason diz com ar de tristeza
-- sabe também que estávamos esperando uma confirmação da aliança cerimonial entre Moonclear e Solares - o conselheiro interrompe
-- essa confirmação chegou ontem do rei Kiled, e ele aceitou proteger nosso povo e com isso tomou a sua mão em casamento- ele pisca algumas vezes nervoso
-- eu tenho quantos dias ? - pergunto sentido o choro engasgado
-- a vossa majestade parte amanhã ao nascer do sol - minha mãe me encara seca.
-- estarei pronta - digo ao Capitão da guarda, que provavelmente irá me levar, dou as costas a minha mãe e saiu da sala sentindo as lágrimas escorrendo no meu rosto.
Passo o restante da manhã na estufa colhendo flores do jardim real e colocando em cada capítulo do livro sobre casamentos reais, quero ter lembranças dessas flores que tanto me serviram de consolo quando estava triste.
A tarde vou a biblioteca me despedir do professor Frank
-- vossa majestade separei alguns livros para que a senhorita leve para seu novo lar - sua voz calma vem do alto das estantes de livros, não contenho o choro quando o vejo me agacho no chão e sinto o medo me tomar
-- majestade - ele diz alto descendo as escadas rápido e indo me amparar - está se sentindo bem ? - ele me ajuda a levantar e sentar na poltrona
-- eu estou bem - limpo as lágrimas com a manga do meu vestido e respiro fundo
-- esse medo que sente majestade e normal, ser princesa não quer dizer que tem que será inabalável, está fazendo a coisa certa, o povo que deu todo amparo é nunca deixou que a faltasse nada para senhorita e a rainha, e todos se sentiram gratos pelo seu sacrifício - ele diz com uma voz calma
-- eu sei, é o meu dever - digo soluçando
-- tudo dará certo, eu ouvi dizer que o rei Kiled é um excelente governante um bom guerreiro e justo - seu semblante muda pra um sorriso -- e se ele tentar fazer algum mal a senhorita ele verá comigo e com o povo de Moonclear - seu sorriso contagiante faz com que eu sorria também.
-- obrigada senhor Frank, nunca me esquecerei do senhor - digo o abraçando ele retribui meu abraço um pouco receoso
-- tudo bem, tudo bem agora venha vou te dar alguns exemplares.
Irene fica a noite toda em meus aposentos me ajudando a arrumar todos meus pertences e vestidos, nos perdemos totalmente no tempo e nem dormimos. Ao raiar do sol eu já estava banhada e arrumada com um vestido amarelo longo que deixa meus ombros de fora, coloco um manto de capuz preto que acompanha a saia do vestido. Os guardas levam todos os meus pertences para carruagem e eu observo meus aposentos limpo de tudo que me pertence e seguro as lágrimas, não posso chorar, quando saiu do quarto vejo minha mãe me esperando junto com todos os nobres para uma despedida. Despeço me dá criada Irene e do professor Frank com muito pesar e por último dou uma abraço seco na minha mãe e reverencio os demais nobres, lordes e conselheiros, entro na carruagem e suspiro fundo olhando para minha mãe que tem a mesma expressão, contemplo o palácio pela última vez.
-- vou leva lá em segurança majestade eu prometo- diz o Capitão sentando a minha frente.
A viagem de Moonclear a Solares e cerca de um dia uma noite e mas metade de outro dia e com montanhas intermináveis, eu durmo a maior parte do dia, acordo só para fazer algumas refeições. Ao anoitecer vejo o por do sol através das montanhas e não consigo mas dormir, eu e o Capitão jantamos juntos e logo já estou entediada novamente. Com o virar da noite vou tendo alguns sonhos e devaneios, sonho com um velho gordo e do rosto estranho suas roupas são compridas e pretas quando me vê ele sorri e me chama para mais perto eu obedeço e me aproximo, logo seu rosto muda e ele me agarra tentando me matar com um punhal de cristal, tento me desprender de suas mãos mais elas me seguram com muita força, ele estende a sua mão e enfia o punhal no meu peito e eu acordo assustada e sem ar.
Capitão se levanta assustado com meu grito, ele parece mais novo sem toda aquela armadura
-- está tudo bem alteza? - diz segurando minha mão
-- está, foi somente um pesadelo - digo e retiro minha mão da sua me acomodando novamente para dormir.
Sou acorda assim que cruzamos a fronteira do reino de Solares. Observo as áreas onde se faz o plantio e toda a colheita para o reino, tomo minha xícara de chá enquanto tenho algumas lembranças dos pesadelos que tive durante a noite e estremeço, uma viajem pode ser assustadora quando não se sabe o que te espera, assim que entramos na cidade o sol está vibrante e o povo de Solares esta a todo vapor nas suas tarefas do dia, algumas pessoas olham para carruagem e eu abaixo a cabeça.
Assim que atravessamos os vilarejos consigo avistar o palácio enorme, todo de pedra e com muros enormes, esperamos que os guardas nos deixem entrar e logo tenho uma visão completa do mesmo, a vários guardas de pé nas grandes entradas e há também bandeiras amarelas com o símbolo de Solares, quando a carruagem finalmente para, o Capitão abre a porta e a fecha antes que eu possa descer, tento olhar pela pequena janela mas não consigo ver depois de alguns minutos ele abre a porta e me ajuda a descer logo de primeira sou reverenciada por todos ali presentes.
-- vossa majestade seja bem vinda ao reino de Solares - diz um senhor baixinho careca
-- obrigada cavalheiro - digo, olho ao redor e não vejo meus pertences na lateral da carruagem
-- onde se encontra meus pertences ?- pergunto ao Capitão
-- bom majestade é sobre isso que ia lhe informar, parece que fomos saqueados durante a noite - ele responde com pesar, fico triste instantâneamente, nas minha bagagem estavam todos os livros que o professor Frank me deu e as flores que só nascem em Moonclear e o pior que vou morar em um lugar onde só tenho a roupa do meu corpo
-- o céus o que farei agora ?- pergunto mas para mim do que para os senhores.
-- não se preocupe alteza não irá faltar nada para futura rainha de Solares, acho melhor entramos - o velho homem diz
-- eu irei mostrar os seus aposentos para que descanse alteza, eu sou o lorde Boston- ele diz enquanto caminha e eu o sigo
-- vossa alteza irá amar o reino de Solares temos ótimas praias e um belo orquidário de flores, ouvi dizer que a senhorita é uma amante de botânica irá se impressionar - o lorde tagarela enquanto me guia, vou olhando a decoração de todo palácio e fico impressionada é tudo bem decorado em tons de amarelo claro e branco tem muitos arranjos de flores em tons coloridos e tem muitos cristais como enfeites nas cortinas, a sofisticação chega aos pés do palácio de Moonclear, apesar de que Solares pareça mais alegre, existe vários quadros que certamente são de antigos rei.
Assim que chego em meu novo aposento, lorde Boston me avisa que terei de comparecer ao banquete a noite e que provavelmente as criadas irão vir me arrumar durante a tarde, agradeço a ele e fecho a porta, olho meus aposentos eles são com a mesma divisão que o palácio de Moonclear, o quarto de dormir, banheiro, guarda roupa e sala de estudos e também é bem decorado com tons de dourado banco e vermelho, tudo bem elegante. Vou até o banheiro e me contemplo no espelho meu rosto pálido está cansado e meus cabelos loiros estão uma anarquia atrás do manto preto, retiro toda minha roupa e ligo a torneira de água da banheira espero encher enquando sento num divã vermelho do banheiro e contemplo o horizonte através da enorme janela do banheiro o sol lá fora está bem alto e quente, fazendo me lembrar de minha vida em Moonclear, agora eu estou totalmente sozinha, entro na banheira e deixo que a água limpe todo meu corpo uso um óleo de banho que encontro na beira da pia e me lavo, sentindo as lágrimas quentes caindo de meu rosto triste.

Pessoas peço que comentem suas opiniões sobre o capítulo, não se esqueçam.
Beijinhos de luz

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