Destinos Entrelaçados

Capítulo 6

    Eu estava sozinha em meu aposento me olhando no espelho quando minha mãe entra, ela está magnífica com um vestido azul todo volumoso de tafetá e com mangas bufantes seu cabelo estava em um coque e sobre a sua cabeça a sua coroa enorme de rainha, eu sempre a colocava na cabeça quando era pequena e ninguém estava por perto, parecia tão fácil para mim governar um país, agora vejo que nunca foi e nunca será fácil.

   Assim que me vê mamãe coloca as mãos na boca com admiração ou seja lá o que ela sentiu

-- Sempre imaginei o dia do seu casamento e coroação, você está esplêndida querida - ela diz com toda sua postura

-- obrigada mãe, fico feliz que esteja aqui, para ver meu desgosto de me casar com alguém que nem amo - digo a encarando

-- a menos querida Anna, isso não se implica apenas no seu umbigo mas em duas nações que podem correr perigo - ela suspira -- você ainda tem que aprender tanto minha filha, mas estou feliz que deu o primeiro passo para sua evolução como rainha.

-- as vezes eu duvido disso, dúvido que realmente quer a minha felicidade - olho em seus olhos procurando algum sinal

-- nunca duvide querida, eu sou sua mãe apesar de tudo, vai entender meu lado quando tiver filhos - ela passa a mão ajeitando minha gargantilha -- agora recomponha-se precisamos ir, já está na hora.

   O castelo estava lotado de gente pelo que eu soube das criadas. Nobres, parlamentares, milords e inúmeras pessoas tanto de Solares como Moonclear estavam aqui para prestigiar o rei e a rainha que vão governar os dois reinos, e deixar seus votos de casamento.

   Assim que eu e mamãe entramos no pátio de frente para as portas da grande igreja real de Solares, eu quase entro em pânico, o pequeno buquê de flores vermelhas nas minhas mãos parece pesar uma tonelada, minha mãe tem um semblante tão calmo e sereno que me deixa com um pouco de raiva, seguro em seu braço e as portas se abrem bruscamente me assustando, a marcha nupcial começa a tocar e eu me desespero, é agora, todos se levantam e olham para minha direção, minha mãe sorri e começa a andar em direção ao altar, eu não consigo olhar nem para multidão nem para o altar meus olhos estão fixos no tapete com algumas pétalas, mamãe me encara e susurra em meu ouvido discretamente -- levante a cabeça rainha - é quando reparo o altar e me deparo com o rei Kiled muito bem vestido com uma túnica perolada quase branca que deixa sua pele quase transparente e seus cabelos pretos demais, ele está me analisando eu desvio o olhar novamente, assim que chegamos ao pé dos degraus mamãe para e o rei desce e pega minha mão, minha mãe sorri se afastando pela lateral, meu braço passa pelo do rei desse modo subimos juntos, o papa faz sinal para todos se sentarem e inicia a cerimônia, ele fala tanto que as vezes me pego tão distraída, tento voltar a me concentrar, quando as alianças chegam uma delas é colocada na minha mão e eu olho para ela meia trêmula e coloco no dedo do rei, ele faz o mesmo me olhando, evito um pouco o contato, e logo o casamento está encerrado.

  A coroação e feita no mesmo local do casamento, minhas damas retiram o meu veu e colocam uma túnica vermelha de veludo por cima do meu vestido, assim como o rei, o altar matrimonial é substituído por tronos reais e todos os aparatos de coroação, eu sou obrigada a me sentar no trono de ouro de rainha e assim inicia toda a leitura oficial do papa, ao terminar mamãe sobe e fica ao meu lado e o papa do lado de Kiled. Primeiro o papa faz o juramento com o rei e coloca o cetro sobre a sua mão direita, quando termina a coroa é colocada em sua cabeça e todos aplaudem, na minha vez mamãe pega o seu cetro de rainha e coloca sobre a minha mão direita e o brasão de Moonclear na esquerda e faz com que eu jure coisas como cuidar e amparar todo meu povo enquanto enquanto viver e assim ela tira a minha coroa de princesa e coloca na mesinha na lateral e pega a sua coroa da sua cabeça e pousa delicadamente sobre a minha o peso dos seus diamantes e quase como se eu carregasse toda a população de Moonclear sobre a minha cabeça, nos colocamos de pé e o povo novamente aplaude e fazem reverência logo em seguida alguém grita