drunk

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3.

(leiam a nota da autora no fim do capítulo. :)                    boa leitura. ❄)

❝Levantei-me e arranjei as minhas calças, puxando-as mais para cima, para que a minha barriga não ficasse tão descoberta, com a curta camisola de alças ás ricas.

- Belas jeans.

Eu saltei de susto, porque eu conhecia esta voz, demasiado bem.

- Oh. Olá Harry.❞

Perdida nos seus olhos, afundada no verde dos mesmos, senti um calafrio cercar o meu corpo. Teria ele elogiado as minhas calças de ganga rasgadas, ou o que se encontrava dentro delas?

A segunda hipótese parecia-me atrativa, mas demasiado apetecível para ser verdade.

Eu olhava a sua face angelical, com o seu tão popular sorriso perverso, enquanto as luzes do bar alteravam de cores. - Hey, Baunilla. - ele sorriu.

Alguma coisa me dizia que eu devia correr dali para fora, sem lhe dar nenhuma explicação, mas decidi acalmar-me, e, teimosa como sempre, fixei os meus pés no chão, balançando-os ao som da música.

Era um ambiente estranho. Ele era o meu chefe! Não ia fingir que era tudo muito natural.

O seu olhar percorreu-me, talvez em busca de uma resposta ou pergunta, algo que quebrasse o silêncio desconfortável, que se instalara ali, mesmo com as canções altas e mexidas a rebentar-nos nos ouvidos. 

- O que fazes por aqui?- perguntei, demonstrando, ou tentando demonstrar um desinteresse que realmente não sentia. Encostei o meu corpo ao balcão frio, tomando mais um pouco da minha bebida.

Fechei os olhos enquanto sentia o líquido queimar-me por dentro.

- Tenho ... um encontro. - ele hesitou. - Mais ao menos.

- Um encontro? - eu ri ligeiramente. Infelizmente o meu tom subiu umas oitavas, parecia até que eu tinha ciúmes ou inveja, mas não.

- O quê isso tem de tão estranho? Ciúmes, é? - ele riu divertido, olhando-me com uma sobrancelha levantada.

- Nope. - disse revirando os olhos, enquanto ria ligeiramente. Ignorei a primeira pergunta, apenas porque não teria resposta a dar. Cerrei os meus lábios, torcendo para que o Styles estivesse demasiado bêbado para se lembrar de tudo isto de manhã.

- Engraçada. - ele afirmou, sarcasmo a brotar das suas palavras.

Convencido. Ataquei-o mentalmente, mas ignorei-o fisicamente.

Bebi a minha bebida de penálti, e como se uma explosão de energia enchesse o meu corpo, senti-me de certa maneira eletrizada. 

Irrompeu uma vontade enorme de dançar. Ou foi, apenas, a atividade que o meu cérebro conseguiu achar, de maneira a gastar esta agitação. Dei um impulso rápido com os meus pulsos no balcão gélido e dirigi-me, sem nenhuma palavra proferida, para o meio do aglomerado de pessoas quentes que desdenhei ainda há uns minutos.

Os movimentos rápidos e ritmados das minhas ancas juntamente com a minha cabeça, seguiam o som do batimento da música, nas mãos do DJ. Os meus braços agitavam-se no ar, segurando agora uma segunda bebida que eu sinceramente nem sabia qual era.

A dança, em particular este tipo de dança de discoteca, foca-se numa palavra. Desejo. É sempre o desejo de algo. Desde atenção ao simples divertimento. Ou, como no meu caso, esse desejo obrigasse os meus olhos a seguir uns certos cachos de alguém alto, que não estava em nenhures, segundo o que a minha altura pouco avantajada me permitia ver. 

troublemaker // h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora